Capítulo 6- Estranho

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Narração Marie

Aumentei o volume do MP3, sentindo meu coração sincronizar com a batida da música. Era uma das milhares que tinham no pequeno aparelho de Victoria que eu roubava algumas poucas vezes.

Incrível, nem parece que se passaram cinco semanas desde que chegamos na mansão. Se eu dissesse que eu e minhas irmãs já nos sentíamos em casa, eu estaria mentindo. Mas o lugar já parecia bem mais familiar do que antes. Já era habitual ver algumas cenas que ocorriam na casa, como Sofie lendo algum romance enquanto Ayato a implora pra fazer takoyaki, Sarah encolhida perto da irmã desenhando qualquer coisa enquanto Kanato falava com Teddy o quanto ela era talentosa ou que daria ''uma ótima boneca''(o que isso significava era um completo mistério),Victoria ouvindo música enquanto escrevia e Reijii dando um sermão na mesma porque ela não estava estudando, Lua fazendo piadas sobre carros e TPM para o albino enquanto ambos estavam passeando pela casa(Devo dizer que isso causou alguns erros nas paredes...) E Nikki bufando e limpando seu fuzil enquanto Shu reclamava do barulho enorme que estávamos fazendo com os olhos fechados, fazendo a de cabelos azulados sempre revirar os olhos pro loiro. E eu... bom, eu sempre estava mexendo no celular enquanto Laito colocava as mãos nas minhas coxas e tentava alguma coisa comigo, sendo rejeitado em todas as tentativas.

—Vocês irão pra uma escola noturna- Reijii falou, interrompendo o tumulto. Eu retirei meus fones de ouvido, enquanto Sarah e Victoria tiraram os olhos do que estavam produzindo, Nikki retirou o olhar do teto para pousar no de óculos, Lua rapidamente calou a boca e Sofie fechou seu livro.

—E por quê?- Victoria perguntou.

—Porque, já que vocês são hóspedes nessa casa, devem viver como nossos hábitos mandam.

—E quando nós iremos dormir?- Foi minha vez de perguntar.

—Durante o dia, loira burra- Ayato disse, dando um sorriso quando viu o olhar assassino de minha irmã se dirigindo a ele.

—Mas... e quanto as nossas matrículas? Não precisaríamos dos nossos pais aqui pra isso?- Sarah parecia curiosa enquanto se encolhia um pouco mais com sua pasta de desenhos ao lado de Sofie.

—Não se preocupem- A voz de Lilith apareceu, fazendo nossos olhos se vidrarem para a mulher com um vestido tomara-que-caia verde até as panturrilhas, que era adornado por um pequeno casaco de tecido da mesma cor, parada no primeiro degrau da escada- Eu já conversei com seus devidos pais e eles já resolveram tudo o que vocês precisam, incluindo a documentação.

Depois de olhar fixamente pra cada pedaço do corpo da mulher de vinte e um anos(E finalmente aceitar o fato de que ela tinha um corpo perfeito), suspirei de alívio, admito que viver com meu pai era uma coisa um tanto quanto complicada, não gostaria de ter que vê-lo novamente.

—E quanto sua viagem, Lilith?- Subaru perguntou, apoiando um dos pés na parede.

—Lilith vai viajar?- Nikki parecia tão confusa quanto qualquer uma de nós na sala.

—Sim- ela deu um sorriso fraco- Ontem fui chamada por um povoado chamado AlphaBetta para ajudar em uma coisa. Um certo garoto tem que encontrar sua família.- Ela falou, com um sorriso de canto na última frase.

Um garoto sem família? Isso me soa um pouco familiar.

—Partirei amanhã- Ela fez uma pequena reverência.

Depois de todas nós termos dado algumas reclamações sobre como a mulher havia ficado pouco tempo conosco, resultando em uma risada de Lilith e reclamações dos meninos(não por conta da partida da prima, mas sim porque nós éramos muito dramáticas), Lilith me chamou para um canto.

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