A Balada dos Quatro Pistoleiros e outros contos

2089 D.C parte final

— A questão é — Artorias interrompeu — que Cloud pode levar a mensagem sozinho. Mas, se assim for, eles vão fazer ele esperar e enganar ele com artifícios durante dias, ou até semanas, enquanto se preocupam com etiqueta e protocolos. E não temos esse tempo a perder. Há um velho ditado Bretão que fala sobre isso: Um homem pode ser enganado. Dois, pode ser conspiração. Três é o número em que confio.

— Então vocês estão me mandando porque não há outro jeito?

Desmond perguntou um tanto insultado com a ideia.

Artorias decidiu que era o momento de massagear o jovem ego um pouco; mas só um pouco.

— Bem, na verdade, há, sim. Mas não se pode mandar qualquer um para uma missão dessas. Os três membros precisam ter algum tipo de status. Por exemplo,

eles não podem ser simples soldados.

— E você, Desmond — Cloud acrescentou —, é um membro do Corpo dos Caçador Azuis. Isso vai pesar bastante para os Bretoes.

— Sou só um aprendiz — Desmond retrucou e ficou surpreso quando os dois homens balançaram a cabeça discordando.

— Você usa a Faca do caçador azul — Artorias disse com firmeza. — Não importa se é de bronze ou prata. Você é um dos nossos.

Desmond ficou visivelmente animado com a declaração do mestre. — Bom, se vocês acham isso, vou ficar muito feliz em acompanhar Cloud — Desmond respondeu.

Artorias olhou para ele com frieza. Certamente era tempo de parar com as carícias no ego. Deliberadamente, ele se virou para Cloud.

— Então, você sabe de mais alguém que seja totalmente desnecessário para ser o terceiro membro? — ele perguntou.

Cloud deu de ombros, sorrindo quando viu Desmond se acalmar.

— Esse é o outro motivo pelo qual o Coronel me mandou para cá — ele contou. — Como Redfild é um dos maiores feudos, ele pensou que vocês poderiam dispensar outra pessoa daqui. Alguma sugestão?

— Acho que talvez tenhamos exatamente a pessoa de quem você precisa — Artorias disse esfregando o queixo enquanto uma ideia se formava em sua cabeça. 

— Talvez seja melhor você ir para a cama — ele disse virando-se para Desmond — Vou ajudar Cloud com os cavalos e depois vou até o castelo.

Desmond concordou. Agora que Artorias tinha mencionado a cama, o rapaz sentiu uma vontade irresistível de bocejar. Ele se levantou e foi para o seu pequeno quarto.

— Até amanhã, Cloud.

— Bem cedo — Cloud respondeu sorrindo, e Desmond

revirou os olhos fingindo estar apavorado.

— Eu sabia que você ia dizer isso. Artorias e Cloud atravessaram os campos e foram até o

Castelo Redfild num silêncio agradável. Cloud, atento aos modos do antigo mestre, percebeu que Artorias queria discutir um assunto. Não demorou muito para que o Caçador  quebrasse o silêncio.

— Essa missão para Bretanha pode ser exatamente o que Desmond precisa. Estou um pouco preocupado com ele.

Cloud franziu a testa. Ele gostava do jovem e irrefreável aprendiz.

— Qual é o problema?

— Ele passou por maus momentos quando encontramos aqueles Orcnuss na semana passada — Artorias contou. — Acha que perdeu a coragem.

— E perdeu?

— Claro que não — Artorias disse e sacudiu a cabeça com determinação. — Ele tem mais coragem do que muitos homens adultos. Mas, quando os Orcnuss nos atacaram, ele se apressou em atirar e errou.