Capítulo 26

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Sete meses mais tarde...

Hacker

"Nós devíamos comprar mais armas. E recrutar mais motoqueiros. Você sabe, para ninguém chegar perto dela." Falo, olhando para a pequena bebê de apenas uma semana no berço. Sniper assente ao meu lado, e Aqua da um sorrisinho divertido.

"Eu apoio. Prez, ela só vai namorar aos trinta, certo?" Sniper fala, olhando para Crow, que estava ao lado de sua Old Lady, e ele estreita os olhos.

"Nem aos trinta, nem aos cinquenta, nem aos oitenta. Ela não vai namorar, ponto." Fala, e eu e Sniper assentimos, achando a ideia nada mais que sensata. Aqua rola os olhos, divertida.

A bebezinha me encara com seus grandes olhos azuis, fazendo um barulho de baba. Não posso deixar de sorrir.

"Ela é a sua cara." Sniper diz para Aqua, e Crow sorri.

"Yeah. Ela é. Menos pelo cabelo." Diz, e eu dou um sorriso divertido.

"Cara, ela acabou de nascer. Primeiro, ela tem cabelo, mas não tanto assim. Segundo, pode mudar." Digo a ele, e o Prez estreita os olhos para mim.

"Quer ser expulso do clube?" Ameaça, e eu dou uma risadinha divertida  Mas levanto as mãos em sinal de rendição.

"Ok, chega do horário de visita. Tenho que amamentar, Taylor está com fome." Aqua fala, e a porta do quarto abre. Snake entra com um sorriso divertido.

"Eu ouvi amamentar? Opa, cheguei na hora certa. Posso assistir?" Zomba, e Crow praticamente rosna para ele. Sniper olha para Snake divertido.

"Você não tem sua própria Old Lady?" Sniper questiona, e Snake estreita os olhos para ele.

"Tenho. Não vai contar, vai?" Pergunta, e parece seriamente com medo. Sorrio, divertido.

"Eu posso contar." Falo, e Snake arregala um pouco os olhos. Dou uma risada. "Tô mexendo com você, idiota. Relaxa."

Snake suspira e a Aqua sorri para ele.

"Não, Snake, você não pode assistir. Agora, todos vocês, fora. Vou amamentar minha filha." Ela fala, e todos nós bufamos e resmungamos, mas saímos.

Lá fora, na Sede do Clube, estava indo para o bar, conversar com Ocean, quando Sniper segura meu braço. Arqueio uma sobrancelha e ele suspira.

"Eu sei que você estava esperando Taylor nascer... Mas agora está na hora, não?" Questiona, e eu fico tenso, meu coração acelerando um pouco.

"Hora de que?" Questiono, e Sniper arqueia uma sobrancelha. Suspiro, assentindo. "Yeah, eu sei. Você tá certo."

"Eu sempre tô certo. Agora, pega o jatinho e vai logo para Nova York." Ele diz. Eu suspiro e concordo com a cabeça.

Algum tempo atrás, eu não faria isso nem obrigado. Estaria com um medo fodido. Não me entenda errado, ainda estou com um medo fodido. Mas, dessa vez, o medo é de eu chegar lá e Lexy dizer não, e não de ela dizer sim.

Esse último ano tem sido... Difícil. Difícil, mas bom. Estabeleci uma boa relação com a minha mãe novamente, o que ajudou muito. Comecei a falar mais com Sniper sobre... bem, tudo. Você podia dizer que ele até virou meu terapeuta particular, mas acho que meu amigo não se importava, contanto que eu me sentisse melhor.

E eu me sentia bem. Não me preocupava mais se estava me tornando meu pai, ou se estaria me relacionando com as pessoas erradas. Meu cérebro não pulava para fazer contas de matemática toda vez que alguém me dizia sua idade, o que era bem tranquilizante.

Mas eu não tinha visto Lex ainda. E Deus sabe que ela tinha o poder de trazer o pior e o melhor de mim.

No início desse ano, quando ela foi embora, eu estava com raiva. Tanta fodida raiva de tudo. Não só dela, mas de mim pricipalmente. Depois de um tempo, entendi. Eu entendi o que ela percebeu naquela noite... Que eu não conseguiria ser quem eu queria ser com ela ao meu lado. Eu tinha que fazer isso por mim, por conta própria.

É o que dizem... Você não muda a não ser que seja por você. Eu não iria melhorar se fizesse isso por Lexy... E não fiz. Fiz por mim. Ela ajudou, claro, já que eu queria conseguir ficar com ela... Mas, pricipalmente, eu queria superar isso, por mim mesmo.

Eu suspiro, concordo com a cabeça para Sniper e vou. Tenho enrolado por um tempo para ir atrás dela, mas eu tinha que estar preparado. Tipo, cem por cento preparado. E eu estou. Pelo menos acho que estou.

Pego apenas umas coisas básicas em uma mochila e, sem me despedir de ninguém, saio do clube. Vou para o aeroporto do clube e ligo para o piloto. Em cerca de uma hora, estou decolando.

E, em mais algum tempinho depois, estava pousando na cidade de Nova York. Eu ligo meu telefone no endereço que Azura tinha me mandado apenas alguns meses atrás. Tive que pedir e implorar um pouquinho, mas ela acabou cedendo e me deu.

Pego minha moto no aeroporto e saio pela cidade. Um Flaming Reaper em Nova York iria chamar atenção, e Crow provavelmente iria ficar puto que não lhe disse que estava vindo para cá antes, mas agora que a ideia de encontrá -la estava na minha cabeça, eu sentia uma espécie de urgência para fazê-lo.

Paro a moto na frente de um prédio em Brooklyn e suspiro. Dou uma nota de cinquenta para o porteiro virar a cara, e não sei se gosto do fato dele ter aceitado ou não. Quer dizer, era bom para mim no momento, mas o cara era um perigo para a segurança de Lexy no futuro.

Suspiro e subo as escadas até seu apartamento. Possibilidades de como isso pode acabar saindo passam pela minha cabeça e eu mordo o lábio, meu coração acelerando mais ainda.

Um ano. Fazia um ano que eu a tive ao meu lado, comigo. O casamento de Snipe não contava, já que mal trocamos uma palavra. E aquilo me matou para caralho... Mas, porra, eu não estava preparado ainda. Tinha muita coisa pela frente.

Suspiro ao parar na sua porta e bato duas vezes. Espero dois segundos e Lexy abre. Ela usava um pijama de short de moletom curto com uma camiseta, e, porra... Eu senti falta dessa garota.

"Hack..." Ela murmura, mas eu noto algo atrás dela. Ou melhor, alguém.

Tinha um cara ali. Puta merda...

Lexy estava com um cara.

Hacker - Flaming Reapers 7Onde histórias criam vida. Descubra agora