Capítulo 13

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Azura

Sinto a ponta de um dedo subindo e descendo pelo caminho da minha espinha dorsal, e sinto um sorriso se estender pelo meu rosto. Não abro os olhos, já sabendo quem é. Solto um gemido baixinho quando Snipe beija meu pescoço.

"Bom dia." Ele murmura, e eu consigo escutar o sorriso na sua voz. Finalmente abro os olhos, apenas para vê-lo me encarando.

"Bom dia, pervertido." Murmuro, divertida, e o motoqueiro solta uma risadinha, rolando os olhos. Me viro de costas, ficando de barriga para cima, apenas o fino lençol cobrindo meu peito.

Snipe tira o cabelo de meu rosto, afastando os fios calmamente. Sorrio, e ele encontra meus olhos.

"Como você tá?" Questiona, e eu suspiro, aproveitando o sentimento de seu toque.

"Estou bem. Só... me sinto meio mal, sabe? Quer dizer, o mundo a nossa volta está caindo aos pedaços, e saímos de férias. Lexy..." Digo, e ele sorri mais, já vendo onde meu discurso ia chegar.

"Lexy está bem, kotyonok. Relaxa." Sniper diz, se divertindo com a minha preocupação. Ele diz que estou sendo obsessiva.

Só porque quero mandar mensagem de uma em uma hora, não quer dizer que estou sendo uma irmã superprotetora e obsessiva. Ela tem dezoito anos, sei disso. Mas mesmo assim. Só estou preocupada.

"Falou com Hack? Ele disse que ela está bem?" Questiono, e Sniper suspira, rolando os olhos, mas com um sorrisinho, provavelmente rindo de mim na sua cabeça. Idiota.

"Falei, babe. Ela tá bem. Só um braço quebrado, mas tá bem." Brinca, e dou um tapa em seu peito, fazendo ele rir.

O motoqueiro segura minha mão e me puxa para ficar em cima dele, ainda rindo. Estreito os olhos, montando nele, mas Sniper apenas se aproxima e morde meu lábio, divertido. Rolo os olhos, mas tenho que lutar para não sorrir.

"Então... Vai me contar porque realmente estamos aqui, ou não?" Questiono depois de alguns segundos, me afastando apenas o suficiente para olhar em seus olhos.

No momento, estávamos em um hotel em Miami, um que não deixamos desde que chegamos, para ser sincera. A vista era ótima e tudo mais, mas... Bem, a gente estava ocupado. Se você me entende.

Snipe arqueia uma sobrancelha.

"Só queria sair um pouco. Tava tudo esquentando muito, e queria dar um tempo para a gente." Diz, e eu arqueio uma sobrancelha, não acreditando em uma palavra de sua explicação tosca.

"Você esquece que eu te conheço, boneca. Você não foge quando as coisas esquentam. Fala. O que você tá tramando?" Questiono, divertida, e ele sorri e rola os olhos.

Mas então coloca as mãos no meu quadril e me coloca deitada na cama novamente ao seu lado. Levanta e caminha, sem se importar em se vestir, até sua mala. Pega algo que logo esconde atrás de si, sem me deixar ver. Minha curiosidade me provoca, e eu fico de joelhos na cama, ansiosa.

"O que foi? Quem morreu?" Questiono, meio preocupada até, e Snipe da uma risada. Fica de pé na minha frente, mas sem voltar para a cama.

"Eu te amo." Ele diz, e meu sorriso aparece, feliz.

"Eu sei, bobinho." Falo, sorrindo, e Snipe retorna o sorriso, mas suspira.

"Você é irritante, meio chata, acaba com a minha paciência e me faz querer atravessar meu punho pela parede às vezes." Eu arqueio uma sobrancelha, sem saber se fico orgulhosa de mim mesma, ofendida ou divertida.

"Não está sendo muito charmoso agora, babe. Só falando mesmo." Digo, e ele rola os olhos.

"Deixa eu terminar." Levanto minhas mãos em rendição e faço um gesto como se estivesse selando meus lábios com um zíper. "Mas, de algum jeito, eu ainda te amo para caralho. Mais que qualquer fodida coisa na minha vida."

Snipe sobe na cama, ficando apoiado em seus joelhos na minha frente, como eu. As mãos atrás das costas ainda escondiam algo, e meu coração acelera. Ele não ia... ia?

"Às vezes, eu penso que isso é uma fantasia. Que eu vou acordar e você nem sequer existe, e é um fruto da minha imaginação. Se isso é verdade, não quero acordar nunca mais. Quero viver na minha própria cabeça para sempre, até morrer assassinado, de causas naturais, acidentes, doenças..." Eu suspiro.

"Eu entendi, Snipe. Até você morrer." Falo, divertida, mas as lágrimas de felicidade enchem meus olhos. Ele dá uma risadinha.

"Yeah. Isso." Fala, divertido também. "Então, meu ponto é... Eu sei que você aceitou ser minha Old Lady. E, para mim, significa o mundo. Não precisava de nada mais. Mas você não viveu no mesmo mundo que eu, e entendo isso. Por isso, quero dizer que a gente é para sempre, não só da minha maneira, que foi quando te dei aquela jaqueta, mas da sua maneira também." Diz, e então tira o que escondia de trás de si.

Minha primeira lágrima escorre quando vejo a caixinha de veludo azul marinho. As outras lágrimas seguem quando ele abre, e eu vejo o fodido anel mais bonito da minha vida.

Era prata, provavelmente ouro branco, e tinha três pedrinhas. Duas menores nas laterais, de diamante, e uma maior  apesar de não ser tão grande, o que eu agradeço, no centro. A maior, do centro, era uma pedra azul escura, perfeita. Perfeita para mim, pelo menos.

"Casa comigo. Por favor." Ele murmura, dando um sorrisinho, e solto uma risadinha, secando as lágrimas.

"Isso é você implorando?" Provoco. "Deveria ajoelhar no chão, sabia?" Snipe ergue uma sobrancelha.

"Não vou ajoelhar, babe. Nem por você." Brinca, e eu rolo os olhos.

"Idiota." Murmuro, mas já pegando o anel. Ele sorri.

"Isso é um sim?" Questiona, e eu encontro seus olhos, sorrindo com o amor e esperança por um futuro ali.

Olho para o anel e coloco no meu dedo, sorrindo com o aspecto. Era lindo. Perfeito. Mas, porra... a coisa mais perfeita era como eu me sentia.

Completa. E não por um anel. Mas pela perceptiva de que ia passar o resto da minha vida com esse homem.

"É meu sim." Digo, encontrando seus olhos novamente. Snipe me derruba de costas na cama, me fazendo soltar uma risadinha, e monta em cima de mim.

"E é o único tipo de sim que eu quero." Murmura, e me beija.

E eu estou completamente feliz.

Hacker - Flaming Reapers 7Onde histórias criam vida. Descubra agora