III

410 68 8
                                    

"Alô?"

A voz do outro lado da linha era baixa e sonolenta. Choi San riu.

— Você disse que eu poderia ligar a hora que quisesse.

Uma comoção pelo telefone.

"San?"

O moreno sorriu de leve ao notar o tom levemente mais agudo e animado pela ligação, subitamente se sentindo um pouco mais querido.

— Sim, sou eu.

Ele bateu os dedos levemente no papel. O mesmo papel de mais cedo, embora agora estivesse completamente escrito. Depois de horas tentando, ele resolveu sair e tomar um chocolate branco. San gostava bastante desse pequeno ritual há muito esquecido; costumava tomar da bebida com os pais quando era mais novo. Antes de tudo acontecer. E então tudo estava nos conformes, até o atendente se transformar num bobão e logo depois num genuíno galã ao o entregar a sua bebida com o seu número, nome e um breve bilhete dizendo que poderia ligar a qualquer momento que quisesse conversar. Então, quando chegou em casa, observou o copo durante dez minutos e escreveu seis páginas. Bom, ali estava ele agora. Ligando pro atendente.

"Sobre o que você quer conversar?"

— Eu estou curioso, na verdade, Jung Wooyoung.

San se perguntou se Wooyoung havia gostado de como seu nome soava na sua voz tanto quanto San havia gostado de dizê-lo.

"Sobre o que?"

— Por que você fez isso, realmente?

Wooyoung respirou fundo do outro lado da linha durante alguns segundos.

"Eu vi.. As marcas. Achei que você talvez estivesse precisando de um amigo, ou alguém, sei lá. Eu gosto muito de ajudar as pessoas, mas a minha vida é tão normal que ninguém nunca precisa de ajuda, também. Só pensei que talvez pudesse fazer algo por você."

San ficou calado. Ficou em silêncio durante tanto tempo que Wooyoung pensou por um momento que a ligação tivesse caído, mas não. Quando voltou a falar, sua voz estava falhando vez ou outra. E embora o moreno não pudesse ver, os olhos do loiro estavam se arregalando novamente.

— Eu escrevi uma carta agora há pouco. Uma carta de despedida. Você entende o que eu quero dizer?

"... Sim."

— E você está disposto a me ajudar?

"Você quer receber ajuda?"

Ele pensou sobre isso. Arqueou as sobrancelhas, desviando o olhar da folha para a janela entreaberta, mostrando parte da cidade adormecida como ele deveria estar.

— Quero parar de me sentir vazio e cansado.

"Ótimo. Eu vou ajudar você."

woosan; 「casa 77 」Onde histórias criam vida. Descubra agora