Alvo Fácil (ruggarol)

Coincidências

Graças a um velho colega de trabalho Martin, eu já possuía todas as informações necessárias sobre o tal Pasquarelli.

Eu esperava ter de seduzir um velho afoito mas olhando para o arquivo em minhas mãos, sentia uma pontinha de euforia dentro de mim ao notar minuciosamente cada traço de seu rosto angelical. Seus lábios perfeitamente desenhados e róseos, os cabelos ao mesmo tempo que alinhados, rebeldes e seus olhos escuros e atraentes com expressão de suavidade. Cada característica atribuída a si parecia ter sido perfeitamente manejada . Nem parece o desgraçado que acabou com a minha vida.

Sentada em uma cadeira de madeira em frente à uma janela com persianas que se esforçavam para deter a passagem dos raios do sol, eu me esforçava para absorver todas as informações em minhas mãos e criar a estratégia perfeita para encontrá-lo.
Acenei para o único garçom no café para que me trouxesse alguma bebida quente capaz de me manter desperta. Levando em consideração que por esses dias transitei em estabelecimentos abertos por ainda não ter encontrado um lugar para ficar e por precisar com urgência ajudar Mike.

Muito bem. RUGGERO PASQUARELLI 25 anos, filho de Antonella e Bruno que é chefe do departamento de policia, se formou há 2 anos na Universidade de Buenos Aires cursando arquitetura.
os arquivos não dizem nada sobre sua mãe além do nome.
As informações adjacentes eram informações sobre a família e suas boas ações no mundo que não me auxiliariam em nada.

As engrenagens na minha cabeça rodavam constantemente a procura da situação perfeita para encontrá-lo, eu preciso me aproximar da forma mais natural possível antes de colocar o meu plano em prática.

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Eu estava seguindo o Pasquarelli a uma semana e montando a provável rotina dele, que era sempre a mesma.
Trabalhar, voltar para casa, ir a um bar sozinho e ao supermercado esporadicamente.

Outro dia eu conheci um tal de Lionel Ferro que por um acaso era dono de um pequeno apartamento e o estava alugando, e eu claramente precisava de um lugar para ficar. Ainda não tenho como pagar a mensalidade então terei de voltar aos velhos hábitos.

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Agora andando na sessão de enlatados do supermercado com diversas coisas em minhas mãos procurando pelo jantar de hoje à noite, acabo esbarrando em alguém e todas as coisas que antes eu possuía estavam rolando pelo corredor.

Me espantei com a figura uniformizada que eu andei observando por dias, a minha frente se desculpando e falhando miseravelmente em recolher os itens caídos. Enquanto se levantava mantinha o olhar fixo em mim, percebi que ele era mais alto do que imaginei e o uniforme com certeza lhe caia bem.

- Me perdoe, não a vi - ele se direcionava a mim com um sorriso forçado enquanto recolhia tudo - Ruggero Pasquarelli

- Karol - estendi a mão para o cumprimentar - Obrigada

Enquanto ele se direcionava para algum outro lugar um sorriso involuntário tomou conta do meu rosto ao perceber que será mais fácil do que pensei.