Capítulo 11

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Hacker

Depois disso tudo, Crow apenas murmura um "divirtam -se com ele", e sai do porão. Wolf da de ombros e o segue. Com isso, os que sobraram eram os que tinham a maior sede de sangue. Todos naquela sala, até Darko, Dragon e Spain, queriam assistir Cowboy sofrer. Eu também, mas, ao mesmo tempo, não... Era um sentimento contraditório.

"Antes que vocês comecem, posso falar com você? ... Sozinho." Cowboy diz, e, mesmo com seus olhos em mim, eu levo um segundo para notar que ele está realmente falando comigo. Arqueio uma sobrancelha, e os outros motoqueiros me encaram, esperando por uma resposta.

Eu suspiro, mas concordo com a cabeça, para eles me darem alguns segundos. Acho meio estranho Cowboy querer falar comigo em especial. De todos nós, ele provavelmente era mais amigo de Wolf, apesar deles não serem próximos. Claro, o VP passou a mão gostar muito dele depois que o motoqueiro deu em cima de Chelsea um tempo atrás.

Assim que os motoqueiros saem da sala, e eu estou sozinho com o rato, cruzo os braços e trinco a mandíbula.

"O que você quer, Cowboy?" Digo, depois que ele não fala nada por alguns segundos, minha paciência se esgotando.

"No meu bolso direito. Tem uma foto. Pega, por favor." Eu estreito os olhos quando ele diz, mas me aproximo e pego a foto, tendo a certeza de manter a distância para que ele não possa tentar algo.

Seria idiota para caralho, mas eu não duvido. Afinal, ele está nessa situação em primeiro lugar.

Quando vejo a foto que peguei, me afastando, vejo que estou olhando para um menino. Ele tinha as feições parecidas com Cowboy, mas as cores bem diferentes. Seu cabelo era loiro dourado, e seus olhos de um azul cinzento. Na foto, ele sorria, mas não muito, e parecia ter cerca de dezoito anos. Talvez menos.

"É meu irmão. Olha... Eu sei que você entende o que eu fiz. Se fosse Sniper..." Cowboy começa, e eu o encaro com o que podia muito bem ser ódio no olhar.

"Eu nunca faria o que você fez. Nunca. Se fosse Sniper, eu teria falado com o clube, arrumado um plano." Falo, irritado, e ele assente, suspirando.

Mas, apesar disso ser verdade, eu realmente entendo o que ele fez. Não acho que tenha sido o jeito correto de lidar, e nunca teria feito o que ele fez, mas entendo. Porra, eu estaria perdendo a cabeça se fosse Sniper.

"Pode me prometer algo? Sei que não estou na posição, e não ligo se me torturarem para caralho. Mas me promete algo." Cowboy murmura, e eu mais uma vez cruzo os braços, ainda com a foto na mão.

"Me fala o que é. Não prometo porra nenhuma sem saber." Digo, e seus olhos encontram os meus.

"Se encontrar Hunter, dê a ele um lugar para ficar. Um lar. Leva ele para o clube, talvez." Diz, e eu suspiro.

Não queria prometer porra nenhuma a ele. Queria odiá-lo com toda e cada fibra do meu ser. E parte de mim realmente odeia. Porra, se não fosse por ele, talvez Ace estivesse vivo. Rocket também. Barbie ainda poderia estar aqui, caralho.

Mas, ao mesmo tempo, outra parte sente mais pena dele. Quero dizer, seu irmão é sua família de sangue. Podíamos agir como se isso não importasse, mas, quando você ainda tem uma, importa para caralho. Eu seria a última pessoa a contestar isso.

Então, me pego assentindo e dizendo:

"Não prometo conseguir nada. O trio mortal vai estar aqui em alguns segundos, junto com Sniper, Dragon e Darko, e eles vão te torturar para caralho. Sniper vai te matar. Mas prometo que, quando acabarmos com os Golden Knights, vou procurar por seu irmão. E, se eu acabar o encontrando, vou tentar ajudá-lo." Falo, sincero.

Era verdade. Eu sabia mais que ninguém que você não precisava pagar pelos erros de alguém só porque vocês dividem um mesmo sangue. Apenas precisava não se tornar esse alguém. Então, contanto que Hunter não se tornasse Cowboy, eu iria ajudá-lo se o encontrasse. Era minha promessa.

Cowboy assente. "Obrigado, Hacker."

Eu estreito os olhos para ele, querendo que ele saiba que isso não era uma espécie de trégua. Então apenas concordo com a cabeça, me viro e saio da sala, deixando ele lá dentro.

Quando encontro os motoqueiros esperando para torturá-lo, apenas digo:

"Ele está prontinho para vocês." Então continuo andando em direção ao complexo.

Sinto meu telefone apitar no bolso e ligo para ver uma mensagem de JP, curta, como eu lhe disse para fazer.

J: Tudo certo.

Suspiro em alívio e guardo o telefone no bolso novamente. Não respondo, já que não sei a situação que ele se encontra no momento, então não queria fazer nada para comprometer sua missão.

Volto para a Sede do complexo e vou direto para o balcão, onde as Old Ladies agora estavam. Vejo Lexy com Ocean, a prospecto contando uma história que parecia divertir a pequena nerd.

Sinto meus lábios se estenderem em um sorrisinho quando a vejo rir e me aproximo das duas.

"Hey, Ocean. Se importa se eu roubar sua garota por um tempinho?" Brinco, e as duas olham para mim divertidas.

"Só se devolver depois." A prospecto diz, dando uma piscadinha.

"Deixa comigo. Até mais." Digo, e ela envia um beijo, que eu tenho quase certeza que era para Lexy.

Lex anda ao meu lado enquanto saio do clube e olha para mim quando estamos prestes a subir na moto.

"O que houve? Ouvi as pessoas falando de Cowboy." Eu suspiro quando ela diz.

"Pequena nerd, não foi você quem botou fogo no apartamento." Digo, e vejo seus olhos arregalarem em surpresa. "Foi Cowboy. Ele... Ele está trabalhando com um MC inimigo."

Ela fica alguns segundos em silêncio, apenas para murmurar: "Porra..."

Dou uma risadinha. "Yeah. Porra. Agora, sobe aí para a gente ir para casa?"

Lexy rola os olhos mas sobe na garupa, segurando na minha jaqueta para se estabilizar.

"Então... estão indo atrás de mim e Az?" Pergunta antes de eu sair.

"Provavelmente." Digo, sem querer adicionar mais coisas para a minha longa lista de mentiras. Quando ela fica tensa, eu acrescento: "Mas estou aqui. Nada vai acontecer com você, ok? Acredita em mim."

"Eu acredito." Ela diz, e eu dou um sorriso.

Porque, para ser sincero... Eu queria muito que ela acreditasse.

Hacker - Flaming Reapers 7Onde histórias criam vida. Descubra agora