Passado.

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Capítulo 12

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Capítulo 12.

20. 11. 2015.

O sol estava apino no céu azul, com pouquíssimas nuvens, fazendo a temperatura ficar mais quente, porém o vento forte trazia consigo uma sensação mais refrescante em alguns momentos. No entanto, isso não estava me impedido de suar bastante e ter alguns fios soltos do meu cabelo colando-se na pele do meu pescoço.

Porra, eu odeio o calor infernal!

Minha atenção fora capturada pela profusão de flores a minha esquerda, o que me fez parar de caminhar e ir até no canteiro mais próximo. Eu não era uma pessoa que gostasse delas, mas Malu amava-as e não teve que se esforçar muito para me fazê-la acompanhar até o Jardim Botânico de Petrópolis.

Olhei para os lados, procurando-a com atenção, e a encontrei bons metros de mim enquanto conversava com uma senhorinha a baixinha. Desviei o olhar, e fitei as rosas amarelas em dúvida se deveria ou não dar continuidade ao meu plano diabólico.

É apenas uma mesmo, pensei ao dar de ombros e agachei-me.

- Não leu que é proibido pegar algum flor dos seus canteiros? – Indagou uma voz feminina e séria.

Senti o meu rosto pegar fogo no mesmo momento, fazendo o constrangimento me consumir rapidamente.

- Me perdoe! – Pedi ao ficar de pé, virando de frente a voz – Eu...eu...eu... – Gaguejei ao fitar os olhos castanhos claros de uma senhorinha negra – Só me desculpe, por favor, juro que não voltarei a fazer isso – Murmurei com um fio de voz, encarando o chão em seguida.

Ouvi uma risada baixa e divertida vindo dela, o que me fez franzi o cenho e voltar a encará-la sem entender nada.

- Me diga, minha filha, o que você e a mocinha linda são? – Ela indagou com um sorriso sereno, agachando-se diante do mesmo canteiro – Vamos lá, não seja vergonhosa – Piscou um olho.

Novamente, desviei o olhar e olhei na direção que Maria Luísa permanecia parada com a mesma senhorinha. Aos meus olhos, ela parecia um anjo de pele morena, olhos expressivos e lindos cabelos castanhos. O vestido fino e branco abraçava o seu corpo magro e pequeno com tanta delicadeza, que parecia que havia sido feito para unicamente para ela.

Eu a desejava na mesma proporção em que a amava.

- Meio que estamos namorando há um mês – Murmurei meio aérea, encarando a senhorinha mais uma vez – Nós nunca chegamos a rotular o que temos – Sussurrei, incomodada.

Malu e eu estávamos em uma espécie de relacionamento sério, porém nunca houve um pedido de namoro de qualquer lado. Ela não parecia se incomodar com o nosso status, mas eu queria anunciar para os quatro cantos do mundo que ela estava comigo assim como eu estava com ela.

- As vezes, ela só está esperando um pedido vindo de você, filha – A senhora murmurou, ficando de pé e estendeu-me uma única rosa amarela – A minha esposa também ama as rosas amarelas – Abriu um sorriso largo – Deve ser por isso que a sua garota está conversando tão animadamente com Amália – Completou ao piscar um olho, virando-se em seguida e indo embora sem acrescentar mais nada.

Segurei o caule da Rosa com mais força, e olhei na direção de Malu.
O que eu a pediria em namoro?

Doce dezembro - romance lesbico. Onde histórias criam vida. Descubra agora