Capítulo 19

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Alexis

"Lex!" Escuto minha irmã chamar, então paro de andar, suspirando, e me viro para encará-la, cruzando os braços. Az me alcança com uma expressão culpada. "Hey..."

"Você beijou ele?" Murmuro, e Azura suspira, dando um passo mais para perto de mim. Não me afasto, mas a encaro com um olhar que dizia claramente para que ela não se aproximasse mais. Funciona.

"Foi uma aposta escrota que Wolf fez, ok? Não foi nada demais." Ela diz, e eu concordo com a cabeça. Mordo o lábio forte, me preparando para fazer a única pergunta que importava para mim. Suspiro.

"Quando foi?" Questiono, e ela da de ombros.

"Em uma fogueira. Aquela que Sniper socou Hack, lembra?" Assim que processo as palavras, meus olhos queimam e sinto meu lábio tremer. Yeah, eu lembrava daquela fogueira.

Ele beijou minha irmã... E logo depois tirou minha virgindade? Sem dizer absolutamente nada sobre isso? Eu estava começando a ficar cansada de todo esse drama com Hacker. De verdade.

"Por que não me contou?" Murmuro, chateada e me sentindo meio traída. Az morde o lábio.

"Não foi nada demais, babe. Literalmente só fizemos isso porque, caso contrário, Hack seria a vadiazinha de Wolf por um tempo. Não queria te machucar." Fala, e eu concordo com a cabeça mais uma vez, tentando assimilar tudo.

Quero dizer, o que você faz ao descobrir que o cara que você está apaixonada beijou sua irmã logo antes de transar com você? Se alguém souber, por favor me diz, porque estou seriamente precisando de um concelho agora.

"Ok. Entendi." Falo, e Az franze a testa, provavelmente não acreditando que eu estava bem com isso. Eu não estava, mas, pela primeira vez na vida, minha irmã não era a pessoa na qual eu queria procurar conforto. "Posso usar seu carro? Vou trocar de roupa e quero sair um pouco."

"Lex..." Começa, provavelmente querendo me impedir para que nós tenhamos uma conversa de irmã para irmã. Mas a impeço.

"Não vou demorar muito. Por favor, Azura." Digo, talvez sendo mais severa do que eu pretendia. Ela suspira, mas parece ceder, porque assente.

"Estão no gancho da porta da frente." Fala. Concordo com a cabeça e vou para meu quarto, trocar de roupa.

Coloco uma calça jeans skinny preta e uma camiseta com o desenho do homem de ferro na frente, com a frase "Eu sou o homem de ferro". Calço um vans vermelho no pé, faço um rabo de cavalo e saio de fininho do apartamento, sem querer tombar em ninguém.

Assim que fecho a porta atrás de mim, quando estou saindo, ouço o barulho de algo amassar quando piso no tapete do corredor. Olho para baixo e vejo uma carta no chão. Me abaixo e pego, e meu coração acelera quando vejo Universidade de Arte de Brooklyn escrito no envelope.

Suspiro e vou para o carro, abrindo a carta apenas quando estou lá dentro. Arregalo os olhos assim que vejo as palavras iniciais. Temos o prazer de anunciar que a Universidade de Arte de Brooklyn está ansiosa por tê-la como aluna... Porra.

Deixo a carta no banco de passageiro e bufo. Pego meu telefone, e paro para pensar em quem ligar. Penso em ligar para Thea, mas Tee era amiga de Az antes de mim. E, por mais que a amasse como uma irmã, queria ir atrás de alguém que fosse próximo de mim, não dá minha irmã.

Então acabo ligando para Zoya.

"Hey, Lex. Tudo bem?" Ela diz ao atender e eu suspiro.

"Pode me encontrar no parque? Algumas coisas aconteceram, e eu preciso de um sorvete urgentemente." Falo, e ela solta uma risadinha.

"Claro. Te encontro lá." Diz, e assim que desligamos, eu ligo o carro e dou o fora dali.

A casa de Zoya era mais perto do parque do que a de Sniper e Hacker, então ela já estava lá quando chego. Ela me esperava sentada no banco do parque da cidade, usando um vestido amarelo que ia muito bem com seu tom de pele e uma sandália branca. Tinha trocado as lentes de contato por um óculos de grau com a armação branca.

Saio do carro e sorri ao me aproximar. Ela sorri também, mais gentil, e nós imediatamente começamos a caminhar em direção a barraquinha de sorvete.

"Então... o que aconteceu?" Pergunta, e eu suspiro.

"Hack e eu transamos." Falo, e ela arregala os olhos, corando um pouco. Sua vergonha me diverte um pouquinho. "E Azura descobriu. Ah, e depois eu descobri que eles dois se beijaram, logo antes dele tirar minha virgindade, alguns meses atrás."

"Wow. Fala sobre drama familiar." Brinca, e eu suspiro, rolando os olhos, mas com um sorriso divertido.

"Ah, e eu recebi uma resposta de uma Universidade que eu estava querendo. Em Nova York." Falo, e olho para ela. Zoya arqueia uma sobrancelha.

"Pensei que queria a Universidade daqui." Fala, e eu dou de ombros.

"As duas são boas. Talvez a de  Nova York seja um pouco melhor. Mas esse lugar é minha casa, sabe?" Digo, e ela suspira.

"Traduzindo... Você não quer ir porque está apaixonada por Hacker." Fala, e eu bufo.

"É tão óbvio?" Questiono, e ela assente, sinalizando que era sim. Rolo os olhos. "Eu sei la... Eu gosto dessa cidade. E a faculdade aqui é muito boa. Seria bom... Isso, claro, se Hacker quisesse ficar comigo."

"Ele não quer?" Ela pergunta, parecendo surpresa. Dou de ombros.

Nessa hora, alcançamos a barraquinha de sorvete. Peço um de chocolate e Zoya de morango.

"Acho que ele quer sim. Mas tem alguma coisa que ele simplesmente não consegue deixar para lá." Falo depois que compramos os sorvetes e voltamos a andar.

"Bem, o fim do ano tá chegando, Lexy. Você tem que escolher para onde vai, porque a formatura tá se aproximando, e em apenas alguns meses você sai para a faculdade. Então, se você quer meu concelho... Seja honesta com Hacker. Pergunte mesmo. Vocês têm que resolver as coisas... Não pode esperar por ele para sempre." Ela diz, e eu suspiro, sabendo que ela está certa.

"Eu sei. Estar apaixonada é uma merda." Digo, e Zoya solta uma risadinha.

"Eu não saberia." Fala, mas pelo rubor nas suas bochechas, acho que ela sabe muito bem do que eu estou falando.

Mas não falo nada. Lidar com meu próprio drama de relacionamento já é o suficiente para lidar com o dela também. JP e Zoya vão se resolver quando tiverem que fazê-lo.

Eu só espero que eu e Hack consigamos nos resolver também.

Hacker - Flaming Reapers 7Onde histórias criam vida. Descubra agora