Natiese, mais real que parece ...

Capítulo 35

PRISCILLA NARRANDO...

Não estava sendo fácil pra mim o ultimo mês. A viagem pra Minas foi uma ideia legal, mas não estava tão animada, eu fui pra agradar a Natalie. Já tinha 10 dias que estávamos lá e a Nat veio pra cima de mim querendo transar. Ela tava muito linda e gostosa, mas eu não tava afim. Os remédios que eu tomava tirava um pouco da minha libido. Por mais que eu desejasse a minha mulher eu não conseguia transar com ela já tinha algum tempo. Havia conversado sobre isso com meu psiquiatra que disse que era normal por causa de uma das medicações que eu estava tomando e que logo isso passaria, e minha psicóloga dizia pra não forçar a barra e fazer tudo no meu tempo. Quando tentei conversar de novo e ela falou em divorcio eu perdi a cabeça. Acabei fazendo tudo que eu não deveria ter feito. Eu agi como nunca agi na vida com ela. Quando ela disse que eu tava forçando ela, que era estupro que eu estava a machucando eu a soltei num súbito momento de razão. Vesti a blusa e me sentei no meu lado da cama. Em alguns segundos pude ouvir o choro dela. Aquele choro me doeu muito. Eu a magoei ainda mais. Eu a machuquei talvez de forma irreparável. Ficamos assim, sentadas na cama por alguns minutos até que ela se deitou apagando o abajur do lado dela. Ela ainda chorava baixinho. Eu deitei e apaguei meu abajur também e naquela total escuridão eu só ouvia o choro baixo da minha mulher. Eu não aguentei e comecei a chorar também e passamos a nossa noite assim. De costas uma pra outra, chorando sem pedir desculpas sem conversar até adormecer. Acordei no meio da madrugada com muita dor de cabeça, então desci peguei agua tomei um remédio pra dormir. Passei nos quartos das meninas, elas estavam dormindo tranquilas. A Natalie dormia pesado e sua feição era triste. Eu me deitei novamente e logo apaguei. Acordei assustada procurando meu celular, olhei a hora e ela quase meio dia já.

Eu: Meu Deus dormi demais... – levantei fui ao banheiro e não vi algumas coisas da Natalie. Fui até o closet e eu fiquei gelada. Vi alguns cabides vazios, e uma das malas da Natalie não estava ali. Eu sai do quarto fui até o quarto da Alice e as gavetas estavam abertas e a mala dela não tava no quarto. Fui até o quarto da Nina e a mesma coisa. Desci e interfonei pra portaria. – João é a Priscilla do 602 tudo bem?

XX: Tudo dona Priscilla e a senhora?

Eu: Tudo bem. A Natalie saiu que horas você viu?

XX: Ela saiu era umas 8:30 dona Priscilla. Eu a ajudei a colocar a cadeirinha da Nina no carro dela, a guardar as malas.

Eu: Ela disse pra onde ia?

XX: Ela não disse não.

Eu: Ok, obrigada. – desliguei e liguei pra Natalie e caia na caixa postal. Liguei pra casa da grandma e ela não sabia da Natalie. Liguei pra Emily e ela não sabia de nada também. Mandei mensagem pro Rod e pra Rafa e elas não sabiam da Natalie. Liguei umas 20 vezes pra ela e dava caixa postal até que eu deixei recado.

NATALIE, ONDE VOCÊ TÁ? PRA ONDE VOCÊ LEVOU AS MINHAS FILHAS??? SE VOCÊ NÃO ME LIGAR OU NÃO VOLTAR PRA CASA

AGORA ASSIM QUE OUVIR ISSO, EU VOU CHAMAR A POLÍCIA OUVIU BEM? – berrei no celular. Eu fiquei muito nervosa, comecei a chorar e a tremer. Peguei uma garrafa de uísque e comecei a beber. Eu não podia beber por causa dos remédios fortes que estou tomando, mas eu estava fora de mim. A gente tava sem babá, sem cozinheira e sem faxineira. O apartamento um caos. Eu tava tão louca que limpei o apartamento inteiro sem perceber. Logo eu recebi uma mensagem dela.

Não dá pra continuar desse jeito. Estamos seguras longe de você. Não se preocupe com as meninas, sabe que sou boa mãe.

Aquela mensagem me matou... Eu liguei pra ela e ela cancelava a ligação até que de tanto insistir ela atendeu.

Nat: O que você quer Priscilla? Eu já falei que as meninas estão bem.

Eu: Natalie, eu quero minhas filhas hoje aqui em casa e eu não estou de brincadeira. – falava nervosa.

Nat: Eu não vou voltar Priscilla, as coisas não são como você quer. O mundo não gira em torno de você. Olha tudo que você tá fazendo. Você acha que ta certa Priscilla? – falava nervosa e com voz de choro.

Eu: E você acha que está certa Natalie? Você simplesmente saiu de casa levando minhas filhas...

Nat: Elas também são minhas filhas Priscilla... E você tá totalmente fora de controle, não tem a mínima condição de você ficar com elas.

Eu: Natalie, onde você está?

Nat: Eu não vou te falar...

Eu: Você tem 1 hora pra voltar pra casa com as minhas filhas Natalie. Se em uma hora você não estiver aqui com elas, eu vou chamar a policia e te acusar de sequestro. – tremia.

Nat: Olha o que você tá dizendo Priscilla. Você precisa ficar sozinha você precisa de um tempo.

Eu: Eu me jogo dessa janela se você não voltar pra casa com as minhas filhas Natalie.

Nat: PARAA PRISCILLA... PARA COM ISSO... PARA DE CHANTAGEAR.

Eu: EU NÃO TO CHANTAGEANDO... SE VOCÊ NÃO VOLTAR PRA CASA AGORA COM AS MINHAS FILHAS EU ME JOGO DESSA JANELA NATALIE E EU NÃO ESTOU BRINCANDO... VOCÊ TEM 1 HORA – desliguei na cara dela. Eu tava extremamente nervosa, fora de controle total. Eu tomei vários comprimidos com uísque... Entrei no chuveiro tomei um banho frio. Eu não comi nada o dia todo. Logo ouvi meu celular tocar, era a Natalie. – Já está chegando?

Nat: Não Pri, para com isso você tá fora de controle, me entende...

Eu: Já se passaram 55 minutos Natalie. Você tem 5 minutos pra estar aqui com as meninas, se não estiver em cinco minutos eu me jogo daqui de cima. – desliguei na cara dela de novo. Passados 5 minutos, ela me ligou novamente e eu não atendi. Peguei o vidro de remédio e tomei mais um monte de comprimidos e uma dose de uísque por ajudar a descer. Ela não parava de me ligar. Poucos minutos depois a Emily me ligou, o Rodrigo, a Rafa. A Julia e a Leticia também ligaram e eu não atendi ninguém. Eu subi pro meu quarto e sentei no chão perto da cama... Eu não conseguia mais levantar. Minha cabeça pesava muito, meu corpo pesava muito. Sentia meu coração bater muito rápido, minhas mãos suarem. Poucos minutos depois eu não vi mais nada.