🎩 Capítulo 46 🎩

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Por Maurício

— Tudo bem, vamos logo explodir tudo. — afirma Clara.

— Você tem noção de que isso soa medonho, não é? — retruco, nervoso para que o plano corra da melhor forma possível.

— Eu tenho alguma ideia acerca desse fato. — ela olha para mim e questiona. — Se não serei eu a pessoa responsável pelo dito cujo, farei o que?

— Me ajudará a preparar o terreno para que evitemos pôr fogo em áreas desnecessárias, o que poderia se alastrar e virar uma tragédia incontrolável. Contudo, teremos de ser rápidos.

— Então, vamos começar agora mesmo.

Por Luan

— Tara, querida, esperávamos justamente por você! — Começo, interrompendo o jato de informações e falas desnecessárias ditas pelo cacique.

— Ah, é mesmo? — Ela se faz de desentendida. Boa garota. — Posso saber o motivo dessa espera? — Sua expressão parece demonstrar uma genuína curiosidade. Quem a ensinou a interpretar tão bem? Até eu cairia nisso facilmente, caso não soubesse que é uma completa farsa.

— Um evento de suma importância está para acontecer, minha cara. — Fala o cacique, do outro lado de Tara. Observo com o canto dos olhos, o pajé seguir a nós três apenas alguns passos atrás. Ele parece concentrado, como se pressentisse que algo inesperado pode acontecer a qualquer momento. Está desconfiado, posso sentir nos ossos. Que isso não seja motivo para o plano falhar, há muitas vidas e histórias em risco aqui.

— Hmm, que interessante. Alguma festividade? Percebi que muita gente foi reunida aqui. Gente que não pertence a esta tribo. — Tara comenta sorrateiramente.

— Muito perspicaz de sua parte. Está corretíssima. Esse evento necessitará da tribo de Luan conosco. E você e ele serão os convidados honrosos da noite. — Ele olha para os lados, como quem procura algo...ou, mais precisamente, alguém. — Onde seu noivo está?

— An... ele precisou...— ela dá uma tossida leve. Vamos, Tara! Preciso que pense rápido. Invente uma desculpa plausível. — estava com uma terrível dor de cabeça e revelou tal fato para mim enquanto estávamos vindo para cá. No meio do caminho, resolveu se retirar. Já havia me esquecido, mas tinha me pedido que eu falasse que ele se desculpava veementemente pelo ocorrido.

— Se esqueceu? Parecem tão apaixonados ao ponto de não se esquecerem nem por um segundo. — Ah, meu Deus! Até nisso, o homem vai encucar? Santa paciência! Continuo andando e ouvindo e sinto os olhares do pajé em minhas costas.

— E eu não o esqueci, meu senhor! Estou tão absorta e plena de sua presença ao meu lado que, mesmo quando ele não está por perto, sinto que ouço seus comentários a cada palavra que digo, a cada piada que conto escuto sua risada em minha mente, a cada sarcasmo dito pela minha boca penso naquele atrevido sorriso de lado aparecendo. É uma presença tão constante em minha vida que torna-se impossível não visualizá-lo em minha rotina, preenchendo minha vida. "Esquecer" é apenas um modo tolo de falar, apenas para explicar que não encontrei momento oportuno para explicar que ele não poderia, infelizmente, vir e ficar ao meu lado esta noite. Só falei agora, pois, ainda há pouco, o senhor não parou de tagarelar. Mas, acredite, nada me fará esquecer de amar Maurício. Nada. — Uau! O cacique parece atônito e sem palavras e quando me atrevo a olhar para o pajé, vejo que ele tem uma expressão contente e um mini sorriso se revela. Parece que está em sua paz de espírito. Não sei como devo interpretar isso. Temo que a calorosa declaração de Tara tenha feito o cacique desconfiar de algo, mas aparentemente, tudo parece estar conforme os planos. Ainda. E se Íris não aparecer, precisaremos improvisar.

— Tara... — antes que ele possa prosseguir o que seria dito, um homem se aproxima e cochicha algo em seu ouvido. Imediatamente, começo a suar frio. Será que fomos descobertos? Tara olha para mim e seus olhos demonstram dúvida e receio, retribuo o olhar com as mesmas emoções sendo compartilhadas. — Pois, bem! — fala para o homem, que sai e segue em direção à fogueira. O silêncio tomado é quebrado tão rápido quanto sua formação quando o cacique fala para nós. — Vai começar nossa tão esperada festividade. Vamos.

Maurício é bom que você comece a explodir as coisas ou acabarei casado com Tara até lá. Como se ouvisse meu chamado mental, assim que nos aproximamos do grande grupo que se formava em volta de uma fogueira, estrondos começam a ser ouvidos por toda parte. Todos silenciam ao ouvir o primeiro ribombar. Nada. Silêncio total. Estalos de alguém correndo pela mata podem ser ouvidos e Íris chega toda esbaforida com uma expressão de pânico ao afirmar em alto e bom som:

— FOGO! FOGO NA ALDEIA! HÁ EXPLOSÕES POR TODAS AS PARTES! — E é aí que o caos se instala.

— Precisamos de reforços. — Ouço o chefe da tribo gritar por cima do barulho enervante que assume o comando no lugar. Assim que percebo que não há como estabelecer ordem imediata ali, corro para o lugar que marcamos o encontro de todos e passo acenando para Tara e Íris. Até agora está tudo indo perfeitamente de acordo com os planos. Exceto quando noto que o pajé está atrás de nós, aliás, atrás de mim.

— Luan! — ouço-o gritar, enquanto mais um estrondo é ouvido em seguida. — Não posso correr tanto como você, então, peço que pare e me ouça. Você vai querer ouvir o que tenho para te falar. — olho para Tara e Íris e falo:

— Continuem correndo. — E é isso que também continuo a fazer, até ele gritar algo que me prende atenção.

— Isso pode te custar o amor da sua vida. — paro imediatamente. Ele me alcança alguns segundos depois.

— O que você quer dizer com isso? — Devo estar aparentando uma cara de poucos amigos, mas ninguém ameaça Clara, mesmo que seja implicitamente. Eu sei, lá no fundo, que ela é o amor da minha vida e nada pode ferir a pessoa que aprendi a amar. Eu não vou deixar.

— Escute o que tenho a dizer. — Ele pede. Eu olho para frente e vejo que as meninas já correm ao longe, acabaram não reparando que eu parei. Então, olho para trás e tento ouvir o que ele tem para falar.

— Seja rápido.

— Serei o mais breve possível e você poderá voltar para seu plano mais rápido e mais aliviado do que esperava. — Como ele sabe do plano?

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É isso mesmo? Dois capítulos em um dia? Promessa é dívida e este é o segundo capítulo publicado de hoje. Passei uma boa parte da madrugada preparando e agora ele está aqui.
Já já, a história chega ao fim (🥲), mas não achem que as novidades param porque vai ter livro novo em breve! A data correta será compartilhada primeiro no insta (almaclair_author ; aproveita para me seguir, até pq eu sigo de volta) e lá também já tem uns spoilers (no feed) sobre o que será.
Fiquem ligados!
XoXo 💋

Amando o Visconde             (TRONNOS-2)Onde histórias criam vida. Descubra agora