- Então você não está mais bravo comigo Mike ?
- Não, já disse que não - responde ríspido.
Eu segurava o telefone celular que Mike havia me dado para falar somente com ele, com tamanha força que temia que se desfizesse em zilhões de pedaços.
- Eu sinto tanto tanto tanto a sua falta.
- Não parece, até onde eu sei você não está fazendo absolutamente nada para me tirar desse inferno - esbraveja.
- Mike, que droga não fale assim comigo, eu já sei o que vou fazer, mas eu preciso de tempo.
Eu não estou plenamente convencida de que o Pasquarelli é a opção mais plausível
- O tempo está se esgotando Karol, e a minha paciência também. Você sabe o que te aguarda caso você não consiga o que eu quero.
______Eu já estava a alguns minutos apreciando a obra de Hartford no museu.
Alguns seguranças uniformizados e imóveis, semelhantes a soldadinhos de brinquedo se posicionavam, e outros circulavam pela ala, à espera de um comando para que agissem, caso contrário não o fariam. Hoje o museu receberia a ilustre presença do embaixador e para eles toda a precaução seria pouca, nada poderia dar errado, não hoje.
Hoje é um dia perfeito para um roubo.
Durante as horas subsequentes eu me mantinha ocupada em parecer casual, pouco distante de mim estava o Pasquale, com uma tela em um cavalete e uma diversidade de cores, pincelando uma obra idêntica à do Prado.
O plano é trocar a obra verdadeira pela falsa, e pincelar a assinatura do pasquale na obra verdadeira.
Assim, me direciono para um senhor sentado de forma cansada e encurvada em frente à um cavalete, copiando fielmente a obra de Hartford.
Tropeço em meus próprios pés, e vou em direção as latas de tinta, que emergem em um verde-musgo banhando o chão polido
- Me perdoe senhor - repito varias vezes e percebo alguns seguranças abandonarem os postos para verificarem o que se sucedia.
Tentando alcançar o cavalete para me apoiar, derrubo desastrosamente as outras latas de tinta, formando uma vastidão de cores. Enquanto Pasquale realiza a troca quadro e se direciona a porta com o cavalete e o quadro roubado, algumas pessoas impacientemente me auxiliam com o intuito de cessar o alvoroço incômodo que se estabeleceu.
_____
Caminhando, impassivelmente me direcionano ao meu apartamento após fazer a negociação do quadro Prado, me percorre uma sensação estranha, e sinto a necessidade de varrer os meus olhos por toda a avenida á que estou envolta.
Até que os meus olhos focam em algo do outro lado da pista, mais especificamente uma pessoa uniformizada em frente à um automóvel do departamento de polícia.
O sangue parece ter se esvaído das minhas veias e sinto um suor deslizar sorrateiramente pela minha pele, a medida que o meu coração acelera o ritmo combinado com o barulho frenético do tráfego.
Caminho até o lado posterior da pista e me aproximo cautelosamente.
- Oi Ruggero - tento transparecer calma e casualidade o cumprimentando com um rápido aceno de cabeça.
- Oi Karol - diz colocando as mãos no bolso
Semicerro os olhos, por que ele exalava nervosismo e eu que havia acabado de roubar uma obra de arte em um museu.
- Desculpe aparecer sem avisar, você não tem telefone então é quase que incomunicável.
- Tudo bem, precisa de algo ?
- Achei que talvez pudéssemos jantar amanhã. Comida Tailândesa, o que acha?
- Na minha casa ou na sua ?
- Na sua - aponta para mim com o dedo indicador.
- Mas eu não tenho mesa e nem sofá.
- Tudo bem - gargalha e da de ombros.
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Alvo Fácil (ruggarol)
FanfictionKarol Sevilla tem uma missão que é se aproximar do policial Ruggero pasquarelli e se vingar dele por destruir a sua vida, mas os planos mudaram.