Passado.

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Capítulo 8

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Capítulo 8.

05. 08. 2015.

Me encolhi debaixo da montanha de cinco cobertores, enquanto escutava a chuva ficar mais forte e impiedosa sobre a cidade de Teresópolis. Mais uma vez, virei-me na cama, procurando uma posição confortável, e tentei dormir, porém falhei miseravelmente. Novamente, ela estava tomando a minha mente e tirando o meu sono.

Porra!

Somos amigas.

Somos amigas.

Somos amigas.

Puta merda de azar!

Há quase 4 meses, conheci Maria Luísa, e me vi rapidamente apaixonada. No fim, era foi algo inevitável, levando em conta que ela já mexeu comigo de certa forma desde que a vi pela primeira vez. No começo, tentei tirar esse sentimento do meu coração e seguir com a minha vida, ignorando a sua presença sempre forte e marcante sempre que eu passava pelas portas duplas da lanchonete. Entretanto, ela me venceu com o seu jeito doce e sorriso maravilhoso.

Maldito sorriso que estremece todas minhas estruturas, e é algo totalmente platônico.

Parabéns, Raphaela Alvares, a sua sorte no amor é extremamente invejável por toda população do estado do Rio de Janeiro.

- Filha da puta! - Reclamei irritada e bufei em desgosto, chutando os cobertores para o lado - Maldita hora em que entrei naquela lanchonete - Passei as mãos por meus cabelos, em um gesto de ansiedade e nervosismo.

Encarei o relógio sobre a mesa de cabeceira da cama e já passava de uma hora da manhã. Bufei pela centésima vez, e desisti de tentar dormir, afinal parecia que eu nunca conseguiria pregar os olhos e ser acolhida pelo mundo dos sonhos.

Um arepio subiu pela minha espinha, quando os meus pés entraram em contato com o piso gélido do quarto. Ignorando a sensação incomoda, parti em direção a cozinha enquanto planejava preparar um delicioso chá de hortelã.

Um meio sorriso animado nasceu nos meus lábios com o pensamento, porém fui interrompida quando a campainha começou a ser tocada de forma descontrolada.

- Quem será a essa hora? - Sussurrei para a escuridão da sala.

Franzi a testa, e espiei pelo olho mágico, mas não vi ninguém. Eu achava que era Letícia, pois a minha melhor amiga tinha ido dormir na casa do namorado e poderia ter esquecido a chave da nossa casa. Porém, por quê ela iria voltar bem no meio da madrugada e sem a própria chave? Era eu quem esquecia a própria chave.

É, só não esqueço a minha cabeça em casa porque está colada no pescoço, como diz aquele ditado da juventude da avó da minha mãe.

Pensei em ignorar quem fosse, porém a campanhia voltou a ser tocada escandalosamente. Franzi as sobrancelhas, preparando para soltar o meu repertório de palavrões em quem estivesse do outro lado da porta, quando abri-a de forma violenta e senti o ar sumir completamente dos meus pulmões.

- Oi... - Ela sussurrou sem graça, encolhida de frio e completamente molhada pela chuva - Eu posso entrar?

C-A-R-A-L-H-O, era Maria Luísa na minha porta!

Doce dezembro - romance lesbico. Onde histórias criam vida. Descubra agora