Silêncio

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Passos largos e leves mas com uma precisão estranhamente calculada.

Sim, eu podia ver que tudo estava programado para acontecer ali naquele momento, inclusive o vazio que eu sentia dentro do peito.

Com os pés na areia daquela praia onde passou a ser minha segunda casa, contando segredos como quem conta algo a um melhor amigo ou um simples terapeuta.

Era assim que me referia aquela situação, como um tipo de cura ou tratamento imediato.

O silêncio daquele velho ambiente onde já se tornava minha moradia predileta, o despertar de minha consciência e os gritos silenciosos daqueles conselhos sábios, pois juravam ter passado por muita coisa ao longo do tempo.

E quem não?

Sim, havia um conhecimento intenso ali diante de mim, perante a situação também, mas preferiu apenas me ouvir e me olhar com aqueles olhos frios e piedosos.

Não queria pena, e sim entendimento.

Mesmo que não ouvisse tudo o que eu tinha a dizer, pois eu me recusava a mostrar fraqueza, já estava despedaçado demais para me lamentar em voz alta.

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