Presente.

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Capítulo 31

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Capítulo 31.

Atualmente.

A sua risada alta e irônica preencheu a cozinha, deixando-me confusa por sua reação inesperada. Franzi a testa, enquanto as lágrimas ainda escorriam pelas minhas bochechas, e a fitei sem saber o que falar. Malu retribuiu o olhar, abrindo um sorriso de escarnio, e negou com a cabeça para os lados com leveza.

- É por me amar demais que está terminando comigo? – Repetiu, cética, e arqueou uma sobrancelha – Que tipo de amor é esse, Raphaela? – Estalou a língua, negando novamente – Nunca ouvi tanta merda saindo da sua boca em menos de 24 horas.

Engoli em seco.

- Sim, Malu, é por te amar demais que estou te deixando livre para correr atrás do seu sonho e realizá-lo – Sussurrei com um fio de voz – Quero que você seja completamente feliz estando comigo ou não – Forcei um pequeno sorriso – Jamais pense que está sendo fácil para mim tomar essa decisão, porque é como se meu coração estivesse sendo arrancado do meu peito com lentidão – Afirmei com pesar.

Maria Luísa encarou-me como se uma segunda cabeça estivesse nascendo no meu pescoço, ou como se eu tivesse pirado completamente e estivesse cometendo a maior loucura da minha vida.

Talvez, fosse isso mesmo.

- Você enlouqueceu – Ela rebateu, baixinho – Você enlouqueceu, Raphaela – Repetiu em um grito agoniado e, em seguida, chutou a cadeira com força, que caiu de lado – Me deixar por causa de uma merda de sonho, que eu já tinha enterrado no meu coração antes mesmo de te conhecer? – Berrou, histericamente – Vai para o inferno, porra! – Praguejou em meio as lágrimas, passando por mim como um furacão e indo na direção ao nosso quarto.

Cobri a minha boca com a mão, tentando sufocar mais uma onda de choro, e fechei os olhos. Naquele momento, desejei que tudo tivesse sido diferente, e eu nunca tivesse a convencido a enviar o vídeo, onde ela dançava lindamente, para a seleção da Joffrey Ballet School. No entanto, ela havia sido aceita, apesar de já ter 25 anos e ser bem mais velha que as pessoas que eram selecionadas. E eu sabia que era a sua grande chance de ouro e, com certeza, a única de entrar em uma escola tão prestigiada.

Por que tinha que doer tanto?!

Então, era isso. Havia chegado a hora de libertá-la para sempre e deixá-la livre para viver a sua grande conquista. Foi com isso em mente, que respirei fundo e enxuguei as lágrimas, antes de seguir em direção ao nosso quarto. A cada passo dado, era como se meu coração estivesse sendo rasgado com lentidão por um caco de vidro. Doía como o inferno no meu peito, porém era tarde demais para mudar de ideia.

Mesmo que esse fosse o meu maior desejo.

- Malu? – Sussurrei em um sopro de fôlego, encontrando-a sentada na beirada da cama e com o rosto enterrado nas suas mãos – Olhe para mim, por favor! – Pedi, calmamente, atraindo o seu olhar morto e choroso na minha direção – Você... você... – Pausei, engolindo em seco – Até hoje, ser aceita na Joffrey Ballet School ainda é o seu grande sonho? – Inquiri com o coração aos pulos – Seja franca comigo, por favor.

Ela fitou-me em choque e sem reação alguma a princípio, porém abaixou a cabeça e encarou o chão. Foram minutos dolorosos e intermináveis, até que Maria Luísa respondeu-me com um aceno positivo de cabeça.

Doce dezembro - romance lesbico. Onde histórias criam vida. Descubra agora