Jung Wooyoung quase ajoelhou no chão da entrada da casa de Choi San para agradecer ao bom Deus que o moreno havia sabiamente escolhido colocar uma roupa antes de atender a porta.
E ele parecia apático, indiferente. Seus braços ainda pingavam e tinham sujado toda a casa.
— Por Deus, San.. – Sussurrou, ao entrar e já o puxar de volta para o quarto, o mandando se sentar na cama enquanto procurava um kit de emergências.
Um kit de emergências de verdade, apontou, quando San o mostrou seu próprio kit. Achou um no armário do banheiro. Tentou evitar olhar a pequena poça de sangue perto do celular largado no chão. De volta ao quarto, se sentou ao lado do moreno.
— Por que você fez isso? – Perguntou gentilmente, pegando na mão ensangüentada do outro e esticando seu braço. San observou que ele não se importava se estava se sujando de sangue no processo e apreciou que ao menos o loiro não sentia nojo de si.
— Eu precisava sentir alguma coisa. Dor.. Dor sempre foi o caminho mais rápido. – Respondeu o Choi, umedecendo os lábios quando o algodão molhado em álcool atingiu os cortes novos, lavando o sangue, limpando-o. San gostou da sensação da ardência.
— Desculpe, eu sei que dói, mas estou cuidando disso.
Delicadamente, Wooyoung espalhou uma pomada pelos cortes usando um cotonete. Seu toque era tão suave. Então, cada um foi coberto por gaze e esparadrapo, e Wooyoung cobriu o seu antebraço com uma faixa grossa antes de finalmente repetir o processo no braço restante.
— Você não tinha que fazer isso.
— Eu sei. Estou fazendo porque quero, San. Além do mais, você já pode tentar um teste para o elenco de A Múmia. – A piada sem graça fez San rir. Wooyoung tinha coberto todas os cortes; até mesmo os antigos.
Silêncio. O loiro olhou ao redor.
— Você gosta de pintar o cabelo? – Perguntou, quando a atenção recaiu sobre um pequeno móvel com diversas tintas organizadas por degradê de cor.
San demorou a responder.
— Eu costumava gostar mais. Agora eu sequer tenho vontade de retocar o platinado.
Wooyoung tentou mesmo não olhar para o pescoço alvo de San quando decidiu prestar um pouco mais de atenção nos longos cabelos platinados da nuca. Percebeu com um leve pesar que a cor estava desbotando e amarelada, e com uns bons dedos da raiz preta aparecendo.
— Bem. Eu posso retocar isso pra você.
Choi San arqueou as sobrancelhas.
— Você quer pintar o meu cabelo?
Wooyoung deu de ombros. San revirou os olhos; não adiantaria nada discutir, ele nem tinha energias pra isso. O Jung então, procurou a tinta certa. Buscou os itens necessários e cuidou dos cabelos macios e maltratados do moreno. Enquanto o loiro se esforçava, no entanto, San não conseguiu deixar de pensar na forma como Wooyoung o tocava; sempre com tanto cuidado e gentileza. Como se estivesse com medo que o Choi quebrasse em pedacinhos. Tinha um efeito calmante sobre si, de modo que, ao final, tentou se animar com os fios hidratados e retocados, mas estava tão sonolento.
E Wooyoung foi tão compreensivo, juntando toda a bagunça e o colocando pra dormir.
Depois, ele se ocupou em limpar todo o sangue. Antes de ir embora, então, deixou um recado para que San o ligasse quando acordasse, e um beijo suave na testa do moreno adormecido.
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woosan; 「casa 77 」
FanfictionAchtung - O cachorro negro e a metáfora que cabia perfeitamente no que a vida de Choi San tinha se tornado. depressive!san | +18