XI

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Sim, ele sabia.

Jung Wooyoung reafirmou mentalmente que não era nenhum stalker pervertido. Só um pouquinho pervertido.

Sendo assim, ele descobriu também que Choi San sabia muito bem escolher as palavras para deixar alguém com as pernas fracas. E Wooyoung não deveria estar fazendo aquilo, mas ele estava, porque aquele do outro lado era San, e San deixava o seu corpo tão, tão fora de controle.

O loiro sentiu o rosto corar quando San o pediu para dizer seu nome, por favor, Wooyoung, apenas uma vez, mas ele estava nervoso, porque seus pais estavam na sala e seu irmão no quarto ao lado.

"Wooyoung.. Eu-"

O que quer que ele fosse dizer, foi interrompido pela sua respiração se alterando mais uma vez, os ofegos fortes e contínuos, os gemidos fracos e roucos. Oh, sim, Wooyoung sabia o que aquilo queria dizer e não estava muito diferente. Seu punho estava dolorido, mas a única coisa que ele se importava era com San. San e aquele turbilhão de sensações que o faziam revirar os olhos e se remexer na cama.

— S.. Sannie.. – Sussurrou tímido, fechando os olhos com força e se deixando, mais uma vez, ser atingido pelo líquido quente que escorria com força. Do outro lado da linha, sabia que a situação ao menos era recíproca.

O braço de Wooyoung caiu cansado na cama. A respiração de Choi San aos poucos se normalizava também.

— Certo. O que foi isso? – Perguntou o loiro, com um sorriso, quando conseguiu minimamente se recuperar daquele princípio de ligação.

"Você me ligou num momento delicado." San riu. "Eu não podia parar, estava tão perto."

— Ok, então. E no que estava pensando, se posso saber?

"Em você, Wooyoung. No que mais eu pensaria?"

O Jung arqueou as sobrancelhas, o rosto inteiro queimando até o pescoço agora. Se inclinou sobre a cama para buscar a caixinha de lenços umedecidos na cômoda e se limpou em silêncio.

— Em mim?

"Sim, Woo. Aquilo passou o dia inteiro me afetando em níveis diferentes até agora. Achei que ia enlouquecer, eu me segurei tanto."

Ele estava se referindo a algo que aconteceu quando Wooyoung passou lá pela manhã. San ainda estava um pouco drogado pela medicação, mas era um dia bom. Então tinha se levantado sozinho e tomado banho. Provavelmente o vapor quente e o fato de que ele estava drogado e de jejum fizeram com que sua pressão tivesse uma queda assim que saiu do banheiro, e por sorte, Wooyoung tinha acabado de entrar no quarto, então tudo que pôde fazer foi segurar um San apenas de toalha e o encostar na parede onde estava tentando se manter firme.

Eles tinham ficado tão perto um do outro que a respiração inconstante de San batia no pescoço do Jung, que mantinha os olhos cerrados e a cabeça apoiada em seu ombro até ele ter a brilhante ideia de deitar a cabeça para trás e a apoiar na parede. Wooyoung desceu os olhos rapidamente pela silhueta de San, e subiu de volta para se demorar em seus lábios. Até encontrar suas próprias orbes que o fitavam daquele jeito intenso. Aquele jeito intenso que bambeava as pernas de Wooyoung desde a primeira vez que viu o moreno na cafeteria.

— Céus, pelo menos eu não fui o único..

San riu abafado do outro lado da linha.

"Você quer sair comigo? De verdade, dessa vez. Nada de histórias tristes sobre o passado, eu prometo."

Wooyoung não conseguiu conter um sorriso pequeno.

— Claro que sim, Choi San.

woosan; 「casa 77 」Onde histórias criam vida. Descubra agora