Adam pegou no pesado machado e sorriu enquanto olhava para a lâmina afiada. Olhou para a enorme casa e em passos calmos e silenciosos aproximou-se da mesma. Ao longe dava para ouvir os gritos histéricos vindos do interior da casa.
Coisas a partirem assim que entravam em contato com o concreto, cacos de vidro espalhados pelo chão, raiva e ódio expressadas em cada palavra dita; Adam achava isso surreal, alucinante.
O moreno nem se deu ao trabalho de abrir a porta, simplesmente atravessou-a. Em passos calculados e traiçoeiros, ele andou até às suas vítimas e os encarou. Convencido da alma corrompida, pousou o machado encima da mesa, enquanto encostava-se na parede, pronto para ver o que se sucedia daquela discussão.
—Eu estou farto! — berrou o homem fechando os olhos e apertando os punhos — Vou dar uma volta e quando voltar, espero que já não estejas aqui. — ameaçou tenso
Talvez fossem casados, namorados, ou até amantes, mas a relação era alimentada a base da atração física, ganância e ódio. Sentimentos que Adam conhecia muito bem.
A mulher irritada e inconformada por ver a sua relação ir por água abaixo, sabendo que voltaria para a infeliz vida que tinha, pegou no machado e o olhou.
Como fora lá parar? Essa questão soou na sua mente. Mas a mulher sucumbida pela raiva e ódio, enterrou aquela questão no seu fundo de seu subconsciente e apertou ainda mais os dedos em volta do ferro do machado.
Tal como Adam esperava, a mulher levantou o machado, e sem hesitar, acertou nas costas do até então parceiro.
O homem grunhiu em estado de choque e dor, com os olhos arregalados. A mulher retirou e voltou a afundar a lâmina na carne do homem.
O seu corpo desfaleceu, e foi de encontro ao chão, num banque. O silêncio preencheu o ambiente. A mulher largou o manchado, cuja lâmina estava embebedada do sangue da sua vítima e olhou para o corpo, já sem vida do homem.
Ela sentia-se assustada, preocupada, chocada. Mas arrependida...essa palavra não fazia parte do seu atual estado de espírito. E Adam mais do que ninguém sabia que a mulher jamais teria arrependimento no coração por ter cometido um assassinato.
O demônio, pousou a mão no ombro da mulher, que apesar de não o ver ou ouvir, sentia uma presença abraçar-lhe, e começou a absorver todos aqueles sentimentos.
Raiva, ódio, desejo, vingança, medo...e várias outras emoções consideradas negativas e até perigosas.
Sentiu aquela energia toda correr-lhe pelas veias numa força e velocidade absurda. As suas veias ficaram mais salientes e os olhos castanhos, agora tinham um certo tom negro. Ao soltar a mulher, a mesma foi a correr para um cómodo, pronta para fazer as malas e fugir o mais rápido possível.
Adam negou com a cabeça, com um sorriso divertido nos lábios e ajeitou o casaco de couro preto.
—Pobre mulher. — negou com a cabeça sem parar de sorrir — Mal sabe que a sua hora chegou.
E encarou o corpo do homem sem qualquer resquício de emoção ou humanidade. Simplesmente pisou a cabeça do homem com tanta força, que o crânio rachou e o cérebro estourou, jorrando sangue pelo chão.
Ignorou os pingos de sangue que mancharam as suas botas e saiu da grande casa, como se não tivesse acabado de incentivar, mesmo que indiretamente, um assassinato.
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Hope olhou o curto uniforme e torceu o nariz em desagrado.
Para quê tão curto? Perguntou-se mentalmente.
—Para de olhar o uniforme dessa forma. — o tom de Maya era de repreensão
—Dessa forma como? — questionou Hope sem encarar a morena que semicerrou os olhos
—Como se fosse o teu inimigo mortal. — acrescentou com um tom óbvio, revirando os olhos
Maya não conteve a baixa risada quando viu a careta da castanha. A morena realmente gostava da disposição de Hope. A castanha expressava o seu desagrado e descontentamento de forma tão calma e sutil. Como se nada a atingisse, coisa que não era real.
No fundo daquela Hope irônica, poderosa e sábia, havia uma sensibilidade à mais. Um coração partido, um sentimento de vazio.
—Será que consigo convencer o senhor Saltzman a deixar-me usar calças? — perguntou Hope com um beicinho e Maya lambeu os lábios
—Claro que não! Onde já se viu uma jogadora profissional de futebol a jogar de calças? — indagou como se acabasse de ouvir o maior absurdo de toda a sua vida
—Para o início da conversa eu nem estou aqui de livre e espontânea vontade. — reclamou Hope pegando nos calções e atirando o mesmo contra um canto qualquer do balneário
—Vai ser divertido. — Maya sorriu tentando animá-la
—Dizes isso porque não serás tu que irás fazer figuras ridículas no meio do campo. — resmungou a castanha cruzando os braços a frente do peito
—Tu pareces incomodada com algo. — comentou a morena vendo Hope suspirar — Por isso vais tirar esse monte de sentimentos enquanto trabalhas o corpo. — explicou o objetivo — É relaxante. Pelo menos é o que o meu irmão diz.
—Dito assim não parece má ideia. — a Mikaelson murmurou e a morena sorriu satisfeita — Mas tens um irmão? — perguntou curiosa e a imagem de Ethan veio em sua mente involuntariamente
—Sim. — assentiu Maya antes de abrir a mochila e tirar um saquinho de doces — Ele chama-se Ethan. Faz parte da equipa de futebol. — comentou e logo estendeu o saquinho a Hope — Doces?
—Sempre. — Hope pegou num e levou a boca
Ela era viciada em doces, culpa de seu pai que a mimara das poucas vezes que tiveram juntos.
Soltou um gemido de satisfação ao sentir o gosto doce invadir o seu paladar.
Adam que ouvia tudo sem ser notado — por estar invisível aos olhos delas — revirou os olhos castanhos com o som emitido pela Mikaelson.
Por momentos ele imaginou-se como a razão da castanha emitir aquele som.
Foi algo passageiro, e Adam sabia disso. Ele era um demónio, obviamente esse tipo de pensamentos, carregados de luxúria, era algo natural, por isso não se incomodou.
—Traidora. — Hope fingiu estar chateada — Estás a tentar atirar-me para cima do teu irmão. — acusou brincalhona
—Admito, talvez seja verdade. — diz Maya sem convicção e Hope atirou o seu casaco em direção da morena — Mas se eu não fizesse, quem o faria?
Maya riu juntamente com Hope. Hope sentia-se tão mais leve perto da nova amiga.
Talvez recomeçar aqui não tenha sido totalmente má ideia. — pensou com um sorriso
—Patético. — murmurou Adam antes de sair em passos traiçoeiros em encontro da sua próxima vítima: Josie Saltzman!
23/09/2020
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The Villain - ℓєgαciєs
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