Preparados para mais revelações?
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Os olhos castanhos fitaram Cheryl por longos minutos, vendo que a ruiva sequer se movia. Toni decidiu se aproximar dela, se deitando sobre a cama, ao seu lado, antes de tentar a comunicação.
-- Hey... -- A voz rouca soou docemente atrás de Cheryl e um braço circundou sua cintura. -- Não fique chateada comigo. -- Toni pediu e Cheryl torceu a boca, se virando para ela lentamente.
-- Não estou. -- Ela disse, fitando as orbes castanhas.
-- Então por que ficou assim? -- Toni indagou e Cheryl a abraçou, se encostando mais em seu corpo.
-- É que havíamos compartilhado algo... nosso. -- Cheryl disse envergonhada. -- E eu me senti tão bem, mas aí a realidade dos segredos e mistérios bateu em minha porta cedo demais. -- Confessou e Toni assentiu, decidida a ceder mais um pouco.
-- Se eu te contar a segunda vez que nossas vidas se cruzaram eu ainda poderei dormir abraçadinha com você? -- Toni perguntou e os olhos curiosos de Cheryl encontraram os seus.
-- Sim. -- Ela respondeu, se aconchegando nos braços de Toni antes de sentir a maior puxar o cobertor para cobri-las.
-- Desta vez precisarei ir mais a fundo em alguns detalhes.
-- Quanto mais fundo melhor. -- Cheryl disse, ouvindo Toni rir alto ao ouvir aquilo, só então caiu em percepção do que havia dito. -- Hey, eu não disse com malícia! -- Falou rindo e Toni assentiu.
-- Certo, desculpe. -- Ela disse iniciando uma carícia leve e mansa no braço de Cheryl. -- Dessa vez tudo começou em um funeral. -- Toni disse, fazendo Cheryl erguer o rosto para ela com preocupação.
-- Já não sei se quero ouvir. -- Cheryl disse e Toni depositou um beijo na ponta de seu nariz.
-- Então eu não falo. -- Toni disse e Cheryl negou rapidamente.
-- Não, por favor... -- Ela insistiu e Toni riu, assentindo.
-- Bem, eu tinha uns dezoito anos e ainda precisava muito, muito, muito mesmo de dinheiro... Um dia vi na televisão que um empresário muito conhecido e importante havia falecido... -- Toni começou. -- Eu sequer me importei em gravar o nome dele, o que havia chamado a minha atenção era o local do enterro. Era perto de onde eu estava e era aberto ao público.
-- O enterro do meu pai foi assim. -- Cheryl cortou e Toni a fitou, levando uma mão até seu rosto para acariciar a região.
-- Naquele dia eu decidi investir todo o dinheiro que eu tinha em flores. -- Toni confessou. -- Comprei de todos os tipos e passei horas fazendo arranjos e buquês. Peguei todas as flores e as embrulhei em um enorme tapete, com cuidado para não danificá-las e, uh, as levei para o enterro do homem para vendê-las. -- Disse, analisando a ruga que se formava no rosto de Cheryl. -- Chegando lá eu te vi. -- Cheryl paralisou, ligando os pontos.
-- Era... você estava... você... -- Cheryl estava atônita e Toni apenas a abraçou mais forte, fitando-a.
-- Sim, era o enterro do seu pai. -- Informou e Cheryl sentiu seu corpo fraquejar e uma antiga dor se reacender em seu peito. -- Você me salvou aquele dia também.
-- Como? -- A voz vacilante perguntou curiosa. -- Eu mal podia me salvar.
-- Eu te vi lá, sozinha, sentada no gramado, mais afastada de todos, chorando. Tão frágil... -- Toni disse em um suspiro. -- Você estava com o corpo mais desenvolvido desde a última vez que havia te visto, tão linda como sempre, só que chorava incessantemente. Eu já disse... Ver você chorar me quebra.
-- Você foi falar comigo? -- Cheryl perguntou e Toni assentiu. -- Mas eu não lembro. -- A menor riu baixinho ao ouvir aquilo.
-- É porque nunca cheguei até você. -- Falou. -- Não diretamente.
-- Covarde. -- Cheryl brincou e Toni riu, selando-lhe os lábios com os seus.
-- Eu posso me defender? -- Toni indagou contra os lábios da ruiva e Cheryl sorriu, assentindo. -- Bem, eu peguei o ramo de flores mais bonito que havia entre os meus e deixei as outras flores lá, unicamente para me aproximar de você, mas antes eu escrevi um bilhete. Eu queria agradecer sabe? Me sentia em débito, porém também queria te consolar... -- Ela disse.
-- Eu não acredito... -- Cheryl proferiu boquiabierta.
-- Deixei as flores ao seu lado junto com meu bilhete e estava pronta para me sentar ao seu lado e te tomar em meus braços ainda que você não quisesse. -- Falou veemente. -- Céus, você sequer havia me visto, estava chorando tanto... -- Toni umedeceu seus lábios antes de continuar. -- Mas aí o grito de um dos seguranças do local chamou a minha atenção. Quando olhei ele queria jogar fora minhas flores. Eu... precisei ir, sabe? Era todo o meu dinheiro ali. -- Confessou tristemente.
-- Foi você... -- Cheryl disse surpresa e Toni projetou um meio sorriso.
-- Você gostou das flores?
-- Amei, mas o bilhete... -- Cheryl disse sorrindo bobamente.
-- Fico feliz. -- Toni disse sorrindo junto. -- Bem, o segurança queria jogar tudo fora e me expulsar dali, dizendo que eu não tinha licença e eu tive que me humilhar implorando para ele, por favor, não me expulsar. Ficamos longos minutos debatendo, mas aí você chegou perguntando o que estava acontecendo ali. -- Toni disse rindo nostálgica. -- Novamente mostrando o quão destemida e incrível você era. -- Disse sorrindo, deslizando a vértice de seu nariz ao longo do rosto de Cheryl, fazendo a ruiva ter suas batidas cardíacas irregulares.
-- Não acredito que estive do seu lado... -- Cheryl disse ainda incrédula.
-- Ele te disse que eu não tinha autorização e você o disse para calar a boca antes que fosse despedido, que seu pai havia falecido enquanto ele pensava naquela estupidez e então ele se calou e me deixou ficar. Vendi todas as flores aquele dia.
-- Não lembro do seu rosto... -- Cheryl disse e Toni sorriu.
-- Não poderia lembrar mesmo...
-- T.T, mas você disse que você me conheceu só por nome dessa vez, não por rosto.
-- Não foi dessa vez que te conheci por nome... Dessa vez ainda não sabia que você era Cheryl Blossom, mas já descobri que tinha dinheiro por ser filha do empresário que havia partido.
-- Oh...
-- Mais uma vez você foi um rosto sem nome para mim, porém salvou novamente a minha pele. Eu realmente precisava daquele dinheiro.
-- Eu ainda guardo o seu bilhete até hoje... Ele significou muito para mim, mesmo nunca sabendo quem havia me dado.
-- Ainda lembra o que dizia? -- Toni indagou e Cheryl sorriu.
-- Como esquecer? -- Perguntou nostálgica. -- Ele foi a razão para eu conseguir continuar.
-- Jura? -- Toni perguntou incrédula.
-- U-hum. -- Ela disse assentindo e logo afundou o rosto do pescoço de Toni. -- Não deveria ter me dito que foi você a dona daquele bilhete.
-- Por quê? -- Toni indagou e Cheryl mordeu o lábio inferior.
-- Porque faz eu ficar ainda mais... -- Não, não deveria dizer. E se Toni desse o famoso surto de proteção e decidisse se afastar dela para protegê-la? Não queria ficar longe dela.
-- Mais o quê? -- Toni indagou e a ruiva suspirou, negando com a cabeça.
-- Ainda mais grata. -- Falou, decidida a jamais dizer em voz alta o quão apaixonada por Toni ela ficava a cada dia que passava.
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Presa Por Acaso [Choni Version] (Concluída)
FanfictionO que você faria se, por um golpe do destino, você fosse presa mesmo sendo inocente? Cheryl Blossom não se assustou tanto quando foi mandada ao julgamento, afinal sua família tinha a conta bancária transbordando dinheiro o suficiente para pagar o m...