Presa Por Acaso [Choni Version] (Concluída)

Capítulo 20.

-- Topaz! -- A voz firme da policial loira fez Toni se virar para trás e limpar a garganta, se cobrindo com a parte de cima do uniforme que precisou se abaixar para pegar do chão.

-- Pois não? -- Perguntou, vendo a policial negar com a cabeça.

-- Nada. Não quero esse tipo de atividade durante o dia. Se quiserem fazer isso durante a noite o problema é de vocês. -- A policial disse e Toni assentiu. -- Se eu voltar aqui e ver vocês assim terão problemas. -- Alertou, puxando o lençol das grades e o fazendo cair no chão antes de sumir de vista.

-- Essa foi por pouco. -- Toni sussurrou e Cheryl riu, assentindo.

-- Eu quase me borrei de medo. -- Cheryl confessou, porém seus olhos pararam na região abaixo dos seios de Toni pois dava para ver de lado. Estava sangrando.

-- O que foi? -- Toni perguntou e Cheryl puxou sua blusa para o lado, analisando a ferida com olhos preocupados.

-- O que foi isso? -- Perguntou e Toni abaixou a vista, encontrando o pequeno ferimento.

-- Esse sangue deve estar seco já. Me machuquei hoje pela manhã naquela porcaria de jogo. -- Toni falou e Cheryl se levantou, pegando algodão, Band-Aid e pomada que havia levado para a sua cela como brinde por estar na enfermaria.

-- Já falei para tomar cuidado nesse jogo. Elas são muito brutas, T.T. -- Cheryl falou, molhando o algodão no lavatório antes de se aproximar de Toni e deslizar o mesmo sobre sua pele.

-- Você abandonou meu time. -- Toni falou fingindo ressentimento. -- Estou com uma jogadora a menos agora.

-- Não sirvo para jogar. -- Cheryl falou, cuidando do ferimento antes de correr os olhos pelo corpo de Toni a procura de mais. Encontrou outro em suas costas e a virou de costas para ela, jogando suas mechas rosas para frente e se levantando para molhar outro pedaço de algodão. -- Aquelas garotas te machucam aqui em cima como?

-- Não faço ideia. -- Toni respondeu rindo, segurando a camisa na frente dos seios enquanto sentia o algodão deslizar por sua pele. -- O chão não é limpinho igual em todos os lugares. Há pontas de concreto tortas também, talvez quando eu caí tenha me machucado.

-- Tome cuidado, por favor. -- Cheryl pediu preocupada e Toni assentiu, sentindo Cheryl parar o que fazia e suspirar. Elas sentiu as pontas dos dedos de Cheryl percorrerem sua pele desnuda e instantaneamente se arrepiou.

Os lábios de Cheryl tocaram a pele quente de suas costas, começando a distribuir mansos beijos ao longo da extensão até finalmente apoiar o queixo em seu ombro e envolver seus braços na cintura da garota.

-- Eu senti sua falta essa semana. -- Cheryl confessou, percebendo que Toni havia engolido em seco. -- Não se afaste assim de novo, T.T, por favor.

-- Eu não vou. -- Toni respondeu, se esquivando de Cheryl apenas para sentir novamente o deslizar dos dedos em suas costas, fazendo-a fechar os olhos para manter o autocontrole.

-- Obrigada por hoje. -- Cheryl disse, deslumbrada conforme sentia a pele macia sob seu toque.

-- De nada. -- Toni respondeu, controlando novamente sua respiração ao sentir os lábios de Cheryl tocarem sua nuca vagarosamente. -- Pare, Cheryl... -- Toni pediu com fraqueza na voz.

-- Eu senti mesmo a sua falta... -- Cheryl falou e Toni se esquivou dela, vestindo a camisa as pressas sem sutiã mesmo.

-- Você já disse isso. -- Toni falou ao se virar de frente para Cheryl e a ruiva se aproximou, porém Toni se levantou.

-- Eu sei que você também se sente atraída por mim, então para que ficar fugindo? -- Cheryl perguntou e Toni se encostou na parede.

-- Não estou fugindo, mas uma policial meio que nos proibiu de qualquer coisas de dia. Não estou afim de problemas. -- Toni falou e Cheryl assentiu, se levantando para ficar de frente para ela.

-- Nos proibiu de transar, não de nós beijarmos. -- Cheryl falou e Toni riu.

-- Eu devo beijar muito bem mesmo, para você estar desesperada assim. -- Toni falou sorrindo prepotente e Cheryl franziu os olhos.

-- idiota. -- Resmungou. -- Não quero mais também. Fique aí com seu egocentrismo e narcisismo. -- Cheryl reclamou, no entanto, quando estava prestes a sair da cela, sentiu uma mão de Toni tocar seu pulso, puxando-a para seus braços.

-- Ah, não minta! -- Toni falou, colando ainda mais os corpos. -- Você e eu sabemos que você quer sim. -- Seus lábios roçaram nos de Cheryl antes da ruiva suspirar.

-- E você e eu também sabemos que você também quer. -- Cheryl falou sorrindo de forma contida. -- Então que tal você só me beijar e ambas calarmos a boca?

-- Certo. -- Toni falou, rindo baixinho antes de se inclinar ligeiramente e beijar Cheryl. O toque singelo fez ambas suspirarem e então a ruiva se aconchegou mais nos braços de Toni, deixando sua língua deslizar pela da outra garota.

-- Hmm... -- Cheryl murmurou antes de depositar um selinho em Toni. -- Que beijo gostoso. -- Falou sorrindo contra seus lábios e Toni riu, corando levemente.

-- Sabe que às vezes eu gostaria de te falar as coisas? -- Toni comentou, levando uma mão até as mechas ruivas de Cheryl, colocando-as atrás da orelha da maior. -- Não tem nada demais em te falar, mas...

-- Então me fala. -- Cheryl pediu e Toni riu.

-- Eu não queria te contar para não quebrar a barreira entre nós, mas parece que você se infiltrou, hm? -- Toni disse rindo e Cheryl assentiu.

-- Sim. -- Cheryl disse e Toni umedeceu os lábios. -- Por favor, me conta algo... Sou muito curiosa. -- A menor riu e assentiu.

-- Bem, eu posso te contar da primeira vez que te vi, que tal? -- Sugeriu e Cheryl balançou a cabeça positivamente de uma maneira frenética.

-- Se eu te disser que não foi nesse estado você acredita? -- Toni perguntou e Cheryl assentiu.

-- Eu viajava bastante alguns anos atrás, então não seria difícil. -- Cheryl disse, deitando sua cabeça no ombro de Toni.

-- Foi na praia. -- Toni disse olhando para um ponto distante, como se puxasse de sua memória uma antiga lembrança. -- E você estava tão maravilhosa.

-- Quem te vê com aquela cara emburrada lá fora jamais acreditaria em você me dizendo coisas assim. -- Cheryl falou rindo e Toni suspirou.

-- Vai me deixar contar ou não? -- Toni perguntou e Cheryl assentiu.

-- Desculpe. -- Cheryl se retratou. -- É que estou feliz. -- Toni arqueou uma sobrancelha e a fitou nos olhos.

-- Eu imagino. Conversar com sua...

-- Não é só por isso. -- Cheryl disse. -- Você voltou a falar comigo e eu não sabia o quanto você poderia fazer falta. -- Explicou. -- Eu gosto de ficar assim com você, T.T.

-- Eu também gosto. -- Toni confessou, vendo Cheryl envolver os dois braços em torno de seu pescoço.

-- Agora conta... -- Cheryl pediu e Toni riu, assentindo.

-- Sem interrupções? -- Toni indagou, sentindo Cheryl fitar seus lábios antes de dar-lhe um beijo casto.

-- Pronto. Agora sim sem interrupções. -- Cheryl disse e Toni assentiu.

Não faria mal contar aquilo à Cheryl, até porque não tinha nada a ver com o que ela deveria manter segredo, porém ela sabia que aos poucos Cheryl ia desvendando ela. Precisava tomar cuidado, porque algo que acontecera alguns anos atrás para seu benefício poderia acarretar em grandes problemas se descobrissem.