Capítulo 1

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Narrador POV

- Não sei porque você insiste em dividir o apartamento com esse babaca. - Sina reclamou retirando, com asco, uma meia de  Noah sobre a almofada do sofá.

- Essa implicância é tesão reprimido. Isso faz mal, viu? - Heyoon riu se divertindo da irritação da amiga.

Noah e Sina eram como elementos químicos extremamente instáveis. A simples presença dos dois num mesmo ambiente era explosão na certa.

- Friends? - Perguntou quando viu a amiga revirar os olhos. Sugerir a série preferida da loira, pois era a forma perfeita de fugir de prováveis bofetões.

- FRIENDS! - Funcionara. Sina comemorou com pulinhos infantis correndo até a estante de DVDs. O short curto e desfiado era coberto por uma camisa preta e larga do Nirvana. Quem visse Sina nesses trajes comportando-se como uma pré-adolescente não imaginaria que a mulher era uma jornalista bem sucedida e a mais cogitada para ocupar o cargo de editora-chefe da Revista Brightness.

- Mas que merda é essa?! - A loira irritou-se quando os barulhos na direção do quarto de Noah intensificaram. - Esse sádico não para um minuto sequer? Não sei como alguém consegue ir pra cama com um cara feito o Urrea. - Bufou aumentando o volume da tv. - Nem olha com essa cara pra mim! - Ameaçou Heyoon que arqueara a sobrancelha para a amiga.

- Não estou fazendo nada. - Ergueu as mãos em inocência. - Só tome cuidado pra não acabar pagando língua, viu? - Piscou divertida.

- Impossível. - Foi a vez de Sina rir debochada. - Nem que o rei Catra apareça de vestido tubinho cantando shimbalaiê.

- Você é ridícula! - As duas amigas caíram na gargalhada. Catra de vestido cantando shimbalaiê fora demais, até mesmo para Sina.

- Tchau, meninas. - Uma loira aguada balançou suas unhas postiças de piranha dada, segundo a visão de Sina, acenando na direção das garotas. O cabelo desgrenhado e a roupa curta amassada denunciava o que estava fazendo ali. Heyoon deu um aceno discreto enquanto Sina revirou os olhos para a mulher que saía porta afora.

- Santo Deus! - A loira exasperou ao ser obrigada a se despedir da terceira garota que saíra do quarto de  Noah . - Isso aqui está virando um bordel.

- Boa noite pra você também, Deinert. - A voz grossa de  Noah reverberou pela sala de estar. O homem tinha uma toalha preta enrolada em seu quadril e possuía uma mulher ao redor de cada braço. Lançava à Sina a expressão que ela tanto odiava. A sobrancelha arqueada e o sorriso sacana tiravam a loira do sério. Talvez pelo arrepio que sentia na espinha a cada vez que  Noah a olhava assim, mas essa parte era devidamente ignorada. "Isso é só repulsa", repetia pra si mesma.

- Após te ver, não acredito que esteja tão boa. - Devolveu o olhar à altura. A eletricidade passada por aquela troca de olhares era perceptível, quase palpável, para qualquer um que estivesse naquele cômodo.

- Sempre agradável. - Ironizou.

- Sempre desnecessário. - Rebateu.

- Desculpe, garotas. - Noah apertou as mulheres em seus braços fortes e bem divididos. - A mãe não deu educação. - Se referiu ao comportamento de Sina trazendo as garotas para ainda mais perto provocando risadinhas nas mesmas. Sina revirou os olhos pela milésima vez naquela noite.

- Mas me deu bom gosto. - Levantou-se de supetão. Caminhando desafiadora na direção do moreno.

- O que você quer dizer com isso? - Estreitou os olhos na direção da loira. 

- Que eu nunca me deitaria com alguém repulsivo como você. - Sustentou o olhar intenso de  Noah e apenas desviou para olhar com desdém para o corpo do homem de toalha a sua frente. - Vocês merecem mais do que isso. - Apontou para  Noah antes de dar as costas para o moreno, Noah  sentia as veias dilatarem em irritação. Aquilo não ficaria assim, não ficaria mesmo. - EI! - Sina protestou quando  Noah a puxou pelo braço.

O movimento fez com que a menina girasse e se encaixasse no peitoral definido do rapaz. Seus rostos estavam a milímetros de distância e a loira podia ver as órbitas se Noah queimarem irritadas em sua direção. Sina teve que se esforçar para conter o impulso de fechar os olhos quando o cheiro de  Noah invadiu sem permissão seus pulmões.

- Você ainda vai implorar por isso, Deinert.

LUSTWhere stories live. Discover now