Capítulo 17.

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As línguas se encontravam com fervura, com ansiedade, com sincronia enquanto as garotas estavam naquela cama. Haviam passado a manhã inteira se beijando e só pararam para o almoço, realização da higiene bucal e logo voltaram para a cama de Cheryl, voltando a se enroscarem uma na outra.

-- Sua pele é tão macia... -- Toni murmurou, acariciando a pele da barriga de Cheryl por baixo da camisa. A ruiva resfolegou e arrastou as unhas da mão esquerda na nuca de Toni.

-- Está calor aqui ou é só impressão minha? -- Cheryl perguntou, vendo o sorriso de Toni se abrir. Seus olhos analisaram a vermelhidão dos lábios da menor e o inchaço e presumiu que os seus não deveriam estar diferentes.

-- Muito calor. -- Toni replicou, descendo a mão que estava na barriga de Cheryl para as costas dela, apertando a carne da região com vontade. Cheryl sentia seu coração bater acelerado contra seu peito enquanto apertava com a mão livre a bunda de Toni, já que a menor estava por cima dela.

-- Caralho, garota... -- Toni murmurou em um quase gemido. -- Não me provoca desse jeito.

-- Provoco sim. -- Cheryl disse, soltando uma risadinha provocante. -- Se está aqui há três anos e nunca ficou com ninguém... -- Ela sussurrou, arrastando os dentes no pescoço de Toni antes de deixar um beijo provocante contra sua pele. -- Deve estar sedenta por sexo...

-- Na verdade não. Me acostumei. -- Toni respondeu e Cheryl arqueou uma sobrancelha.

-- Você vai gozar tão rapidinho... -- Cheryl falou, distribuindo beijos pelo pescoço de Toni. -- Tão gostoso...

-- Cheryl... -- Toni gemeu baixinho sentindo sua respiração pesar ainda mais. -- Para de provocar. -- Pediu. Gemeu um pouco mais alto quando sentiu a perna esquerda de Cheryl pressionar sua intimidade. Toni olhou para além das grades apenas para ver se ninguém olhava ou se não havia policiais.

-- Que tal a gente colocar aquele lençol nas grade, hm? -- A ruiva provocou e Toni segurou suas duas mãos, as prendendo ao lado de sua cabeça enquanto distribuía beijos pela clavícula de Cheryl.

-- Você quer mesmo transar com uma praticamente desconhecida? -- Toni perguntou e Cheryl riu.

-- Ah! Como eu quero! -- Cheryl proferiu, mordendo o lábio inferior ao sentir uma mão de Toni descer para seu seio, por cima da camisa, antes de apertá-lo com carinho.

-- É uma pena então você precisar ir trabalhar com a médica. -- Toni falou, dando um demorado selinho em seus lábios antes de se sentar na cama. -- Está na hora de você ir, Cheryl. -- Cheryl abriu a boca sem reação.

Realmente precisava ir, mas se via em uma situação complicada onde sua calcinha estava encharcada e sua intimidade pulsando devido à troca de carícias quentes com Toni.

-- Argh! Inferno! -- Cheryl vociferou, se sentando atrás de Toni antes de envolver os braços ao redor de seu corpo. -- Não quero ir. -- Cheryl choramingou, distribuindo beijos pelo pescoço de Toni até chegar no lóbulo de sua orelha. -- Mas preciso. -- Sussurrou, fazendo Toni assentir.

-- Eu sei. -- Toni disse e Cheryl suspirou.

-- Desculpe. -- Cheryl pediu fazendo uma careta.

-- Não se preocupe. Temos mais alguns meses dentro dessa cela. -- Toni disse sorrindo compreensiva e Cheryl assentiu, se levantando.

-- Pode me responder algo que esqueci de perguntar? -- Cheryl indagou e Toni a fitou, esperando sua pergunta. -- Como sabia que Elizabeth me disse que você não gosta de encarar? -- Perguntou.

E lá estavam as perguntas cujas quais Toni não queria responder. A verdade é que Toni não teria problemas em responder as perguntas de Cheryl, entretanto, eram demasiadas perguntas e, como Toni sabia que Cheryl era inteligente, tinha medo de ela ir encaixando o quebra-cabeça.

Cheryl não parecia alguém que traria problemas para Toni, mas e se descuidadamente ela contasse para alguém? Toni tinha mais dois anos ali e sabia que se soubessem a verdade ela passaria a apanhar todos os dias até sair finalmente daquele inferno.

-- Ela é minha amiga. Me conhece e sabe que é verdade. -- Toni respondeu friamente, lendo no olhar de Cheryl que ela não havia engolido aquela história.

-- Sabe, eu queria mesmo saber porque você se importou em me proteger. -- Cheryl comentou e Toni assentiu, umedecendo os lábios antes de se levantar e ficar cara a cara com Cheryl.

-- Já conversamos sobre isso. -- Toni falou e Cheryl colocou um bico triste em seus lábios, abraçando a cintura de Toni.

-- Você disse que eu sou destemida como sempre. Seja sincera... Você me conheceu fora daqui? -- Cheryl perguntou e Toni riu da insistência da ruiva.

Responder aquilo não seria problema, mas quanto mais peças Toni entregava à Cheryl, mais visível ficaria a imagem toda.

-- O que eu faço com você, hm? -- Toni perguntou rindo e Cheryl sorriu amplamente.

-- Eu tenho um leque de sugestões... -- Cheryl disse sugestivamente, alçando as duas sobrancelhas.

-- Você vai se atrasar. -- Toni disse, sentindo Cheryl dar de ombros.

-- Por favor, por favorzinho, Toni. -- Cheryl insistiu. -- Só responde sinceramente a minha pergunta.

-- Que pergunta? -- Se fez de desentendida e recebeu um tapa na bunda acompanhado de uma expressão séria de Cheryl.

-- Você me conheceu fora daqui? -- Toni suspirou e finalmente se deu por vencida.

-- Sim, Cheryl. -- Toni disse. -- Mais ou menos, na verdade.

-- Como assim? -- Cheryl perguntou confusa.

-- Bem, nós nunca fomos apresentadas. -- Toni explicou e Cheryl sorriu.

-- Sabia! Eu teria me lembrado desses olhos. -- Cheryl disse em um flerte e Toni sorriu.

-- Agora vá. -- Toni disse empurrando sutilmente Cheryl, que se segurou mais em Toni, negando com a cabeça.

-- Só mais uma perguntinha... -- Cheryl disse e Toni negou.

-- Não, Cheryl! -- Toni disse veemente.

-- Por favor. -- Cheryl insistiu. -- Eu só preciso saber se você sabe sobre a minha, uh, condição financeira. -- Cheryl perguntou e Toni lhe fitou.

-- Sim. Sei que é podre de rica. -- Toni assumiu e Cheryl a olhou confusa, se afastando um pouco dela. -- O que foi?

-- Na-nada. -- Cheryl respondeu com uma expressão decepcionada no rosto.

-- Então por que está me olhando assim? -- Toni perguntou confusa.

-- Eu sei que, pelo pouco que eu conheço de você, não parece que seja, mas, uh, por favor não se ofenda...

-- Fala logo! -- Toni exigiu.

-- Você me proteger ou, uh, ficar comigo não teria nada a ver com meu... meu dinheiro, não é? -- Toni a olhou friamente, se afastando dela. -- Não me interprete mal, eu só não sei nada sobre você, mas ainda acho que o dinheiro não tenha influenciado você a...

-- Dê o fora daqui! -- Toni não gritou, porém sua fala fora rude ao ponto de Cheryl ter se sentido extremamente mal.

-- Eu não quis...

-- Você realmente é estúpida ao ponto de perguntar a alguém se ele está interessado no seu dinheiro? Que tipo de pessoa responderia "sim"? -- Toni se exaltou e Cheryl se encolheu. -- Vá atrás daquela médica, Cheryl. Sai! -- Toni disse irritada e Cheryl negou.

-- A cela também, uh, é minha. -- Falou. Queria se desculpar com Toni, falara sem pensar. Só queria descobrir o motivo de ela ajudá-la sem querer nada em troca.

-- Ótimo. Então fique aí com ela. -- A menor falou, se esquivando de Cheryl para sumir entre o corredor. A ruiva suspirou, sabendo que precisava ir até a enfermaria, mas também estando ciente de que fora um completa idiota infeliz em sua pergunta.

Presa Por Acaso [Choni Version] (Concluída)Onde histórias criam vida. Descubra agora