Capítulo 8- Música para meus ouvidos

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Narração Nikki

—Promete que se eu contar pra você, você não conta pra ninguém? – Victoria me perguntou pela décima oitava vez

—Deus, Victoria! Eu já disse que prometo, não disse?- Eu bufei enquanto cruzava meus braços- Além disso,você parece uma criancinha falando.

Eram quase dez horas de um sábado, todas as meninas já estavam deitadas ou fazendo coisas mais aleatórias em seus quartos, exceto eu e Victoria. O motivo? Ela havia me chamado para contar o ''maior segredo do mundo'', que, de acordo com ela, poderia arriscar nossas vidas.

Nunca fui uma garota muito de acreditar fácil nas coisas, desde onde me lembre, minha credibilidade em certos assuntos dependia de muitos itens. E um deles era a pessoa que estava me contando.

Por mais que Victoria seja minha irmã, não conheço essa Victoria há muito tempo, então estou, pela primeira vez, indecisa se acreditar no que ela está prestes a me contar.

—Ok... é que...- Victoria deu uma pausa, como se pensasse seriamente no que estava prestes a me contar- Ontem... eu tinha esquecido meu celular na sala de economia doméstica...

—E...?- Eu disse, querendo saber o que o celular dela tinha de TÃO importante nessa história pra me impedir de ir dormir. Afinal, eu estava morta de sono.

Deus, acho que estou passando tempo demais com meu noivo.

—E quando eu fui buscar... EuvioAyatomordendoaSofie- Ela falou a última parte tão rápido que não pude entender nada.

—Desculpa, o que?-Mordi meu lábio, meio nervosa, já que o nome de uma das minhas irmãs mais velhas estava em jogo.

Eu admito, estava passando mais tempo do que o esperado com Sofie. Ela não é como as outras irmãs, que acreditam plenamente em amor verdadeiro, alma gêmea, amor a primeira vista e todas essas babaquices. Ela não perde tempo com isso.

Ouvi dizer por Sarah que Sofie viveu experiências amorosas não muito felizes, e desde então ela se fechou completamente pro assunto ''amor'' ou ''amizade''. Mas eu não acredito nisso, acho que é somente a personalidade fria, porém forte de Sofie que faz parecer isso.

—Eu vi o Ayato mordendo a Sofie- Ela disse novamente, dessa vez com grande pausa entre as palavras.- Sabe o Joey, o menino que flertou com a Sofie ontem? Então... parece que ele estava a punindo porque ele acha que ela estava flertando com ele.

Não pude deixar de dar uma risada.

—Victoria- Minha risada ficou mais forte- Você realmente acredita em tudo, provavelmente foi só uma brincadeira que os dois fizeram com você.

—Saiu sangue do pescoço dela, Nikki- A expressão de Victoria ficou mais séria, o que me fez estremecer- O mesmo sangue que tinha nos dentes... ou melhor, nas presas dele.

—Vic, vampiros não existem, se é isso que você quer dizer com ''sangue, mordida e presa''- Arqueei uma sobrancelha.

—Eu estou falando sério, Nih!- Vic explodiu- Pode ir perguntar a Shu se você quiser, afinal, ele e os outros meninos são monstros.

Monstros? Ok, eu sei que eles são os seres mais desagradáveis que eu já conheci: O preguiçoso bom-pra-nada, o autoritário idiota, o orgulhoso metido, o psico-lolita (como Lua o havia apelidado carinhosamente), o pervertido masoquista e o estressado violento.

Mas acho que monstros,já era demais.

—Então eu vou!- Eu disse, já subindo as escadas- Mas saiba que você está sendo extremamente infantil falando isso!

Quando vi que Victoria havia começado a subir atrás de mim, me apressei até chegar bem rápido no meu quarto... No quarto meu e dele.

Se isso for verdade... Eu e minha irmãs estamos dividindo casa, quarto e escola com seres que querem nos matar...

Por favor, Nikki, não seja idiota como sua irmã pra acreditar naquilo.

Abri a porta bruscamente e bati-a atrás de mim quando vi Shu dormindo em cima da cama.

—Senhor Preguiça, eu preciso de uma resposta!- Gritei, e bufei quando ele tirou um dos fones de ouvido e abriu um olho preguiçosamente.

—Existem livros pra fazerem os deveres, se é isso que você quer.- Ele gemeu.

Suspirei de raiva.

—Minha pergunta é mais sobrenatural, Sakamaki.- Eu disse, enchendo o nome dele de ironia- Vocês são vampiros, não são?

Ele parou por um segundo e me olhou.

—Quem te contou?

Senti-me engolir em seco enquanto minhas pernas, muito discretamente, tremiam de nervosismo.

—V-victoria- Gemi de frustação quando senti minha voz vacilar.

—Então Reijii terá que punir ela por contar algo assim pra você.- Shu disse, sorrindo de uma forma... assustadora.- Alguém mais sabe?

—Sofie. Ayato a mordeu e Victoria viu tudo- Eu não sabia porque estava entregando minhas irmãs tão descaradamente assim. Eu só... Não conseguia mentir naquela situação, praquela pessoa.

Era um sentimento de proibição horrível.

—Bom... quanto a ele, não podemos fazer nada- Ele se levantou e foi andando até mim- Mas quanto a você... Já que é uma mulher pervertida, não terá problema se minha sede for matada por você, certo?

Eu não tive tempo de reclamar antes que ele me jogasse contra a cama e se apoiasse preguiçosamente com os braços em meus lados.

Quando tentei empurra-lo, sem sucesso, ele deslizou minha camiseta de pijama até descobrir meu ombro.E quando eu tentei gritar, suas presas perfuraram profundamente minha pele. E tudo que eu consegui soltar foram gemidos de pura dor.

Ele riu psicoticamente enquanto eu via gotas do meu sangue pingando em minha roupa.

—Seus gemidos são música para meus ouvidos. Você é realmente uma mulher lasciva- E perfurou com seus dentes outra parte do meu ombro.

A dor definitivamente não era a pior do mundo. Mas com certeza era a mais agoniante.

Eu... preciso sair daqui. Preciso alertar minhas irmãs sobre o perigo tão perto de nós que nunca conseguimos ver. Preciso dizer para Victoria que ela estava certa, para Sofie que sabia como era essa dor de ser mordida. Falar pra Sarah, Marie e Lua o que estava acontecendo sob meus olhos.

Mas...como?

Antes que eu pudesse sequer pensar, dei uma joelhada bem na área onde fica( ou deveria ficar) o estomago do loiro e o empurrei pra bem longe de mim. Feito isso, pulei da cama e peguei meu fuzil.

—Fique... longe de mim!- E saí correndo pelo corredor.

Quando finalmente encontrei Victoria, somente a puxei pelo braço.

—E aí, o que aconteceu?- Victoria perguntou.

—Chame Sarah e Marie. Vou chamar Sofie e Lua. Precisamos conversar seriamente sobre o perigo que estamos vivendo agora mesmo com esses vampiros.

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