Capítulo 22- Resolvendo alguns problemas

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Narração Sarah

A dor que percorreu todo meu corpo, como se fosse passada pelas minhas veias, era algo que eu nunca havia sentido antes. Eu sentia o frio do ambiente colidindo contra o calor de todo meu corpo. Minha garganta parecia se fechar, como se recusasse a me deixar engolir a saliva. Meus olhos, que de tão cerrados já doíam, se abriam lentamente para olhar ao meu redor.

Eu estava caída no chão da sala, como eu já esperava graças ao frio que se concentrava em minhas costas. Girando apenas meus olhos com muito sufoco, eu conseguia ver minhas irmãs completamente entorpecidas de dor, talvez a mesma que eu estivesse sentindo, talvez ainda pior. A sensação de meus ouvidos explodindo não me deixava ouvir bem, mas eu tinha quase certeza que algumas delas estavam gritando.

Senti meu coração tremer de medo quando percebi que sim, elas estavam gritando.

Já os Irmãos Sakamaki nos olhavam de formas misturadas: Alguns pareciam preocupados ( O que faria meu coração dar pulinhos de alegria se eu não estivesse na minha atual situação), outros pareciam curiosos e até assustados.

—É o despertar- Ouvi, com dificuldade, a voz de Reijii- Espero que dessa vez a transformação ocorra bem. A última noiva não teve sucesso nesse quesito.

A última noiva... Despertar... Eu tenho quase certeza que ouvi Yui falando alguma coisa sobre isso.

O que era mesmo?

Mais uma fincada em meu coração me fez praticamente pular de susto, comprimindo meus lábios para não soltar ganidos de dor.

Olhei fracamente pros meninos, como se estivesse silenciosamente gritando por socorro. O que, em realidade, eu estava fazendo.

Então eu vi um pote de frascos na mão de Reiji... A mesma poção que ele havia me feito colocar na boca pra fazer Marie tomar... Para acabar com Cordelia no corpo da minha irmã mais velha. Espera aí...

Eu não me lembro deles terem falado que haviam feito mais.

Mas então um clarão me veio a mente, e eu me senti a pessoa mais inteligente do mundo.

Se eu bebesse essa poção, a dor pararia?

Comecei a tentar mexer alguns dedos de minha mão, que pareciam estar dormentes. Quando consegui mexer minha mão inteira, comecei a tentar mexer os da outra mão, os dedos do pé... Quando consegui mexe-los todos, comecei a tentar me sentar.

Caramba, aquilo era mais difícil do que eu pensava que seria.

Quando consegui com dificuldade, percebi Reijii completamente distraído e me concentrei em sua posição.

Eu só ia conseguir chegar lá me arrastando ou pulando de uma forma estranha. A segunda opção provavelmente daria errado, porém seria mais rápida. Então, ali vamos nós!

Consegui, de alguma forma, me ajoelhar no chão frio. Meu vestido parecia apenas um pedaço de tecido cor de rosa cheio de poeira e amassado naquele momento, mas eu não podia fazer nada que não fosse me lamentar naquela hora.

Com uma força que eu não sei da onde saiu, eu consegui pular e alcançar os pés de Reijii. Olhei para os lados, tentando ignorar meu pescoço que estalava dolorosamente cada vez que eu o movia, apenas para encontrar os meninos me olhando de forma ainda mais assustada e curiosa. Talvez eles estivessem perguntando o que eu planejava fazer, e nem eu não exatamente a resposta.

Esticando meus dois braços e soltando um grunhido de dor ao mesmo tempo, eu consegui alcançar a caixa e dobrei meus braços novamente, apertando o recipiente de madeira contra meu peito.

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