Presente.

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Capítulo 33

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Capítulo 33.

Atualmente.

- Sim – O seu sussurro veio um tempo depois – Juro que tentei apagar do meu coração e até consegui por alguns anos, porém o seu incentivo em mandar aquela droga de vídeo reacendeu com poder o meu sonho – Revelou com pesar, enquanto chorava baixinho – Me sinto tão perdida agora, amor – Ela confessou, erguendo a cabeça e me fitando com desespero – Tão dividida entre realizá-lo ou em permanecer ao seu lado...Nosso casamento está tão perto, mas tenho uma única chance de... – Calou-se, desviando o olhar para o chão.

Fechei os olhos, sentindo o peso da sua confissão. Eu também me sentia tão perdida, tão sem rumo, mesmo que minha decisão já tivesse sido tomada na noite anterior. Contudo, nada aliviava a dor da nossa separação, pelo contrário, era como seu meu peito estivesse sendo esmagado e sufocando-se no próprio lamento.

- Malu... – Interrompi-me, e dei um suspiro profundo – Eu te amo mais do que tudo... – Continuei em um sussurro doloroso, dando uns passos na sua direção, e parei poucos centímetros dela – Porra, como eu te amo, garota – Repeti, engasgada, fazendo erguer a cabeça – Malu... – Fechei os olhos, explodindo em um choro baixo e angustiado.

Em seguida, senti os seus braços curtos me rodeando e a sua cabeça sendo pousada contra o meu ombro. Mordi o lábio inferior, abraçando-a com toda a minha força, e enterrei o rosto contra o seu cabelo escuro e cheiroso. Inspirei profundamente, sentindo uma paz tímida começando a nascer no meu interior.

Havia chegado a hora de deixá-la ir.

- Raphaela, olhe para mim, por favor – Pediu em tom baixinho, afastando-se – Eu preciso ir atrás desse sonho. Me perdoe por isso – Murmurou, pesarosa – Ter que deixá-la para trás... – Calou-se.

Ainda de olhos fechados, abri um sorriso pequeno e neguei com a cabeça.

- Não, meu amor – Soprei, abrindo-os e encarando-a com todo o meu amor – Não peça perdão por buscar a sua felicidade em outro lugar – Segurei o seu rosto entre as minhas mãos – Eu te amarei até o fim – Franzi o cenho, seriamente – Nunca se esqueça disso ou duvide da profundidade dos meus sentimentos por você – Afirmei.

Ela assentiu, abrindo um sorriso triste.

- Eu também te amarei até o fim – Malu declarou, ficando nas pontas dos pés – Isso é um até logo, Rapha – Prometeu, antes de beijar-me pela última vez.

Me perdi na maciez dos seus lábios, o calor do seu corpo colado contra o meu, e no seu perfume inebriante. Naquele momento, fui do inferno pessoal até o paraíso, porém caí de volta para o mesmo lugar quando ela quebrou o beijo e afastou-se. Demorei alguns instantes, apenas apreciando a sensação, e abri os olhos por fim. Ela me fitava com os olhos marejados, e um enorme sorriso triste.

- 24 de dezembro de 2023 – Murmurei, com o coração aos pulos, enquanto me afastava dela e tirava a minha aliança de noivado – Às 16 horas, eu estarei no Central Park, New York, caso seja o nosso destino permanecer juntas após o dia de hoje – Prometi em meio as lágrimas.

- Raphaela...

- Peço que apenas vá se você não estiver com ninguém e ainda me amar – Insisti, ansiosamente – Por favor, só prometa que vá com essa condição.

Ela fechou os olhos, e assentiu com a cabeça.

- Eu prometo, meu amor.

Não a respondi, apenas deixei a minha aliança sobre o braço da poltrona, que ficava bem ao lado da saída, e fechei a porta atrás de mim com suavidade. Em meio ao silêncio do corredor, enterrei o rosto nas minhas mãos e me permiti, mais uma vez, chorar para tentar aliviar toda a minha dor.

Doce dezembro - romance lesbico. Onde histórias criam vida. Descubra agora