Segui pela rua asfaltada observando os carros passar com seus faróis iluminando tudo por aquela rua. O vento batendo em meu rosto me fazendo lembrar de tempos mais calmos que já vivi. Sinto falta de ser criança. Sinto falta de estar sempre alegre. Sinto falta de não me preocupar com nada e sinto falta de não sentir nada. Era tudo tão mais fácil. Logo começa às férias e a faculdade vem logo aí. Passa tudo tão rápido. Que louco.
Entrei na festa da Mia e dei de cara com o Théo vindo até mim. O lugar estava lotado e a festa simplesmente incrível. A música estava tão alta que fazia as paredes tremerem no ritmo. A medusa pode ter todos os problemas possíveis mas ela sabe como dar uma festa. Eu admito.
— Cadê a Alex? — Gritei o mais alto que pude no ouvido do Theo. — Ah, você sabe. Deve estar beijando algum carinha por aí. — Ele respondeu rindo.
— Ela não tem jeito mesmo.
— Vamos ficar por ali.
Ele apontou para um canto onde tinha poucas pessoas apenas dançando e ficamos durante um tempo conversando. Quase gritando, na verdade. Théo é um péssimo dançarino, enquanto eu dançava no ritmo da música, ele batia os pés no chão com suas mãos no bolso como se tivesse sido congelado no mesmo lugar. Não movia nada além disso. Chegava a ser um pouco engraçado. Ok, era engraçado demais. Eu tentava me distrair de todo jeito mas não conseguia deixar de pensar no idiota do Mason sempre agindo por impulso. Foi assim que ele me machucou da primeira vez e de algum jeito, ele continua provocando o mesmo sentimento toda vez que o encontro.— Sam, você está bem? — Perguntou Théo preocupado.
— Sim. Vou pegar algo pra beber e já volto. — Falo num tom suave.Ele apenas sorriu em resposta e eu fui à procura do barman no meio dessa multidão. Tantas pessoas se esbarraram em mim que parece que estou invisível. Pessoas suadas e conversas intrigantes de pessoas bêbadas. Fofocas e amassos de amantes à escondida. O que estou fazendo aqui?
— O que você vai querer? — Perguntou o barman movendo suas bebidas.
— Apenas um refrigerante, por favor — Ele balançou a cabeça e me entregou a soda.Assim que virei para encontrar o Théo, me senti perdida cerrando os olhos para tentar encontra-lo. Tá tudo tão escuro. Fiquei a olhar para todos os lados e pude ver alguém me observando de longe. Meu coração disparou. Olhos verdes. Conheço esses olhos. Dei um tchauzinho de longe e era ele com aquele sorriso encantador. Ele abriu um sorriso enorme no rosto ao se aproximar de mim. Acho que está bêbado.
— Oi, Jaspen. — Um sorriso doce se formou em meus lábios.
— Você está gostosa, Sammy — Disse ele se divertindo.
Fiquei envergonhada com o seu comentário e um pouco brava mas ignorei porque ele sempre foi brincalhão. Um bobo. Seus cabelos estão super bagunçados e ele veste uma camiseta branca que realça seus músculos. Sempre o achei bonito. Um colírio para os olhos, como a minha mãe diz. Ouvi uma risada transbordar em meu subconsciente. Que gato. Para. Não. Sim. Parece que vou explodir. O meu eu interior sempre aparece nas horas erradas.
— E você está bêbado, né? — Indaguei ao cruzar os braços.
Ele concordou com a cabeça, dando uma risada baixa e pude ver o mesmo olhando para o meu decote. O que ele pensa que está fazendo?
— Você nem consegue disfarçar — Disse a ele segurando o riso.
— É que você está linda demais. Sério! — Ele coçou a cabeça rindo e pareceu estar envergonhado. Definitivamente, ele está bêbado. É tão ruim admitir que até gosto dele assim?
Sei que estou com as bochechas vermelhas. O que é isso? Eu não faço ideia mas gosto da sensação. Posso sentir todo o meu corpo quente. Parece que meu sangue está a borbulhar. Isso é loucura.
E ele está se aproximando com aqueles olhos. Me encarando.
Não sinto minhas pernas.
— O que acha da gente sair algum dia? — Sussurrou próximo ao meu ouvido. O bafo dele é álcool puro. É até gostoso.
Deixei escapar uma risada pois sei que isso é apenas um efeito da bebida. Ok, por que não? Vou entrar no jogo dele. Adoro um desafio.
— Vamos fazer o seguinte — Sussurrei aproximando meus lábios do dele. — Se você lembrar de tudo que me disse hoje, podemos sair amanhã. Talvez — Respondi a ele dando risadas.
Sei que não vai ser possível.
Ele mal está de pé. Duvido que vá lembrar de algo amanhã.
— Ah, eu tô dentro — Ele deu uma piscadinha com um dos olhos e abriu um sorriso cheio de malícia. — É uma aposta então.
Senti minhas pernas tremerem ao encarar aqueles olhos. Ele estendeu a mão e eu apertei-a com leveza. Senti o seu polegar acariciar um dos meus dedos e suspirei soltando a mão dele.
Isso vai ser divertido.
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DEAR YOU
RomanceO primeiro amor é aquele que nunca morre mas também é aquele que te fere e deixa cicatriz por toda a sua vida. Foi isso que aconteceu com a Samantha Walker no momento em que Jaspen Case cruzou o seu caminho.