Capítulo 18: Lasanha debochada

52 24 37
                                    

Sábado, Quattysville
Casa da Luiza
9:05 AM

━━━ • ✙ • ━━━

Arruinados. Era assim que eles se sentiam. Totalmente perdidos na imensidão do oceano turbulento daquele mistério, já que as velas do barco que tinham foram destruídas a poucos minutos por uma estranha qualquer que usava jaqueta vermelha. Mas de qualquer forma, o barco ainda continuava a boiar, mesmo não tendo uma direção.

Luiza tentou recuperar algumas coisas mas tudo o que sobrou foram papéis rasgados em fragmentos minúsculos e quase impossíveis de serem concertados, enquanto Alexia tentava se segurar para não sair quebrando tudo. Por sorte, a mãe de Luiza havia partido para Washington na noite anterior, aonde passaria uns dias lá com seu marido, dando assim a oportunidade de concertar a parede antes que ela retornasse.

Felizmente, eles haviam uma suspeita, muito forte por sinal já que, segundo Lui, todas as pistas apontavam Madame Lazz Ãnha como a principal suspeita.

— Todos. Absolutamente todosdisse Alexia com uma certa tristeza estampada no rosto, mas também com uma bela dose de certeza.

— Todos quem? — perguntou Adam olhando espantado para Ale tão espantado quanto todos. Certamente Adam estava mais assustado que todos ali.

— O velhote da livraria, o Tony, essa louca aí, Todos. Todos querem nos ver longe daquele lugar. É aquele lugar que precisa ser investigado, e não a idiota da Montgomery.

Luiza pareceu pensar um pouco enquanto olhava definitivamente para o nada. O silêncio tomou conta novamente, e tanto Ale quanto Adam olhavam para o cérebro do trio em busca de uma resposta concreta que traga ao menos uma única gota de esperança ao caso, pois aquela altura da situação tudo parecia estar perdido. Alexia, porém, era um tanto quanto esquentada e explosiva e logo murmurou lentamente olhando para Lui com grande desanimo no olhar.

— Lui... não fique olhando para o nada e pensando em algo que não vai fazer. Precisamos agir, precisamos ser corajosos e enfrentar o que há de vir.

Luíza porém, não aceitou que seu pensamento fosse cortado, logo soltando as seguintes palavras em tom baixo e sereno:

— Muitas pessoas tomam grandes decisões quando olham para nada. Sendo assim, talvez o "nada" seja o "tudo". E para dizer a verdade, acabei de ter uma ideia.

A jovem loira jogou uma mecha do cabelo para trás da orelha e suspirou fundo antes de falar o que tinha acabado de concluir sobre aquilo tudo:

— Ale talvez tenha razão. Também pensei que seria melhor voltarmos para a biblioteca, e dessa vez não vamos atrás de pistas, e sim de respostas. Todos estão nos tentando impedir de ir até lá. Porque? Porque será? Será que todos eles estão envolvidos no sumiço daqueles jovens? Será que é porque lá é onde tudo aconteceu e somente lá estão as respostas? Poxa, nenhum detetive começa a investigar algo sem antes inspecionar o local do crime. Nunca teremos respostas sobre o sumiço dos jovens, e a nossa ligação com isso tudo, se não voltarmos lá.

Adam e Alexia concordaram positivamente, embora talvez Adam estivesse com um pouco de medo da suposta maldição, mas concordou em voltar lá.

— E essa mulher estranha aí? Está na cara que foi mandada por alguém — afirmou Adam.

— Certamente. Ninguém quebraria a minha parede apenas para destruir alguns papéis.  — disse Alexia.

Luiza se aproximou novamente do local destruído para analisar se havia sobrado algo, ainda na esperança de ter respostas. Negativo. Os livros viraram apenas rasgos, e os papéis e fotos foram fragmentos por completo. Porém, Luiza abaixou-se no chão para pegar um fragmento que destacava perfeitamente a face do Professor Mackenzie.

Herdeiros de AzzalémOnde histórias criam vida. Descubra agora