Quando a tarde chegou, os três já estavam como estátuas parados no estacionamento da delegacia, só aguardando Bruce chegar após o almoço.
Quando o carro apontou na esquina, Alexia correu e ficou no meio da única vaga vazia, para impedi-lo de estacionar ali. Bruce se viu obrigado a parar o carro no meio da rua, mas antes que pudesse pensar em descer, a jovem já estava ali na janela do seu veículo.
— Mexendo no WhatsApp enquanto dirige Bruce? Não sabe que isso é crime, você por ser policial não tem mais privilégios que ninguém. — afirmou Alexia.
— Desde quando você começou a militar? — falou o rapaz em tom baixo.
— Eu aprendi ontem no Twitter. É só falar uma coisa que seja obviamente óbvio e ser aclamada pela sociedade como fada sensata. — suspirou Alexia, enquanto sorriu maleficentemente — Enfim, da onde tu tirou internet o usar o WhatsApp? Você me disse que não tinha créditos.
Bruce suspirou fundo antes de responder:
— Eu entrei agora, porque a partir da esquina já pegou o Wi-Fi da delegacia.
A última coisa que Alexia queria era parecer que ela estava controlando a vida de Bruce. Na verdade, ela queria mais era confirmar coisas que haviam ficado em aberto: a questão de Lince era uma delas. Ela tinha fortes suspeitas que o passado do tal Alberto Owens poderia estar ligado ao presente filho, no caso o homem que estava diante dela.
— Mentiroso, porque eu fui lá atrás e desliguei a energia, logo quando cheguei.
Ele ficou paralisado, sem saber o que responder. Seus olhos azuis haviam se fixado no rosto de Alexia como se estivesse visto um fantasma.
— Tá tudo bem, eu coloquei crédito hoje cedo. — enfim disse ele. — Não te respondi porque você recusou todos os meus convites para sairmos juntos. Achei que você não gostasse mais de mim. Me perdoe.
— Achou que eu não gostava de você? Eu não tenho a menor obrigação de gostar, não há nada entre nós. E não faça carinha de cãozinho abandonado, porque comigo não cola. Eu te perdoo se me responder tudo que eu e meus best friends temos a perguntar. — falou Alexia, toda afrontosa como sempre.
O rapaz barbado apenas chacoalhou a cabeça de forma positiva, claramente ele estava longe de entender a bipolaridade da garota. Com um movimento rápido, desceu do carro e acompanhou eles até a delegacia. Naquele dia em específico, apenas ele estava tomando conta dali pois os outros dois policiais tinham tirado férias, e os substitutos viriam no dia seguinte.
O delegado mal sentou-se na cadeira e já foi interrogado por uma voz feminina aguda, porém em baixo tom:
— Queremos saber porque seu pai insistiu tanto em arquivar o caso dos jovens desaparecidos em 98. — enfatizou Luiza, já indo direto ao ponto.
— Se vieram aqui para falar do meu pai, podem por favor sair. — interrompeu Bruce apontando o dedo para a porta de saída.
Alexia ficou surpresa com a reação dele; talvez falar sobre seu pai fosse algo delicado, já que ele sofreu um acidente terrível.
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Herdeiros de Azzalém
Roman pour AdolescentsPLÁGIO É CRIME ! Após descobrir por fontes anônimas que foi traída pelo seu namorado, Alexia tenta manter o foco em sua vida e aproveitar suas últimas semanas no Ensino Médio com seus amigos Adam e Luiza. Contudo, um estranho sujeito começa a assomb...