Segunda Chance

Capítulo 4 - Nora

Fizemos o caminho de volta ao escritório em silêncio, mas Mônica percebeu que eu estava incomodada, e antes de entrarmos ela me segurou na porta.

"Está tudo bem Nora? Você voltou tão calada da sala do Marcus. "

"Espero que esteja Mônica. Esse projeto é muito importante e não gostaria e perdê-lo. "

"E por que perderia? O que aconteceu lá para te deixar insegura? "

"Mais tarde conversamos. Agora vamos ver o que o Bruno conseguiu em suas pesquisas. "

Passamos as próximas horas finalizando dois projetos que já tínhamos e juntando informações para o Red's Gold Club.

Já eram quase sete horas quando saímos, e como Estela tinha retornado do médico, resolvemos tomar um chopinho antes de ir para casa. Assim eu poderia conversar com elas sobre o que estava me incomodando. Fomos para um barzinho próximo ao trabalho e pedimos logo a primeira rodada.

"Então Nora, qual é o problema com o Marcus? "

"Você teve problemas com ele Nora? "

"Calma Estela. A Mônica quer saber por que eu acho que podemos perder este projeto. Não foi propriamente um problema meninas, mas eu fiquei meio constrangida com o jeito dele. "

As duas arregalaram os olhos e falaram ao mesmo tempo.

Mônica: "Meu Deus! Aquele gato te deu mole? "

Estela: "Meu Deus! Ele te assediou? "

Eu tentei, mas não consegui segurar o riso. Foi muito engraçado a reação totalmente contraditória das duas. Depois que consegui me acalmar expliquei direito o que aconteceu as minhas amigas.

"Meninas acalmem-se. Primeiro, ele não me deu mole, foi apenas simpático e um pouco gentil demais. Segundo, ele não me desrespeitou em momento algum. "

"Então qual a questão Nora? "

"Estelinha, eu só achei esquisito o interesse dele em saber coisas pessoais sobre mim. Quando achei estranho, ele disse que gostava de conhecer as pessoas que trabalhavam com ele. Talvez seja mesmo isso e eu esteja exagerando, mas me deixou cismada. "

Contei a elas exatamente como ele falou e se comportou enquanto eu estava na sala dele. Estela pensou um pouco, e como sempre mais analítica concluiu.

"Olha Nora, eu não o vi ainda e não estava lá, então não posso julgar, mas pelo que você contou, uma coisa é certa.

Ele está interessado em te conhecer melhor. Pode ser por amizade ou algo mais. Não tem como saber ainda. "

"Ele pode ser seu amigo, e querer algo mais comigo.... Eu adoraria"

Mônica estava rindo e levantando as sobrancelhas. Eu torci o nariz para ela, mas não pude deixar de rir. Mesmo assim achei melhor esclarecer.

"Mônica, ele é um cliente e não podemos misturar as coisas. "

"Eu sei, eu sei Nora. Mas ele também é um homem e lindo de morrer. E tanto você quanto eu somos solteiras, e precisamos de diversão. "

"Não.Vai.Rolar. "

"Não estou dizendo para jogar ele em cima da mesa e finalizar. Mas depois que o projeto estiver entregue, ele deixa de ser cliente. Pensa comigo, serão no mínimo quarenta dias de convivência. Vai dar para conhecer bem ele, que vai estar logo do outro lado da rua. Com certeza vamos nos esbarrar novamente e não vai ter mais vínculo comercial nenhum. Eu não vejo problema. "