Capítulo 42

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30 DE OUTUBRO...

Acordei com contração e estava bem dolorosa. Olhei a hora e passa de 4 da manhã. Era sexta feira. Eu acordei a Priscilla.


Eu: Pri acorda...

Pri: Oi... Oi... – acordou assustada.

Eu: Eu to com contração e bem dolorosa...

Pri: Que horas são?

Eu: 4:15.

Pri: Baixou o aplicativo pra contar as contrações?

Eu: Baixei. Durou 3 minutos. – a gente não conseguiu dormir mais. As 5 horas tive outra com a mesma duração e as 5:45 a mesma coisa. Liguei pra Simone, ela disse que eu poderia estar em trabalho de parto então era pra eu ir até o consultório dela pra ela me examinar. Tomei um bom banho, me troquei, nem tomei café da manhã. Achamos melhor não falar nada para as meninas por enquanto. As deixamos na escola e fomos até o consultório dela que era ao lado do BarraDor.

Simone: Vamos ver como está essa dilatação, se essa garotinha já está querendo vir ao mundo? – eu me deitei e ela me examinou. – Nossa!

Eu: O que foi?

Simone: 3 centimetros dilatada e o colo do útero ta bem fino já. Se quiser em casa pegar as malas, vai rapidinho e vamos te internar já.

Pri: Já? – a Pri tava assustada. Conheço aquela cara.

Simone: Já. E mais rápido que pensei... A bolsa ainda não estourou, mas ela tá encaixadinha já. É questão de tempo. – fomos em casa, minhas coisas já estavam prontas, a da Liz também. Liguei pra minha mãe e ela já tava de sobreaviso então ela viria pro Rio o mais rápido possivel. A Pri avisou minha sogra e fomos pro BarraDor. A Simone já estava lá, tinha sido chamada pra um parto de emergência. Quando entrei no quarto que ia ficar minha bolsa estourou. Uma enfermeira obstétrica veio me examinar, eu já tava com 5 centimetros. Tava dilatando muito rápido. A dor era horrível agora eu sabia o que a Pri tinha sentido no trabalho de parto dela já que a Alice nasceu de cesárea então não senti quase nada comparado ao que estava sentindo aquela hora. Eu comecei a chorar, era um misto de alegria e medo sem explicação.

Pri: Amor ta tudo bem, vai dar tudo certo – fazia massagem em mim.

Eu: Vem mais uma... – apertei a mão dela. O monitor marcou uma super contração e foi bem dolorosa mesmo. A Pri ligou pro Rodrigo buscar as meninas no colegio pra nós, levá-las em casa pra almoçar e se elas quisessem, levá-las ao hospital... Quando deu 14 horas elas chegaram. Minha mãe chegaria no voo das 17 horas, minha tia iria busca-la no aeroporto. Eu tava implorando por uma anestesia, mas naquela altura eu já não poderia tomar mais, teria que aguentar até o fim. Fui pra banheira e fiquei lá um tempo, era quando as dores ficavam mais suportáveis. Quando deu 16:30 eu estava com 8 centimetros de dilatação. Faltava pouco pra minha filha chegar. Eu estava tremendo de dor. Estava em trabalho de parto há 12 horas mais ou menos. Minha tia já tinha ido para o aeroporto buscar minha mãe. Num dado momento fiquei sozinha no quarto com a Pri. Eu estava na banheira e ela sentada num banquinho fazendo carinho na minha cabeça. – Eu acho que não vou aguentar amor.... – falei chorosa.

Pri: Vai aguentar sim amor, já aguentou até aqui. Você vai aguentar sim, calma... Eu sei que doi, mas falta pouquinho, você tá sendo muito guerreira.

Eu: Em pensar que eu sugeri que você tivesse a Nina em casa. – ri em meio a dor.

Pri: Pois é né. Tá vendo que não é fácil botar uma criança no mundo – riu me dando um beijo no rosto – Eu te amo, muito. Obrigada por fazer isso pela nossa família...

Eu: Eu te amo mais meu amor... – a beijei. Quando deu 17:45 minha mãe chegou e eu cai no choro. Como era bom tê-la comigo aquela hora. A dor era terrível. A Simone voltou pra me examinar.

Simone: Chama o pediatra pra mim rápido – falou assustada.

Eu: O que foi?

Simone: Ela tá nascendo... – minha alma gelou aquela hora. Era real, minha filha tava chegando. Minha mãe, a Pri, minha tia e minhas filhas estavam lá, a fotografa estava lá desde que cheguei ao hospital de manhã. Eu não quis sair da banheira eu tinha medo até de levantar. – Agora é com você Natalie, na próxima contração você empurra como eu te ensinei... – e eu fiz exatamente como ela pediu. Não consegui evitar o grito, doía muito. Quando vi que ela estava saindo e só mais um empurrão eu teria minha filha em meus braços eu tirei toda a força da minha alma e empurrei. Em seguida a puxei junto com a Simone pro meu colo. Ela deu um grito começando a chorar muito.

Eu: Ai meu Deus... Ai meu Deus – eu não tava acreditando naquilo. – Oi filha... Oi meu amor, seja bem vinda... – ria e chorava. Era um misto de emoções que eu não conseguia explicar. Ninguem mais existia naquele momento, só a minha pequena, parece que tudo e todos tinham sumido aquela hora ficando somente eu e ela no mundo. Aquele momento era nosso, só nosso. Ela tocou meu rosto enquanto eu falava com ela e parou de chorar fazendo o maior bico do mundo. – Pra que esse bico filha, é a mamãe meu amor... É a mamãe... – ela logo já estava mamando em mim. Eu me perdi no tempo com ela ali. Tão perfeita, tão linda. A Pri cortou o cordão, o pediatra a pegou para medir e pesar, fazer os primeiros exames. Enquanto isso me ajudaram a tomar um banho, me vestir e ir para cama num outro quarto, bem aconchegante. Eu pude finalmente comer, estava faminta. Logo a Pri chegou com a enfermeira e ela. Ela tinha ido dar o primeiro banho nela. A enfermeira me ajudou a dar o peito a ela novamente, e o pediatra logo entrou no quarto falando como ela estava. Ela estava ótima, super saudável, media 48 centímetros e pesava 3,260. Ela era muito gordinha. Depois que ela mamou, minha mãe a pegou, minhas filhas também. Elas estavam encantadas com a irmãzinha. Eu acabei dormindo, estava exausta. 

Natiese, mais real que parece ...Onde histórias criam vida. Descubra agora