Marcus avisou que eles chegariam as 10:00 h e eu fiquei vigiando. Queria ver o exato momento que ela entrasse no clube.
Iria esperar a reunião acabar e falar com ela na saída. Precisava me desculpar. Tudo que aconteceu ontem e minha conversa com Carla me fizeram refletir. Mesmo se ela não quisesse nada comigo, precisava explicar que não queria em momento algum que ela se sentisse como um objeto.
Ela chegou dez minutos antes, acompanhada das duas amigas e um homem diferente. Deve ser outro de seus assistentes.
Eles entraram e Montanha olhou diretamente para a câmera, pois sabia que eu estava vendo. Sua cara não estava boa e eu não gostei. Depois de tantos anos de convivência nós aprendemos a nos comunicar só no olhar, e o que ele me deu dizia que eu ia me ferrar.
Continuei acompanhando os passos deles, e vi quando ela pegou a mão do cara entrelaçando os dedos com ele.
Eu senti o ciúme e o ódio crescendo em mim. Ele não devia tocá-la. Não queria acreditar que ela tinha trazido o namorado para uma reunião de trabalho. Que porra era essa?
Por mais que eu quisesse virar as costas para o que eu estava vendo, não conseguia desgrudar os olhos da tela.
Não entendi muito bem quando os vi voltando para a pista de dança e o Marcus deixou o tal cara mexer na mesa de som. Eu não podia ouvir, pois o equipamento era só de vídeo.
Depois de algum tempo tocando, Marcus conversou um pouco com ele e se afastou.
Meu telefone tocou e eu me distrai ao atender.
"Luccas, por favor, prepare a TV da sala de descanso.
Vou fazer a reunião lá por que tem mais espaço. "
"Por que você deixa tudo para a última hora? "
"Para de reclamar cara. É só ligar um fio para notebook. "
"Certo. Mas o que está acontecendo aí embaixo? "
"Depois conversamos. Eu já estou subindo. "
Ele desligou antes que eu pudesse perguntar quem era aquele cara. Peguei os cabos no armário e quando olhei de novo para a tela, a cena que vi respondeu minha pergunta.
Nora estava nos braços dele e eles estavam se beijando. Eu achei que nunca sentiria aquela dor novamente. Ver a mulher que você gosta nos braços de outro homem.
Faziam seis anos desde que Sheila fez eu me sentir exatamente assim, quando me deixou logo depois de perder nosso filho. Eu fiquei tão destroçado que fiz vasectomia e fechei meu coração para o amor. Jurei para mim mesmo que não ia passar por aquilo de novo. Mas aqui estava eu no mesmo momento de ruptura.
Consegui me recompor quanto foi possível e fui instalar os cabos. Queria terminar antes que eles chegassem, pois não sei se vendo os dois cara a cara, ia conseguir me controlar.
Estava fazendo o mais rápido possível a configuração dos cabos, mas não foi o suficiente. Eles entraram rindo, mas tudo ficou quieto quando lentamente eu me virei e o Marcus as apresentou.
"Meninas, este é meu primo e sócio Luccas. "
Era visível o choque dela ao me ver. Estava congelada na porta e mais linda do que eu vi pelas câmeras. Seu cabelo hoje estava solto e ela usava um jeans justo em todos os lugares certos, com uma blusa de alças de seda azul. Eu queria correr até ela e beijá-la até que não conseguíssemos respirar, mas suas amigas que me viram no dia que fui na MOBILE, se adiantaram e agiram como se não me conhecesse. Entendi que elas estava protegendo a Nora, e por mais furioso que eu estava não ia prejudicá-la. Graças a Deus o cara não estava junto com ela. Me aproximei e estendi minha mão.
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Segunda Chance
Lãng mạnAos 41 anos, Nora Ribeiro ainda solteira, já havia se acostumado com a ideia que ficaria sozinha. Muitos relacionamentos problemáticos a deixaram cética quanto ao amor. O último encontro que teve, foi a quase um ano com um cara que ela conheceu num...