Você é doida

415 30 7
                                    

Samantha

Eu não sei, não sei o que está acontecendo comigo, o que essa desgraçada está fazendo com meu corpo, não é normal. Não é. Mas ela não pode saber, não tem essa possibilidade. Como eu já disse, essa dinâmica louca aqui, a única convencida sou eu!

Talvez, só talvez, eu a estivesse deixando louca como ela fazia comigo. Até porque ela que me puxou, né? Quem pode culpá-la? Uma pessoa simplesmente não resiste à Samantha Lambertini.

Quando sua mão gelada pegou minha cintura, o coração que estava ensurdecedor agora praticamente estava tentando sair de meu corpo, batia tão forte, tão rápido, não entendo. Deve ser uma doença, eu deveria me internar. Até porque gostar tanto assim de Heloísa em tão pouco tempo não é normal.

Sua boca minúscula encontrou a minha que nem ímã e eu nem percebi quando ela praticamente dominou o beijo, me segurando agora pela nuca, sua língua passeando todinha em mim. Gente, se ela continuasse desse jeito, eu teria que arrancar sua roupa. Tentei brigar com ela, passei a língua por seus lábios e a ouvi suspirando. É isso mesmo, eu só entro no jogo para vencer. Me afastei um pouco, mas só para avançar de novo, puxando com força seu lábio inferior, eu já tinha aprendido que aquele era seu ponto fraco, como o pescoço era o meu.

Falando nele, Heloísa se afastou para atacar esse meu ponto fraco, já estava me tremendo toda quando, no lugar de beijar, ela deu um gritinho assustado:

— Que foi? — Perguntei desesperada e olhei para trás, a fim de descobrir o que tinha feito interromper aquela coisa maravilhosa.

Virei-me que nem a menina do exorcista e dei de cara com dois pares de olhos nos encarando. Clara e Tina, ambas igualmente chocadas.

— Oi... — Heloísa disse depois de um tempão, quando nenhuma de nós abria a boca.

— Como vocês estão? — Perguntei me fingindo de sonsa, passando a mão no cabelo tentando arrumar a bagunça que Heloísa havia feito.

— É sério que vocês vão fingir que não estavam fazendo nada? — Clara perguntou erguendo a sobrancelha.

— Oi? — Pisquei os olhos bem rápido, fingindo confusão.

— Vocês estavam literalmente se engolindo. — Tina afirmou, parecendo mais chocada que minha amiga.

— Vocês não têm provas. — Heloísa anunciou vitoriosa, mas quando olhei bem para ela, vi que a área de sua boca estava toda manchada com meu batom meio marrom. Aquele tom da Kylie Jenner sabe? Eu amo, fico uma tremenda gostosa.

— Hm, Heloísa? — Ela olhou para mim respondendo ao meu chamado e em um silêncio constrangedor, com as duas nos encarando, eu passei meu dedo em sua boca, tentando diminuir o estrago que eu havia feito.

— E esse batom na sua cara é o quê, Lica? — Tina indagou, com os braços cruzados.

— Não tem como elas negarem, nós vimos! — Clara disse para Tina, inconformada.

— Bom se vocês viram, perceberam que estava incrível, né? — Eu disse irritada, eu não aguento mais essas pessoas me interrompendo. Será que não sabem que tesão interrompido pode ser fatal? — Por que vieram aqui atrapalhar?

— Os seus pais estão lá na porta te esperando para te levar ao hospital, sua burra. — Clara esclareceu (sentiu o trocadilho?) — A moça da coordenação veio avisar, mas a madame tinha sumido.

— Agradeça que fomos nós que empatamos a foda.

— Ah, estamos muito agradecidas, Cristina. — Heloísa debochou para a amiga e depois se virou para mim. — Por que está indo para o hospital? Você está bem?

Amanhã - LimanthaWhere stories live. Discover now