Yang Mi NarrandoEu realmente acho que foi pela ansiedade e o estresse em pensar no que me aconteceria do outro lado daquela muralha ao longo daquele dia que me fizeram acordar de um pesadelo. Sentei-me na cama e respirei fundo. Os flashes do sonho estranho ainda me atormentavam. Todas aquelas imagens com vermelho intenso, fosse em camurça, em raças e cálices, e até mesmo na lua. Mas não foi só isso, e sim também mãos se tocando, a noite com sua obscuridade e velas no chão. Tudo era acompanhado de um único som e esse era de uma voz feminina que sussurrava palavras em alguma língua que eu nunca tinha ouvido falar.
Deixei meus pés tocarem o chão, talvez me levantar e fazer algo seria bom, quem sabe comer alguma coisa para me distrair antes pensar em voltar a dormir.
Mas ao sentir meu próprio peso ficando de pé, uma leve tontura me tomou por um momento. Lembrei que eu ainda não tinha comido nada e entendi o porquê daquela sensação.
Deixei o quarto e caminhei pelo corredor com calma. A tontura não era muita, mas incomodava a cada passo. Desci a escada olhando para a sala de visitas, não vendo ninguém ali. O espaço estava perfeitamente arrumado, o lustre apagado e as luzes de parede acesas dando pouca iluminação ao local, mas o suficiente para que se pudesse enxergar tudo.
"Não há ninguém mais na casa?", me perguntei estranhando o silêncio e as luzes principais apagadas. "Será que estão dormindo?"
Devagar ainda pela tontura, continuei meu caminho indo para o corredor oposto da escada. No fim da passagem eu encontrei uma bela mesa de madeira pintada de preto cheia de detalhes com cadeiras do mesmo material e cor até mesmo na parta almofadada. O lustre foi o que me chamou mais atenção, tão glorioso quanto o da sala, senão mais, dividia sua beleza com as luzes de parede e quadros pintados na parede. E falando em quadros, havia uma pintura mais interessante que a outra, a começar por uma com metade da face de um homem que não dava realmente pra identificar quem era, um com uma maçã bem vermelha, outro com uma lua cheia azulada, um que tinha um pássaro dourado estranho e o último que nada mais era do que uma tela toda preta com cada canto desenhado detalhes em branco. Olhei para aquele quadro com curiosidade. Os outros quadros tinham belas pinturas, mas aquele não tinha nada, só cantos desenhados. Qual era a mensagem de quem o criara?
- Vejo que está acordada. - Alguém disse tocando meu ombro e me fazendo dar quase um pulo de tão grande que foi meu susto.
Eu me virei para ele e o encarei enquanto colocava a mão acima do meu seio esquerdo.
- Você pode não fazer isso, por favor? - Pedi. - Eu sou humana, tem gente que até morre de susto.
Hérus esboçou um sorriso.
- Desculpe. - Pediu.
Assenti com a cabeça assim aceitando seu pedido.
- Achei que estivesse dormindo. - Falei.
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Entre Vampiros: Do Outro Lado Da Muralha
VampirosNum mundo onde humanos e vampiros vivem separados, Yang-Mi é uma jovem humana de 20 anos que nunca viu sequer um vampiro, muito menos o outro lado da Muralha. Acusada por um crime que não cometeu, Yang-Mi é levada para o lado dos vampiros, no qua...