18. Espera, droga

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Eu queria poder contar como foi o sonho com minha mãe aquela noite, mas eu não havia conseguido dormir.

Fui despertado do transe pelo sol refletindo em meus olhos ardidos.

Eu agora sim estava acabado, mal conseguia enxergar por conta de minhas pálpebras inchadas. Minhas mãos ainda haviam sangue e em minhas roupas também.

A casa estava bagunçada por conta da festa, e com tudo o que eu havia descobrido, o sono não teve tempo para aparecer.

Admito que ver meu rosto com sangue seco e minhas mãos machucadas pelos socos me traumatizaram um pouco.

Mas resolvi levantar e tomar um banho, já que eu ainda teria que trabalhar.

[...]

Em plena quarta-feira eu me sentia perdido, eu deveria pedir desculpas para Kihyun mas eu acho que não conseguiria.

— Não precisa trabalhar hoje se não quiser. — Hwasa apareceu enquanto eu terminava de arrumar a bagunça da casa.

Ela estava bem arrumada, com os cabelos negros soltos e um batom escuro.

— Obrigado. — respondi.

— Você já pediu desculpa para Kihyun? — como sempre Hwasa adivinhou meu pensamento.

— Ainda não. — olhei-a, sabia que uma bronca estaria por vir.

— Por que você tenta manter essa pose de homem dominador que tem tudo sobre controle? — ela caminhou até mim — Nós sabemos que você não é assim.

— Eu não quero me sentir inferior a ele, esse é meu jeito de me sentir bem.

— Kihyun é apaixonado pelo o que voce é, e não pelo o que você finge ser Chang.

— Eu realmente não sei se ele é apaixonado por mim Hwasa. — parei o que estava fazendo para encara-la — E se a intenção fosse se aproximar de você e como consequência se aproximou de mim?

— Chang... — ela respirou fundo — Eu entendo toda essa confusão de sentimentos aí dentro, mas não confunda as coisas.

— E se eu estiver confundindo desde o começo? Não sei se foi uma boa ideia me envolver com Kihyun. — essa frase foi tão aliviadora, estava presa em minha garganta a dias, mas ao mesmo tempo meu coração pesou.

Eu tive que digerir a ideia de que Kihyun é meu chefe e de que Hwasa também era envolvida com drogas, então eu não me culpo por estar tão confuso.

— Por que você se enfiou nisso se não é o que você realmente queria?

— Eu não tenho medo de arriscar Hwasa. — tentei arrumar uma desculpa, pra algo que não tinha um porquê.

— Mas você não vê que esse seu modo de arriscar vai machucar outra pessoa?

Fiquei em silêncio. Eu nunca gostei de mostrar esse meu lado sentimental e inseguro, as minhas últimas falas e ações foram reflexo da minha insegurança e não a verdadeira verdade.

— Só não desconte suas frustrações em Kihyun. — ela pegou as chaves do carro e saiu.

Espera, ai droga.

— HWASA!!! ESPERA! — desci as escadas correndo e por sorte alcancei ela a tempo.

— Diga Chang. — Hwasa abriu a porta do carro e colocou óculos escuros.

— Você sabe onde Kihyun mora?

Heroine Pure | •ChangkiOnde histórias criam vida. Descubra agora