┈━═☆Eighteen

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Adam grunhiu irritado com o jogo. Todos haviam encontrado a sua palavra de fuga, e consequentemente morrido, menos ele. Claro que Adam poderia muito bem sair dali sem a palavra, já que não era afetado pelo jogo.

Mas o demónio era demasiado competitivo e orgulhoso para tal. Ele iria encontrar aquela palavra, nem que tivesse de matar a própria Josie para isso. A impaciência de Adam estava a deixar o jogo instável. Instável até para a própria Dark Josie.

Foi quando ela apareceu a sua frente. Sua áurea assustadoramente obscura não era nada comparada com a de Adam e isso fez a sifão sorrir interessada.

-Estou surpresa que sejas o único consciente que não conseguiu sair daqui. - ela zombou e Adam revirou os olhos

-Eu posso sair daqui se quiser. A tua magia vem de mim, eu sou a fonte que te alimentou, não és nada comparado ao que posso fazer. - seu tom de voz estava carregando de arrogância e Dark Josie travou o maxilar com força - Eu posso sair daqui a qualquer momento, basta eu querer.

-Então porque não o fazes? - ela ergueu a sobrancelha em desafio

-Eu só irei sair daqui quando encontrar a minha palavra de fuga. - ele disse pausadamente, com irritação nas palavras

-Humm... - Dark Josie pôs a mãos no queixo com um falso ar pensativo - Tens só uma bala na tua arma - apontou para arma que Adam carregava no sinto e este pegou imediatamente a arma -, uma só vítima para poderes escapar daqui. Mas quem será? Eu - apontou para si mesma -, a tua criação maligna? Ou a tua amada em sofrimento? Queres diminuir a tua raiva? Ou acabar com o sofrimento de Hope? - ela aproximou-se com passos de um predador e Adam apertou a arma em sua mão

Dark Josie sorriu. Adam encarou o corpo de Hope contorcer-se. Ela estava a morrer. Ele não fazia a mínima ideia de quando Hope aparecera no meio da rua em que estavam. Mas Josie manipulava o jogo.

-Tu podes acabar com o sofrimento dela, é só um tiro e já está. - a sifão tentou com um ar indeciso mas também sugestivo - Mas também podes matar-me e sair daqui. Qual das opções parasse-te melhor?

Adam apontou a arma para Dark Josie, que sorriu ao perceber a escolha do demónio, foi quando Adam virou a arma e atirou em Hope.

Parecia cruel demais. Como se ele não a amasse. Mas Adam amava Hope, mais do que a si mesmo. Ele nunca pensou que amaria alguém como amava a Mikaelson. E por mais egoísta que fosse, ele não suportaria a ver sofrer. Não quando ele podia acabar com o sofrimento.

Dark Josie olhou o demónio com irritação antes de desaparecer. Logo no sangue de Hope, apareceu a sua palavra escape.

-Dimittas. - ele proferiu, logo saindo do jogo

Aquela era a sua palavra escape, deixe ir. Ele tinha que a deixar ir, para finalmente tê-la em paz. E ele mais do que nunca tinha que encontrar a tribrida.

(...)

Hope estava farta de abrir portas e mais portas da sua mente. Ela estava perdida na sua própria mente. Foi quando ela sentou-se no corredor branco e suspirou.

-Quem eu sou? - suspirou para si própria, conformada que não sairia de lá tão cedo

Foi quando tudo mudou. Já não estava num labirinto de portas com as suas memórias. Ela estava na floresta. A castanha franziu o cenho levantando-se.

-Onde estou? - perguntou e ficou surpresa ao obter uma resposta

-Encontraste a essência do teu ser. - uma voz infantil respondeu

Hope olhou com um sorriso torto para a criança. Era ela, era a sua versão quando criança. Cabelo castanho quase ruivo solto, olhos azuis brilhantes e curiosos. As sardas salpicadas em sua face. Definitivamente aquela era ela mais nova.

-Porque estás...estou aqui? - Hope atrapalhou-se por lembrar que aquela criança era ela

-Aqui é a saída do labirinto. A única forma de despertares. - a sua voz soou e Hope viu diante de si aparecer outra versão sua

Era de dois anos atrás. A jovem imatura Hope, de apenas 15 anos que sonhava em reencontrar seu pai. Que não tinha noção do quão cruel as boas intenções eram tomadas no mundo.

-Se quiseres sair daqui terás que te encontrar. Quem és tu? A bruxa Hope de 7 anos? A jovem lobisomem Hope de 15 anos? Ou a vampira Hope, imortal? - mais uma versão sua apareceu, mas a Mikaelson soube que ela ainda não existia. Talvez uma versão futura de si.

-Tu és uma bruxa, és pura e protetora. Pensas nos outros acima de tudo, és poderosa. - disse a sua versão mais nova dando um passo em diante, com um sorriso radiante que só uma criança podia oferecer

-Não, tu és uma lobisomem. És egoísta, a família vem em primeiro lugar. És imatura e tens sonhos, estrelas a alcançar. - a sua versão de 15 anos contrapôs

-Aposto que és a vampira Hope. Poderosa e imortal. Livre, respeitada, nunca pisada. Tem tudo o quer, controle, poder, família...- a sua versão mais velha disse com certeza e desleixo

Hope encarou os olhos esperançosos da sua versão bruxa. Depois os suplicantes da sua versão lobisomem. E por fim os gananciosos da sua versão vampira. Quem ela era? A Mikaelson levou a mão ao peito e depois ergueu a cabeça, com um ar decidido e confiante. Ela sabia quem era, sempre soube.

-Eu sou Hope Mikaelson. Sou protetora, poderosa, sou a minha família, e livre. Eu não sou tu, - apontou para a sua versão bruxa que abaixou a cabeça -, nem tu - a sua versão loba inclinou-se um pouco - e muito menos tu! - apontou para a versão vampira que riu de escárnio

-Então quem és tu? - a versão vampira perguntou

-Tu sabes quem és. - a versão infantil sorriu docemente - Senão nunca terias vindo cá parar.

-Tu estás aqui, na essência do teu ser. Tudo o que estiver aqui faz parte de ti. - acrescentou a sua versão adolescente

-Tens razão. - Hope concordou - Eu não sou nenhuma de vocês. Eu sou vocês todas. Eu sou uma bruxa, sou uma lobisomem e sou uma vampira. Eu sou Hope Mikaelson e sou uma tribrida!

-O nosso trabalho aqui está feito. - a sua versão vampira diz e as outras duas versões mais novas desaparecem - E Hope, para de temer o teu potencial, aceita o teu vampirismo. Tu não poderás sair da prisão mental da Dark Josie até seres totalmente tu. - aconselhou antes de desaparecer

-É, está na hora de eu me libertar e me aceitar. - concordou para consigo medma

E foi quando ela sentiu uma dor no pescoço. Alguém tinha quebrado o seu pescoço.

-Dimittas...- foi a última coisa que ela ouviu antes de morrer

The Villain - ℓєgαciєs Onde histórias criam vida. Descubra agora