Capítulo 27

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Lexy

Eu não sabia que Ezra viria para cá. Ele apareceu de surpresa, e acabei deixando ele ficar e assistimos alguns filmes. Depois que tentamos algo, sete meses atrás, logo depois que retornei do casamento, as coisas ficaram esquisitas por um tempo. Não deu certo entre a gente, mais por minha culpa do que dele. Mas, depois de mais uns três meses, voltamos a ser amigos. Apenas amigos.

Mas agora, com Hacker na minha porta, eu desejo que não tivesse deixado ele entrar. Pelo rosto do motoqueiro, ele não estava gostando nem um pouco da presença do meu amigo. Não que iria mudar qualquer coisa, mas era um drama a ser evitado.

Levo um segundo para analisar quão fodidamente quente Hack está. Ele não mudou muito, seu cabelo talvez um pouco maior. Com o tempo, eu tentava me convencer que ele não era tão bonito quanto eu me lembrava, mas ele era sim. Até mais bonito, o que era algo nada justo.

"Desculpa interromper..." Hacker murmura, seus olhos focados em meu amigo. Suspiro, sem conseguir tirar os meus de seu rosto.

"Eu estava de saída." Esta murmura e eu o escuto levantar. Isso me faz suspira e encará-lo. Ele sorri para mim.

"Tudo bem, Lex. Nos vemos amanhã?" Pergunta, e eu mordo o lábio, assentindo. Ele se aproxima, me da um abraço rápido e passa por Hacker, saindo.

Hack estreita os olhos e acompanha seus movimentos, só retornando a olhar para mim quando Ezra vai embora. Arqueio uma sobrancelha e ele da um sorrisinho torto.

"Hey, pequena nerd." Esse apelido é demais... Admito para mim mesma que senti falta de escutar ele me chamar assim.

"O que está fazendo aqui, Hacker?" Questiono, e ele se encosta no batente da porta.

"Vai me deixar entrar ou vamos ter essa conversa no corredor?" Pergunta, dando seu sorrisinho, e eu suspiro, mas abro caminho para deixar que ele entre. " Quem é ele?" é sua primeira pergunta quando fecho a porta.

Cruzo os braços e arqueio uma sobrancelha. Hack suspira, mas da um sorrisinho.

"Desculpa... Sei que não é justo te questionar assim." Fala, e eu não posso evitar meu próprio sorrisinho divertido.

"Nada entre a gente nunca foi justo, Hack. E ele é um amigo." Digo. Ele assente e se aproxima mais de mim, até parar bem na minha frente. Mordo o lábio.

"Só amigo?" Murmura, olhando nos meus olhos. Engulo em seco.

"O que você quer, Hacker?" Sussurro, e seu sorrisinho muda... Era aquele sorriso que um garoto dava quando sabia que tinha feito algo de errado, mas sabia que iria ser perdoado de qualquer maneira.

"Você. Eu quero você." Tudo bem, eu estava perdida. Hey, não me culpe... Pode passar anos, mas tenta ter o cara que você ainda é apaixonada te dizendo isso e eu duvido que você não vai derreter.

Mordo o lábio mais forte.

"Você..." Começo, mas Hack me interrompe.

"Eu estou melhor. Não completamente bem, não sei se alguma vez vou estar, mas superei. O passado fica no passado." Murmura. Eu suspiro.

"Eu tenho uma vida aqui agora, Hack..." Começo, mas até eu sei que isso é um argumento fraco. Não me adaptei tão bem a Nova York quanto queria, e eu voltaria para minha cidade em um piscar de olhos.

Acho que Hack sabe disso, porque ele sorri.

"Você é uma garota de cidade pequena, babe. Me diz que não quer voltar comigo, e eu vou embora." Diz, e eu suspiro. Mordo o interior da bochecha.

"Como vou saber que você não vai pirar de novo? Que não vai sentir como se a gente fosse... errado." Falo, e Hack pega meu rosto entre as mãos. Caminha até me pressionar contra a parede.

Ele cola nossos lábios, e eu imediatamente cedo ao seu toque. Ele tinha esse poder sobre mim. Podiam passar um mês, um ano, dez anos... Ainda teria o mesmo fodido efeito. Porque era Hacker.

"Isso não é errado. Nunca foi. Eu só fui idiota demais para notar." Murmura quando se afasta apenas um pouco, encostando sua testa na minha. " Eu te amo. Eu sinto sua falta. Sua irmã sente sua falta... Volta."

Olho em seus olhos, e simplesmente sei que ele está sendo sincero. Dou um sorriso e suspiro. Então concordo com a cabeça.

"Ok." Falo. Ele sorri.

"Ok?" Pergunta, e eu concordo com a cabeça novamente.

"Yeah. Eu volto." Murmuro.

Eu mal terminei a frase e Hack me beija novamente, com mais intensidade dessa vez. Envolvo seu pescoço com meus braços, me aproximando dele, e o motoqueiro me segura no colo, minhas pernas rodeando seu quadril. Deus, eu senti falta disso...

"Você... Teve alguém..." Ele sussurra, e sei o que ele está tentando me perguntar. Nego com a cabeça.

"Não. Nada mais que um beijo, uma vez ." Respondo, e ele suspira, assentindo. Mordo seu lábio e olho em seus olhos. "Você?"

Ele nega com a cabeça. "Não."

Sorrio e volto a beijá-lo. Minhas mãos agarram seu cabelo e Hack faz seu caminho até o que ele provavelmente achava que era meu quarto. Era o quarto de hóspedes, mas eu não estava prestes a interrompê-lo para dizer isso. Um quarto era um quarto.

Deus, eu senti falta dele. Sabe aquela pessoa que, não importa quanto tempo passa, quantas bocas você beije, quantas camas você deite e quantos corpos você explore, sempre vai conseguir fazer seu coração acelerar e seu corpo corresponder? Hacker era essa pessoa para mim.

Porque, não importa onde ele estivesse... Eu seria dele. Minha alma e a dele eram ligadas, de alguma forma. Não importa quanto tempo passe, aonde estivermos ou a situação em que a gente se encontre... Ele era o amor da minha vida. E eu era o amor da vida dele.

Quando Hack me joga de costas na cama, seu corpo cobrindo o meu, me afasto apenas o suficiente para conseguir encará-lo. Dou um sorriso, um que ele corresponde. Lhe dou um beijo rápido e, com nossos lábios colados, eu murmuro:

"Eu te amo."

Ele sorri e responde:

"Também te amo, pequena nerd."

Hacker - Flaming Reapers 7Onde histórias criam vida. Descubra agora