🎩 Capítulo 11 🎩

2.5K 227 13
                                    




Alguns simplesmente descartariam a preocupação de perder um acessório tão insignificante, mas para mim não era qualquer acessório, era a única tiara que segurava meu cabelo e agora, só me resta as minhas antigas, de quando eu era criança, que mal cabem na minha cabeça, então desde aquele fatídico dia em que quase morri, estou em casa de cabelo solto, sem sair e sem receber visita e isso já faz três dias. Meus pais quase cancelaram o casamento e tudo o mais por causa disso, o que foi estranho, já que eles só aceitaram continuar porque Maurício disse que caso o fizessem a notícia se espalharia e nada e nem nenhum outro lugar que fôssemos poderia deter o conhecimento, vulgo fofoca, sobre esse assunto. Eles pareceram não ligar quando ele falou de reputações ameaçadas ou sociedade questionando e julgando por um longo tempo, mas foi só citar que nada e, especificamente, outros locais de refúgio seriam páreos para a sociedade investigadora que descobriria onde estávamos. Até hoje, como podem ver, estou pensando sobre isso e a cada dia que se passa, percebo o quão suspeito e misterioso pareceu e, nesses dias, revivi alguns momentos de minha vida em minha mente, tem muitas peças nesse quebra-cabeça que não estão encaixadas no lugar correto e eu preciso realoca-las para que o jogo fique correto e não é qualquer jogo, já que estamos falando da minha vida. Estou há 5 anos trancafiada dentro dessa casa e minha vida fora dela só vai acontecer-isto é, se acontecer-porque estou noiva e nem foi proposital! Preciso saber o que aconteceu. O que realmente aconteceu. Deitada e olhando para o teto branco de meu quarto, ouço a porta bater.

- Senhorita Tara. Está aí há muito tempo. Precisa de algo?- me sento de súbito. Acho que posso descobrir o que está acontecendo... Que a investigação comece.

- Pode entrar, Clara.- Clara entra e assim que o faz, digo.- feche a porta e já vá deixando o senhorita de lado.

- O que houve e por que está com essa cara de louca?- fecho a cara para ela, mas sei que meus olhos estão brilhando pelo entusiasmo que sinto, pois sei que vou começar uma aventura em busca da verdade. Ela sorri.- Me perdoe, mas é a verdade, está parecendo uma lunática. O que houve?

- Essa é a minha pergunta. O que houve?- estou falando para mim, pensando longe.

- Como assim?

- Meus pais estão escondendo algo, aliás, pressinto que sempre esconderam.- ela parece não entender nada e me apiedo e começo a relatar as coisas estranhas pelo que passei, ela está sentada na beirada da minha cama e arregala os olhos algumas vezes, sinaliza com a cabeça outras e quando acabo, finalmente fala.

- Bem, realmente é bem estranho.

- É mais do que estranho!- digo, saltando um pouquinho da cama, estou com meu travesseiro no colo.

- Mas será que você não está exagerando um pouquinho? Talvez exista um bom motivo para isso.

- Essa é a questão. Há algum motivo e deve ser bem sério e eu quero saber o que é. Pensei em perguntar se você não se lembra de nada suspeito... está aqui há um tempo.

- E quero continuar aqui, então não irei fazer nenhum absurdo.- ela se levanta.

- Não estou pedindo para que faça, mas que me relate se lembra de algo estranho.- ela me encara.- Então? Lembra?- ela fica pensativa.

- Bem, uma vez, seus pais tinham acabado de chegar de uma de suas viagens.- interrompi, dizendo "mais uma coisa suspeita, as misteriosas viagens", ela ignorou e continuou seu relato.- você tinha apenas 12 anos e eu estava há quase um ano trabalhando aqui, estávamos brincando de boneca, já que você tanto queria, lembro-me que seus pais quase nunca a levava para os lugares, raramente você saía...- "até que aos 15 parei completamente de frequentar os lugares" eu disse, interrompendo mais uma vez.- Bom, me lembro de estarmos no jardim, seus pais na varanda, não sabiam que estávamos lá e sua mãe falava, com um tom preocupado, algo como "Vão encontrá-la. Sei que vão. Temos que descobrir logo como desfazer isso."- fico imaginando o que isso poderia significar, mas Clara já tem uma pensamento a frente do meu.- Acho que isso pode ter algo a ver com sua família, digo, a parte de sua mãe.

Amando o Visconde             (TRONNOS-2)Onde histórias criam vida. Descubra agora