A FORÇA DE UM AMOR

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Se você ama alguém, deixe-o livre. Se ele voltar, é seu. Se não, nunca foi.

Desconhecido

Acordo quando jogam água em mim, abro os olhos com dificuldade e então vejo que estou em uma sala com um cheiro terrível de cocaína e bebidas, tem um sofá rasgado e que aparece a madeira dele, bebidas no chão, sacolas de comidas e uma mesinha que em cima tem quatro carreiras de cocaína, então Patrícia entra na sala, ela está com uma calça de moletom preta e uma regata rasgada branca toda suja, descalça e os cabelos amarrados em um coque mal feito, ela chega na minha frente e desfere um tapa no meu rosto.

— Tava com saudades disso — dizendo isso ela se ajoelha na minha frente e cheira uma carreira de cocaína.

— O Rafael vai me encontrar, tem homens me seguindo — falo tentando não parecer que estou mentindo, já que dispistei eles. Péssima hora para dar uma de rebelde.

— Tá falando dos imbecis que você despistou — fala com deboche.

— O que você quer? — pergunto, me segurando para não chorar.

— Só brincar, sabe? Seu namoradinho ferrou com a minha vida mais do que já estava, então eu vou ferrar com a sua, eu ia pegar a puta daquela criança, mas você sabe que odeio choro — dá um sorriso com dentes todos podres.

— Não encoste nela sua vaca, se fizer isso eu te mato — grito com ela, coisa que nunca fiz.

Na hora seu rosto muda e o mesmo olhar que ela dava para mim quando criança antes de me bater surge, então Patrícia me puxa pelo cabelo e passa minha cara pela cocaína, onde acabo cheirando, Patrícia solta uma gargalhada, ela pega uma garrafa de vodka e joga no meu rosto.

— Agora assim, aborto.

Tosso e tudo o que passei na infância vem com tudo.

Eu poderia ter perdido essas lembranças.

— Sai daqui seu aborto mal sucedido — mamãe grita quando eu tento abraçar ela.

— Vem cá princesa — papai fala e eu vou toda feliz para ele, que quando eu chego do seu lado ele me empurra, me fazendo cair no chão, onde ele e a mamãe dão uma gargalhada — Some daqui desgraça.