Capítulo 15 - Em Alerta

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Yang Mi Narrando

- Alguém liga para a Sun Hee! - Pedi quase num grito.

Hérus foi o primeiro a reagir a minha fala e pegar o celular em seu bolso.

- Você viu algo, não viu? - Terence perguntou-me e eu assenti prontamente. - O que foi, exatamente?

- Uma coisa, uma coisa negra que mais parecia um grande breu. - Eu ainda sentia o pânico que tomou Sun Hee há segundos. - Tinha duas vezes ou três o tamanho de um humano e ele veio na minha direção... - Respirei rapidamente tentando manter a calma. - Mas não era eu ali, era a Sun Hee...

- Ela não está atendendo. - Hérus avisou já tenso. Ele olhou para a tela do celular, mexeu ali rapidamente e o colocou de volta na orelha.

- Está ligando pra quem? - Selene lhe perguntou.

- Bai Lu.

Meu corpo formigava, mas eu tentava não me importar com a sensação estranha enquanto me dirigia as pressas para a cozinha. Eu precisava me acalmar, entender o que havia acontecido comigo agora a pouco.

Peguei um copo e abri a torneira. Minhas mãos tremiam, mas eu tentava urgentemente pegar a água.

Ao fechar a torneira, levei o copo para minha boca às pressas. Tomei dois goles longos antes que minha força sumisse e o objeto escorregasse da minha mão.

O som do vidro tocando o chão e se espalhando por todo o lado ecoou pelo cômodo.

Eu nem tive tempo de conseguir lidar com o acontecimento que me levara a aquelas reações que tomavam o meu corpo, e lá estava meu olhar diante daquele enorme breu.

Ele tentou me atacar, era rápido muito rápido em seus movimentos, afinal, era como uma sombra, um vulto na noite. Era algo sobrenatural.

Mas eu também não era humana. A mala estava meio aberta, então consegui pegar uma das empunhaduras, assim erguendo uma espada cuja lâmina brilhou ao sentir a energia sombria diante de mim.

O breu veio em minha direção, tentei atacá-lo com a arma, porém fracassei. Ele me rodeou ao desviar de meu ataque e logo eu senti sua energia negativa me tocando bruscamente. Perdi o equilíbrio e meu quadril bateu na cerca da ponte, não sendo o suficiente pra lidar com a força do baque, meu corpo foi para trás e o que senti a seguir foi a água me engolindo.

De algum modo, eu não sentia a vontade de respirar, então logo olhei a minha volta a procura da espada que eu tinha largado com o susto da queda.

O riacho não era fundo, e a corrente da água era bem serena, o que me ajudou a nadar até o fundo e esticar o braço para alcançar a empunhadura novamente.

Ao chegar com a cabeça na superfície, olhei a minha volta e para cima da ponte, mas não encontrei nada ali. Segurando firme a espada, nadei até a borda onde conhecei a caminhar para a terra. Novamente nenhum sinal daquela coisa. Ele tinha sumido tão fácil quanto havia aparecido.

Sem baixar a guarda, fui para a ponte pegar a mala com as coisas, precisava sair dali logo e avisar a Hérus que um dos sanguessugas estava a solta, e que provavelmente, poderia ter mais por aí.

Tive uma surpresa ao olhar a minha volta e não encontrar a mala. Todas as armas, exceto a espada que eu segurava, tinham sumido.

- Merda. - Falei enquanto enterrava minha mão livre em meu cabelo.

Logo a paisagem mudou e o que eu vi a seguir foram os armários na cozinha e dois rostos me encarando pela lateral.

Selene estava mais a frente, Hérus uns dois passos atrás da mesma com o celular na mão.

Entre Vampiros: Do Outro Lado Da MuralhaOnde histórias criam vida. Descubra agora