Capítulo 25

6.9K 678 91
                                    

Cinco meses depois...

Alexis

As coisas vem estado... boas. A faculdade acabou de começar, e eu já sou considerada a melhor das minhas classes. Nova York é barulhenta, mas você se acostuma. A cidade é acolhedora, na maioria das vezes, e eu fiz amigos. Falo com Azura todo dia, e ela sempre me da notícias de tudo.

Como por exemplo, Aqua está grávida de novo. É bem cedo, e ela e Crow estão tomando o maior cuidado do mundo. O problema dos Golden Knights não foi resolvido ainda, mas o clube se acatou da cidade por um tempo e não deu muitos sinais de onde estão, o que está deixando o Prez dos Flaming Reapers meio impaciente.

Mas eu estaria mentindo se dissesse que as notícias de Hacker não são as que mais me deixam ansiosas. Az me disse que ele está melhorando, pouco a pouco. Parece mais tranquilo, mais feliz, apesar de ficar tenso toda vez que falam de mim. Disse que ele pergunta sobre mim uma vez ou outra.

E eu? Bem, nas primeiras semanas, pensava nele todo segundo. Depois de um tempo, os segundos viraram minutos. E agora eu consigo passar uma hora sem pensar nele. Não acontece muito, mas ainda sim não é impossível. Mas a saudade está lá.

Parte de mim quer jogar tudo para o alto e gritar um bom "fodasse" e voltar para casa. Mas eu não faço isso. Não volto para casa. Pelo menos não pretendia voltar, até que recebo a ligação da minha irmã, dizendo que o casamento dela e de Sniper era no próximo fim de semana.

Falando sobre contar em cima da hora, Azura. Obrigada.

Então, eu tento arranjar um vôo. O único que tinha disponível estava marcado para chegar lá as cinco, e o casamento começava às seis. Seria em cima da hora, mas dava tempo. O único outro vôo implicava passar uma noite lá, e eu não tenho auto controle o suficiente para isso.

Arranjo meu vestido e, no sábado, estou indo para o aeroporto. Logo antes de embarcar, recebo uma mensagem de meu amigo. Nos conhecemos na faculdade, seu nome é Ezra, e nos tornamos meio próximos. Ele é fofo, com cabelo preto e olhos castanhos, pele clara. Bonitinho, mas não muito meu tipo.

Claro, seu tipo se chama Hacker e está em outro estado.

Suspiro. Bem, como eu estava dizendo... Somos amigos. Mas eu sabia que ele queria mais. Já tinha me chamado para sair algumas vezes, e eu sempre negava. Acho que era porque parte de mim achava que eu estava apenas dando um tempo para Hacker, e que tudo ia se resolver.

E: Hey! Vai estar de volta amanhã? Topa ir no cinema?

Eu suspiro e encaro a mensagem por alguns segundos. Decido parar de esperar por Hack. Sabia que o que aconteceu entre nós não era culpa dele, mas ainda sim. O tempo não ajudou a gente. E era hora de realmente seguir em frente.

A: Yeah, okay. Vamos sim. Vou embarcar agora... Te chamo mais tarde.

Guardo o telefone e entro no avião.

Depois de dormir praticamente o vôo todo, acordo com o avião pousando. Suspiro e checo a hora no meu relógio de pulso. Ótimo, chegamos mais cedo. Eram quatro e quarenta.

Eu era uma das madrinhas, junto com Thea, então não podia exatamente estar atrasada. Mas, como eu era covarde demais para arriscar cruzar com Hacker antes da hora, vou para o banheiro do aeroporto e me arrumo lá mesmo.

Meu vestido era branco. As decidiu que seu casamento não seria tradicional, então ela estava casando com um vestido azul marinho curto, e nós estaríamos de branco. Era longo, com as costas expostas e uma fenda que ia até o meio das coxas. Tinha também um bom decote na frente.

Meu sapato era com um salto bem descente e dourado. Deixo o cabelo solto, fazendo só algumas ondinhas, e uma maquiagem básica. Saio do aeroporto às cinco e vinte e peço um uber para o complexo.

Assim que entro, vou para o lugar onde o casamento estava organizado, do lado de fora, na grama. Todos já estavam sentados e preparados, e pareciam aliviados em me ver. Cumprimento todos, parabenizando Aqua pelo bebê, e vou para frente, onde Thea estava.

Ela suspira em alívio, mas meus olhos imediatamente encontram Hacker. Ele parecia bem, como sempre, usando suas roupas usuais, jaquetas e jeans. Todos os homens estavam assim, na verdade. Nossos olhares se prendem por alguns segundos, Rage o encarando divertido ao seu lado.

"Graças a Deus você está aqui. Achei que sua irmã teria um infarto." Tee murmura, me fazendo sair do pequeno feitiço que é Hacker. Dou um sorriso.

"Desculpa. Estou aqui, tá tudo bem." Falo. Ela rola os olhos, divertida. Sniper me encara com um sorriso.

"Bom te ver, Lexy." Ele fala. Sorrio.

"Você também, cunhadinho." Brinco. Ele ri.

Nessa hora, a música começa a tocar e uma menininha entra, jogando flores. Seu nome era Katya, pelo que eu ouvi, filha de alguém bem próximo de Sniper. Depois dela, Azura entra direto. Seu vestido era no meio das coxas, e deixava bastante coisa exposta. Seu cabelo estava preso apenas parcialmente, e ela parecia feliz para caralho. Dou um sorriso quando vejo o emblema dos Flaming Reapers costurado em seu peito.

Ela sorri para mim, mas quando seus olhos encontram Sniper, eles ficam lá.

"Hey, kotyonok." Ele diz a ela quando param frente a frente. Ela sorri.

"Hey, boneca." Isso faz quase todos rirem. Sniper incluído.

"Então... Eu começo falando." ele diz, então suspira. "Você caiu na minha vida como uma mulher chata, que enchia a porra do meu saco e não me deixava em paz." ela rola os olhos, mas sorri mais. "Mas você me fez o homem mais fodidamente feliz do mundo, porque eu me apaixonei para caralho por você."

Meus olhos encontram os de Hacker.

"E, apesar das brigas, discussões e xingamentos  que nós dois sabemos que são muitos, você é uma das pessoas mais importantes da minha vida. E você, kotyonok, é minha grande conquista. Porque as vezes eu paro e penso... Como diabos essa mulher me ama? Mas só penso isso quando não estou pensando em como quero te matar, porque você está me irritando." Isso rende risos e choros. Meus olhos continuam presos em Hacker.

"Meu ponto é... Eu te amo. Para caralho. E sou seu, até você decidir que não me quer mais." Sniper concluí.

Minha irmã, com lágrimas nos olhos, sorri.

"Nossa trajetória foi esquisita." ela começa. "Primeiro, eu te odiava. Depois te odiava mais ainda. Depois não te odiava mais. Aí comecei a gostar de você... E então me apaixonei. E ainda, até hoje, me pergunto como fomos de ódio a amor tão rápido. Mas acho que esses dois andam em uma linha bem tênue. Para gente, essa linha nunca existiu. E eu amo isso. Não sou a melhor pessoa com palavras... Mas você vai me entender. Sempre entende. Então, é isso, Snipe. Não vou falar muito, mas esse é meu eu te amo."

Depois disso, eles se beijam. A festa do casamento começa, e eu e Hack não nos falamos. Agimos normalmente, às vezes acabamos no mesmo ambiente, mas não falamos diretamente um com o outro mais que o necessário.

E então, algumas horas depois, estou embarcando novamente em um avião, sentindo como se estivesse deixando meu coração para trás.

Hacker - Flaming Reapers 7Onde histórias criam vida. Descubra agora