Já fazia alguns dias que eu estava nos meus pais, mas ainda não tinha conseguido relaxar. Meu pai ainda estava acamado e era teimoso feito uma porta.
"Pai, você precisa ir ao médico. "
"Já disse que não Luccas. Não adianta. O que tenho que fazer agora é esperar minha hora e quero fazer isso na minha casa. "
"Mas pai... "
"Não adianta filho. Eu já tentei de tudo para convencer este velho cabeça dura e não funciona. "
"Escute sua mãe. Se ela não consegue não é você que vai. Eu não vou a lugar nenhum. "
Não ia ter jeito, o velho quando empacava ninguém conseguia fazê-lo mudar de ideia.
No dia seguinte ele conseguiu levantar e me encontrou na varanda da frente.
"Bom dia filho!"
"Bom dia! Vejo que está melhor pai. "
"Sim. Tenho bons e maus dias, e hoje é um dos bons. "
"Pai, sobre o médico, eu... "
"Luccas, de uma vez por todas, não. Eu já vivi muito e fui muito feliz com sua mãe e você. Eu quero passar o tempo que me resta aqui com ela, vendo este mar lindo, e não em um quarto de hospital cheio de tubos e agulhas me furando o dia todo. "
"Você parece resignado demais. "
"Não, eu estou é satisfeito com a vida que Deus me deu até o momento. "
"Mas e a mamãe? Você não pensa em como ela vai ficar sem você? "
"Tenho certeza que o que ela menos quer é me ver sofrendo numa cama de hospital. Eu não sinto dores meu filho, apenas estou mais cansado em alguns dias. A máquina está parando e eu sei disso. Basta esperar. Pode ser amanhã, daqui um mês, ou até daqui um ano. Mas eu estou bem com isso. "
"Pai! Eu vou sentir sua falta. "
"Eu sei que vai. E você é minha única preocupação ainda. "
"Não se preocupe comigo. Eu estou bem pai. "
"Como bem? Eu te conheço Luccas. Você aparecer aqui justo quando a boate está deslanchando e todo inquieto desde que chegou. Anda, desembucha. "
"Eu vim para ver você. "
"Conta outra. Me diz, qual o nome dela? "
Eu olhei para meu pai que me olhava sério esperando uma resposta. Ele realmente me conhecia. Nunca consegui esconder nada dele.
"O nome dela é Nora. "
"Belo nome. E qual foi a besteira que você fez? "
"Por que o erro tem que ser meu pai? "
"Porque você é meu filho e eu sei exatamente como você é. Agora me conta tudo para que eu possa tentar te ajudar. "
Passei quase duas horas conversando com meu pai. Contei tudo desde o dia que começamos a conversar pelo celular.
Ele ficou apenas escutando. Eu sabia que ele estava trabalhando tudo em sua cabeça para dar uma bronca primeiro e depois seu conselho.
Quando terminei de falar como foi meu último encontro com ela no café, ele recostou na cadeira e fechou os olhos.
Esperei por um tempo e nada. Cheguei a pensar que ele estava dormindo, quando finalmente ele abriu os olhos.
"Eu nunca imaginei que você fosse tão estúpido Luccas!' Aí estava a bronca.
"Todo mundo que sabe dessa história só vê o meu erro, nunca o dela. "
"É por que não há o dela. Vamos lá Luccas, você é um homem inteligente. Estúpido, mas inteligente. "
"Mas pai, ela me tratou como um michê. "
"Eu não sei o que é isso, mas imagino, pois ela só devolveu o tratamento que você deu a ela. "
"Só por não a chamar para tomar banho comigo? "
"Não idiota. Você a tratou como se fosse só mais um buraco para você meter seu pau!"
Minha mãe resolveu aparecer justo nessa hora.
"Jorge! Que conversa é essa? "
"Lucia, seu filho é um idiota, é isso. "
"Ah pai. Na frente da mamãe não!"
"Você é metade dela. Ela tem responsabilidade sobre isso também. "
Meu pai resumiu toda a história para minha mãe, que me olhou feio e torceu minha orelha como fazia quando eu era criança.
"Não foi assim que eu te criei Luccas. Mulher tem que ser bem tratada. Não importa se por um ano, ou só uma noite.
Você vai consertar isso, senão vai se ver comigo. "
"Mas mãe, e se ela não quiser ficar comigo? "
"Não importa. Você tem que pedir perdão a ela. "
"Perdão? Acho um pouco exagerado mãe... "
Levei outro puxão de orelha e dessa vez doeu pra burro.
Depois de jurar para minha mãe que se precisasse eu imploraria o perdão dela, fui dar uma volta na praia para esfriar a cabeça.
Finalmente consegui ver o que todos me falaram, que o erro foi meu e tudo depois foi consequência disso.
Por mais que eu estava decidido a vê-la, resolvi esperar o tempo que tinha programado para voltar. Quem sabe assim ela estaria menos na defensiva. Com o projeto terminado, haveria menos estresse sobre ela.
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Segunda Chance
RomantizmAos 41 anos, Nora Ribeiro ainda solteira, já havia se acostumado com a ideia que ficaria sozinha. Muitos relacionamentos problemáticos a deixaram cética quanto ao amor. O último encontro que teve, foi a quase um ano com um cara que ela conheceu num...