Capítulo 1 - Saída em Grupo

889 127 50
                                    

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.


Yang Mi Narrando

  Minha cabeça estava abaixada, eu nem sequer conseguia levantá-la, pois sentia o peso das memórias recentes tomando conta da minha mente naquele momento.

Escutei risos de repente, era de uma das mulheres ali comigo presas naquele pequeno caminhão. Eu a encarei assim como as outras, ela ria sem parar.

- O que é tão engraçado? - Outra mulher, uma que estava há dois assentos de mim olhe perguntou.

A mulher que estava rindo agora tinha um sorriso no rosto que me dava medo só pela cicatriz que ia do canto da testa até a bochecha.

- A morte. - Ela respondeu.

- Não perca seu tempo perguntando algo pra essa aí, ela já está louca. - Uma outra mulher que parecia mais jovem que as duas anteriores disse.

  Presas em assentos dentro daquele caminhão prateado, estávamos aguardando até o momento em que o veículo passaria para o outro lado da grande muralha e as portas para nossa morte seriam abertas.

- A morte é engraçada pra você? - Eu perguntei num sussurro enquanto encarava minhas algemas por um momento e depois voltava os olhos para a mulher da cicatriz. Sorri com deboche.

- Está com medo, criança? - A mulher perguntou-me mantendo seu sorriso estranho no rosto. - Devia estar, afinal, todas sabemos bem o que vampiros fazem com humanos. Imagina com mulheres humanas...

Aquela mulher era maluca, só podia ser.

- Do jeito que só sai merda da sua boca, - A mulher que disse pra ignorar a doida da cicatriz se intrometeu de novo. - Eu não duvido nada de arrancarem essa tua língua antes de fazerem algo com você.

Todas as mulheres naquele espaço do caminhão riram. Era um daqueles risos com fundo triste, sabe? Pois nós sabíamos que o que nos reservava era algo do tipo, senão pior.

Eu cresci com histórias sobre os vampiros serem seres assustadores, impiedosos, loucos por sangue. Eu nunca tinha visto um vampiro pessoalmente, nem quase ninguém do lado humano da muralha. Pelo que sabíamos, vampiros só passavam para ter conversas com os governantes e tudo era muito breve.

  Suspirei ao encarar minhas algemas mais uma vez. Não era pra eu estar ali, e sim em casa escutando meu irmão mais velho reclamando que eu entrava e jogava meu casaco no sofá, deixava os sapatos jogados pela sala e já ia comer algo.

Sorri enquanto mordia o lábio para evitar o choro.

                        -*-

Tudo começou há cinco dias. Era noite quando Kang Joon e eu saímos de casa com roupas pretas. Juntos, fomos para um tipo de reunião com alguns jovens do nosso bairro. Esses jovens nada mais eram do que amigos nossos, mais de Kang Joon do que meus, admito, mas eu conhecia bem um aqui e um ali.

Entre Vampiros: Do Outro Lado Da MuralhaOnde histórias criam vida. Descubra agora