Num mundo onde humanos e vampiros vivem separados, Yang-Mi é uma jovem humana de 20 anos que nunca viu sequer um vampiro, muito menos o outro lado da Muralha.
Acusada por um crime que não cometeu, Yang-Mi é levada para o lado dos vampiros, no qua...
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Kang Joon (irmão da Yang Mi) narrando.
A casa estava silenciosa, logo depois de entrar, eu joguei a mochila num canto e me sentei no sofá.
Tinha trabalhado o dia todo no porto, tentado não surtar com o fato de minha irmã estar sumida e eu não ter informações para encontrá-la. O medo de que algo pudesse acontecer a Yang Mi era muito forte. Mesmo com o bilhete escrito com a letra dela, não conseguia tirar da mente que podia ter sido algo forjado por alguém.
Esfreguei os lábios um no outro e respirei fundo. Tinha que manter a lucidez. Pensar no que fazer ao certo.
Como se eu fosse achar uma resposta em algum lugar, meus olhos começaram a passar pela casa, foi aí que eu me deparei com aquele velho livro jogado num canto da estante.
Peguei-o e voltei para o sofá, onde observei seus detalhes. Era bonito, marrom escuro, quase como couro, com alguma corda fina vermelha que tinha sido amarrada para fechar suas páginas com a capa.
Eu o abri e analisei a primeira página, onde encontrei o nome Anahí, ali dizia que aquele livro lhe pertencia. Minhas suspeitas de que o que eu havia encontrado era um diário, se confirmaram, pois indo para a próxima página, encontrei o seguinte texto:
22/03/2017 - O dia em que eu o conheci
"Eu tinha acabado de sair de uma boate, estava passando ao lado de um bordel quando resolvi acender um cigarro. Lembro do ar da noite estar frio e o vento querer atrapalhar a chama do meu isqueiro.
Havia soltado um xingamento quando um carro parou ao meu lado, beirando a calçada ao qual eu estava. O vidro baixou e o rosto de homem na faixa dos trinta anos apareceu ali.
O cara me chamou de "delícia" e pediu para que eu entrasse no carro.
Suspirei, ele me confundiu com uma prostituta só por estar na frente de um bordel. Eu cheguei até a pedir desculpas e dizer que ele tinha se confundido, voltei a andar, agora com o cigarro aceso e o isqueiro já no bolso da minha jaqueta, mas o carro me seguiu.
Respirei fundo e continuei meu caminho. O homem gritou dali do vidro para eu entrar logo no veículo, me chamando de vadia. Eu não me aguentei ouvindo aquilo, eu não tinha problema com as prostitutas, elas só estavam fazendo seu trabalho, mas sim com aquele homem que não sabia tratar uma mulher com a devida educação.
Parei de andar e abaixei o cigarro, o segurando entre os dedos da mão direita.
O homem sorriu enquanto me comia com os olhos dos pés a cabeça. Ele parou o carro esperando que eu entrasse ali. Olhei a minha volta, não tinha ninguém na rua. Ótimo. No segundo seguinte, os quatro pneus do carro estouraram e murcharam juntos.