🎩 Capítulo 16 🎩

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"Caro senhor Duque de Gray,

Como vai?

Fiquei sabendo que o senhor está em posse de um livro de meu interesse e gostaria de saber se  poderia me emprestá-lo. Sei que não nos conhecemos, mas preciso muito estar em posse desse livro.

Agradeço se puder responder o mais breve possível.

Atenciosamente,

Senhorita Tara Fernandes."

Já está quase na hora de me deitar, então peço para que preparem um banho para mim e depois de vestida, desabo na cama, foi um dia cheio e minha cabeça parece que vai explodir.

Estou brincando em um jardim e um garotinho de olhos verdes corre atrás de mim, escuto minha risada e olho para trás, ele sorri e diz:

- Tara, eu vou te pegar. Você não corre tão rápido quanto eu.

- É o que veremos.- mas estou rindo.

- Crianças! Venham cá!- uma voz familiar chega aos meus ouvidos. Atravessando, correndo, no meio das árvores, chego até a varanda da casa. Da minha casa. E a voz familiar era, na verdade, de minha mãe. Ela está mais jovem e tão radiante! Em um vestido amarelo, o cabelo em um coque elegante com forquilhas belíssimas. Entretanto, o que a mais faz brilhar é seu sorriso, tão amplo, tão despreocupado e tão belo...

- Te peguei.- se joga em mim o garoto para me abraçar. Ele está suado. Me viro para encará-lo, já que ele me abraçou por trás.

- Não pegou não. Não valeu, pelo menos. Mamãe me chamou, seu bobão.- ele abre um sorriso insolente e seus olhos verdes me encaram. É um pouco mais alto que eu e tem cabelo castanho-escuro, visto pelo sol, na sombra deveras preto. Veste um colete preto com listras cor marsala por cima de uma blusa branca e gravata borboleta também marsala.

- Tudo bem. Deixarei você usar essa desculpa, Tarinha.- ele passa as costas da mão em minha bochecha.- Mas porque nos casaremos.

- Temos 7 anos, seu bobão.- ele retira a mão.

- Você tem quase 7. Tenho quase 8.- ele coloca as mãos no quadril e levanta o queixo.

- Ainda assim.

- Um dia. Você verá.

Uma batida na porta me desperta do sonho. Quem era aquele menino? Me sento e tento me localizar, sei que estou em minha cama, mas, ainda assim, acordo meio perdida, deveria existir uma palavra para isto. Passo a mão pelo meu cabelo. Outra batida.

- Quem é?- minha voz sai rouca e minha aparência deve estar um tanto grogue para fazer a péssima estrutura completa.

- Clara.

- Pode entrar.- logo que o faz, ela estende para mim um envelope de carta

- Isto aqui chegou do correio, Tara.

- O que é isso?- levanto e pego da mão dela, viro o envelope para abri-lo e ler o conteúdo.

- Não sei, mas está dizendo aí que é de seu noivo.

- Maurício?- fico surpresa e desdobro o papel caro.

Passo os olhos pela carta.

- Aqui diz que ele passará o dia fora, foi pegar as minhas encomendas na estilista. Parece que já está tudo pronto.

- Oh, que bom, então.

- Senhorita Tara.- fala perto do quarto o Sr. Fitz.

- Por favor, não entre aqui, Sr. Fitz.- diz Clara e se apressa até a porta para que o mordomo não entre, mesmo que saibamos que ele não faria isso nem que a casa estivesse pegando fogo. Ops, péssima alusão.

Amando o Visconde             (TRONNOS-2)Onde histórias criam vida. Descubra agora