Capítulo 6

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Narrador POV

Noah remexeu-se na cama de casal da suíte, desde menino tinha dificuldades em dormir em alguma cama que não fosse a sua. Não se sentia confortável com aquele cheiro de lençol de hotel, tão impessoal e artificial. Gostava do cheiro caseiro da própria cama, da textura de suas fronhas. Algo que ele soubesse que era dele, seu refúgio, seu lar.

- Mas que m... - O fotógrafo reclamou por não conseguir se mexer, mas interrompeu seu xingamento ao perceber o que imobilizava seu corpo. Ou melhor...


Quem. 


Sina ressonava serena sobre o peitoral de Noah que achara fofo a maneira como o lábio inferior da loira se dobrava num bico dengoso. Até que, dormindo, a moça não parecia tão demoníaca aos olhos do fotógrafo. Noah bem que tentou retirar Sina de cima do próprio corpo, tinha medo de que a colunista acordasse e o enchesse de pontapés só por estarem dormindo dessa maneira. Só por ela estar dormindo dessa maneira. Mas quando o fotógrafo tentou afastá-la, a loira reforçou o aperto de seu braço em torno do tronco do rapaz. Confessara que aquela sensação de ter Sina ali, com os fios de cabelo espalhados por seu peitoral, era agradável, por mais estranho que aquilo parecesse. Ainda mais se fosse depois de uma noite incessante de sexo selvagem. Noah apostava todas suas fichas que Sina era divina na cama, imaginava suas íris azuis queimando em sua direção enquanto os lábios rosados lhe proporcionavam um bom oral. A imagem que lhe veio a mente lhe fez endurecer e a colega de trabalho remexer-se sobre ele.

Era injusto perder a oportunidade de estar um passo à frente da loira. Sorriu da ideia que tivera.

- Sorria, diaba. - Noah apontou a câmera do celular para os dois. Arqueou uma das sobrancelhas e deu o sorriso de um perfeito cafajeste que sabia que Sina não suportava.

O flash fez com a colunista dissesse algumas palavras desconexas ainda sem acordar. Noah prendeu a respiração e fechou os olhos orando para que ela não acordasse. Sabia que ela encarnaria o demônio.

Só conseguiu relaxar o diafragma quando Sina girou sobre a cama posicionando-se na outra extremidade. Longe dos braços de Noah . E Noah longe de seu cheiro.

***

A claridade das persianas entreabertas despertaram Sina que se espreguiçara sobre a cama. Com o movimento sentira que tocara algo quente e assustou-se ao ver Noah ali. O rapaz ressonava serenamente com os lábios entreabertos enquanto alguns fios caíam-lhe a face. O peitoral desnudo certificara a suposição de Sina.

Noah malhava.

Não pôde controlar a traição dos próprios pensamentos ao imaginar que essa era a sensação que muitas sentiam ao acordar ao lado de Noah depois de uma noite de sexo. Não era a sorte de Sina. Quer dizer... Seu único azar fora não ter o próprio quarto de hotel.

Balançou a cabeça em negação e apressara-se em tomar um banho e sair daquela suíte. Não sabia a dimensão do perigo que era estar ali com Noah.

                                                                                           ***

- Bom dia, Deinert. - Noah deu seu típico sorriso de lado ao chegar na mesa de café da manhã em que Sina estava.

- Você tá brincando, né? - Sina questionou quando viu Noah sentar à sua frente. - Com essa quantidade de mesas vagas você vai sentar logo aqui?!

- Ih, Sininho. - Noah chamou-a pelo apelido que ela odiava. Sina não odiava o apelido em si, mas a forma prepotente com que Noah movia os lábios para pronunciá-lo. - Nem parece dormiu maravilhosamente bem! - Piscou para a colunista que bufou irritada.

LUSTWhere stories live. Discover now