Capítulo 8

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- Agora que já sabes um pouco da história, quero que a partir de agora em diante, estarás proibida a tocar na tua flauta, não quero que eles te encontrem e te fazem mal! - ordenou rígido para Sakura, fazendo com que Sakura ficasse em choque.

- Mas pai... - tentou Sakura se explicar, mas seu pai já havia dado a ordem.

- Aqui não tem "mas" Sakura, dá-me a tua flauta! - Hashirama estendeu a mão para pegar no instrumento, mas a índia recuou um passo para trás sendo envolvida pelas mãos de sua mãe.

- Querido não sejas tão cruel com nossa filha... Ela terá cuidado... - interveio Mito tentando tranquilizar um pouco o clima entre pai e filha.

- Sakura, estou à espera que me dês o instrumento... - ignorou por completo o que sua esposa havia lhe dito, Sakura estava encolhida nos braços de sua mãe.

- Eu perdi a minha flauta... - falou baixo engolindo um bocado de saliva temendo a reação de seu pai.

- Graças à deusa Jaci, ela soube te proteger e de nos proteger, espero que pelo desaparecimento do instrumento que esqueças a música e que penses mais nos deveres do nosso povo. Principalmente pelo teu casamento... - disse Hashirama, Sakura ia se protestar, mas seu pai continuou - Sakura, tu és a filha do chefe, chegou a altura de ocupares o teu lugar entre o nosso povo. - terminou.

- Um pequeno riacho corre para um grande rio, para que assim chegar ao grande mar, e por muitas das vezes do seu vigor, o rio marca o curso com rigor, por isso os rios têm vida longa. É o que deves fazer, minha filha. Marcar o teu mandato para as nossas crianças, que sejas estável. - disse Mito encorajando Sakura, a índia olhava para os seus pais com o seu olhar indignado.

- Eu não posso ser como um rio estável... - exclamou-se virando as costas para os seus pais, ao chegar perto da abertura da tenda olhou para os seus pais - Pois como um rio, eu não sou nada estável... - saiu correndo, suas lágrimas caíam pelo rosto, Sakura sempre foi um espírito livre, agora ver que sua alma como uma ave ser presa numa gaiola a deixa agoniada.

Sakura chegou perto do rio, foi para cima da canoa, a pequena raposa também saltou para cima do jabé, Sakura começou a remar, seus olhos não parava de chorar, seu coração entristecido pelo que seu pai havia dito. A índia não vivia sem a música, a música para ela é tudo, é o que acalma é o que ela sente na sua alma. E Hashirama, seu pai, proibindo e ordenando o que Sakura tinha que fazer, seguir as suas tradições e seus rituais fazia com que Sakura pensasse nas suas ações, todavia Sakura sabia que ela não era a verdadeira filha do chefe da tribo, mas se eles a aceitaram quando a deusa Iara a colocou naquela praia, Sakura nunca soube de onde veio, nenhuma memória, nenhuma peça para recordar.

Ao remar tanto, e com a sua mente turbulenta, Sakura chorava pelo rio acima, Kurama estava encolhida nas pernas da índia, ao ver que sua dona estava entristecida. Sakura remou, contra à corrente de água foi então que quando deparou-se com duas entradas de água, uma mais estreita e mais turbulenta de águas raivosas, e de águas rasas com pedregulhos pelo trajeto, e outra com entrada mais larga e com a água mais calma sem problemas nenhum para remar, Sakura olhou atentamente para os dois canais, aquilo era um aviso de que ela é que escolheria o seu caminho para o futuro, qual seja calmo, ou turbulento. E naquele momento, Kurama saltou para o colo de Sakura, o olhar meigo da raposa fez com que Sakura acordasse de seus muitos pensamentos e remando em direção à entrada de águas calmas.

Foi então que Sakura chegou ao seu destino, ao seu pequeno esconderijo, o seu calmante natural, o refúgio de tudo e de todos. Quando Sakura puxou a canoa para terra colocando os remos dentro do pequeno jabé, deparou-se com uma figura masculina, a sua cascata estava com um novo acompanhante a índia olhou para o homem que se encontrava sentado no pequeno precipício que a cascata fazia, não era alto, apenas uma pequena pedra, onde Sakura tinha o costume de tocar a sua flauta. O homem balançava a sua perna suspensa e em seu rosto demonstrava que estava pensativo, a pequena brisa que fazia na cascata balançava os fios negros dele, e as cores alaranjadas do pôr-de-sol contemplava a beleza natural do homem, em sua cintura estava a flauta da índia, Sakura permanecia ainda no seu lugar, mas sua raposa já estava em cima do colo do homem a fazer-lhe festinhas.

A Princesa dos ÍndiosOnde histórias criam vida. Descubra agora