Sim, isso não é uma miragem. Eu voltei meros mortais.
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-- Toni? -- Cheryl chamou ao se aproximar da mesa, vendo as orbes castanhas se erguerem e lhe fitarem. -- Pode vir aqui um minuto?
-- Ainda não terminei de comer. -- Toni falou e Cheryl suspirou, caminhando até ela e se sentando de frente para a maior.
-- Obrigada. -- Cheryl disse baixinho, se arremessando nos braços de Toni sem dar tempo da outra falar nada. -- Eu amei. -- Ela completou, sentindo finalmente os braços da menor se envolverem ao seu redor, abraçando-a de volta.
-- De nada. -- Ela replicou, sentindo Cheryl se afastar alguns poucos centímetros e plantar um calmo beijo em seu rosto.
-- Como conseguiu? -- Cheryl perguntou, removendo os braços do pescoço de Toni, por outro lado, a mais velha permaneceu com seus braços ao redor de Cheryl. -- E não seja grosseira em sua resposta. -- Se aprontou em dizer ao ver que Toni iria abrir a boca para dizer algo.
-- Hey! -- Toni repreendeu, mas sua repreensão foi seguida de um enorme sorriso que enfeitou seus lábios. -- Pare de saber como eu vou agir.
-- Não dá. Você é previsível. -- Cheryl disse rindo baixinho e Toni franziu os olhos.
-- Não vou te contar como consegui então. -- Toni disse e Cheryl abriu a boca surpresa.
-- Não! T.T, olha... Eu retiro tudo o que eu disse. Você não é nada previsível, eu sequer sei que você só está fazendo isso para eu voltar atrás no que disse. -- Cheryl disse e Toni riu, suspirando.
-- Tudo bem. Pedi para uma amiga pegar para mim. -- Toni respondeu e Cheryl desviou o olhar para Veronica, que havia tossido alto.
-- De nada. -- A morena falou e Cheryl sorriu.
-- Obrigada por isso. -- Cheryl disse e Veronica se espreguiçou.
-- Eu preciso dizer "de nada" de novo? -- Cheryl riu graciosamente antes de ousar deitar a cabeça no ombro de Toni.
-- Coma! Você quase não comeu nada. -- Cheryl impôs e Toni negou.
-- Não estou com fome. -- A mais velha replicou e Cheryl sentiu Toni começar a acariciar suas costas. Aquilo era novo, Toni não fazia carinhos.
-- Mas precisa comer. -- Cheryl insistiu e Toni voltou a negar.
-- Comi a fruta. Posso esperar o almoço agora.
-- Certo. -- Cheryl disse, vendo Veronica olhar confusa para Toni.
-- Só gostaria de agradecer ao sol por aquecer a pedra de gelo. -- Veronica disse do nada, se levantando. -- Vou sair daqui porque sei quando atrapalho.
-- Você não está atrapalhando. -- Cheryl disse, se aconchegando mais nos braços de Toni.
-- Tchau. -- Veronica falou, se afastando e Maggie riu.
-- Nem pense em sair, Maggie. Não estão atrapalhando. -- Cheryl disse ao ver o olhar de Scar de quem também saíria. Ambas apenas assentiram e então a ruiva ergueu seu rosto, fitando Toni com um sorriso divertido nos lábios.
-- O que foi? -- Toni indagou.
-- Você realmente não acredita que eu só trabalhe na enfermaria? -- Ela indagou e Toni suspirou. -- Que bilhete foi aquele? -- Ela perguntou rindo.
-- Eu sei que só trabalha, só quis te lembrar que esse lugar não é para você. Ela trabalha em um presídio e lida com pessoas perigosas todo o tempo. Você tem que, uh... -- Ela se inclinou para sussurrar, afinal as amigas de Cheryl não sabiam que elas não estavam realmente juntas. -- Encontrar alguém que não seja daqui para ocupar esse coração. -- Cheryl franziu o cenho e a fitou.
-- Por quê? -- Indagou confusa.
-- Você merece mais do que isso. -- Toni disse, olhando para baixo e Cheryl levou uma mão até seu queixo, o erguendo.
-- E se eu não quiser mais do que isso? -- Cheryl indagou, encarando-a com intensidade e Toni suspirou.
-- Você quer mesmo a médica, não é? -- Toni perguntou em seu ouvido com ar de derrota e Cheryl negou com a cabeça, voltando a fitá-la.
-- Não estou me referindo à ela. -- Cheryl informou e Toni se levantou, jamais deixando de olhá-la.
-- Você não deveria se envolver com ninguém daqui. -- Toni disse e Cheryl se levantou junto. -- Você merece mais.
-- Como sabe o que eu mereço ou não? Você sequer me conhece. -- Cheryl disse veemente e Toni passou uma mão pelo próprio rosto, respirando fundo antes de rir baixinho e levar uma mão até o rosto de Cheryl, acariciando-o.
-- Destemedida como sempre. -- Toni disse sorrindo nostálgica e Cheryl estranhou a atitude. -- Os anos passam, mas você não muda.
-- Anos? Você me conhece de antes? -- Cheryl indagou e Toni negou com a cabeça.
-- Não ouça as bobagens que eu digo. Só acordei com sono. -- Toni disse, deixando um beijo em sua bochecha antes de começar a caminhar para longe.
-- Espere! -- Cheryl chamou, seguindo-a. -- Toni! -- Tentou novamente, sem êxito. -- Eu não acredito em você. -- Cheryl disse no meio do corredor de suas celas, fazendo Toni frear no mesmo momento e se virar para ela.
-- Não acredita em quê? -- Toni indagou e Cheryl a alcançou, parando em sua frente. Sua respiração agitada pela aceleração de seus passos.
-- Que esteja sonolenta. -- Cheryl disse quase arfando e Toni riu.
-- Tudo bem. -- Toni disse dando de ombros e Cheryl segurou seu pulso, não deixando a menor continuar seu caminho.
-- Não acredito que você tenha dito "anos" por estar sonolenta. -- Confessou. -- Não acredito que tenha trocado os frascos por não ter notado e tampouco acredito que seja essa durona que todo mundo aqui dentro crê que é.
-- Ah é? -- Toni perguntou e Cheryl assentiu, sentindo seu coração acelerado, ela só não sabia identificar se era por ter acelerado o passo minutos atrás ou por estar falando aquilo para Toni.
-- Sabe o que mais eu acho? -- Cheryl indagou dando mais um passo a frente, vendo Toni negar com a cabeça e prender a respiração. -- Que você gosta de mim. Que essas brincadeiras sobre me beijar são porque você realmente quer isso. -- Umedeceu os lábios e tomou ar.
-- E no que mais acredita? -- Toni perguntou, encarando-a como se lêsse sua alma através daquele olhar.
-- Também acredito que o que você diz ser dó de mim é, em realidade, preocupação real.
-- Não me importo com você e não quero te beijar, Cheryl, não alucine. -- Toni disse fazendo uma careta e Cheryl a encostou lentamente na parede entre duas celas quaisquer.
-- Então me prova. -- Cheryl sussurrou, plantando um beijo no canto dos lábios de Toni antes de roçar seus lábios nos dela.
-- Cheryl, pare!
-- Não! -- Cheryl negou veemente, fitando os lábios rosados a centímetros dos seus enquanto sentia seu corpo inteiro quase tremular. -- Me prova que você não está louca para me beijar, para sentir o gosto dos meus lábios contra os seus.
-- Está retratando um desejo seu? Porque eu não quero isso. -- Toni disse com a voz ligeiramente falhada e Cheryl colocou as mãos na cintura da garota.
-- Sim, é um desejo meu. -- Cheryl confessou, roçando seus lábios nos de Toni. -- E se não for seu também então me afaste...
Os olhos castanhos queimavam Cheryl e ambas sentiam o ar lhes faltar, corações acelerados e o perfume de Cheryl exalando das duas.
-- Não posso fazer isso... -- Toni disse baixinho. -- Não consigo te afastar. -- Confessou, sentindo seu peito doer devido à velocidade de seus batimentos.
-- Então me beija... -- Cheryl murmurou e no instante seguinte os lábios de Toni pousaram sobre os seus com pressa e intensidade, porém, jamais perdendo a delicadeza e realizando, finalmente, o desejo de duas simples presidiárias.
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Presa Por Acaso [Choni Version] (Concluída)
FanfictionO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Cheryl Blossom não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o m...