🎩 Capítulo 13 🎩

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- Eu disse que viria buscá-la.- diz ele, enquanto caminhávamos pelo parque.

- É disse mesmo. Aqui é tão lindo, não é?- digo, olhando as árvores, as pessoas caminhando enquanto parecem ter uma conversa agradável, os pássaros cantam alegremente enquanto sobrevoam o céu azul límpido.

- É sim. Maravilhoso.- sua voz tem emoção e eu preciso virar minha cabeça para captar sua expressão. Para minha surpresa, ele não estava olhando ao redor, mas sim, para mim, o que me faz pensar que ele não falara da natureza.

-Então, você disse que trataríamos de nosso casamento.- desviando o foco porque sou covarde? talvez. Me compreendam.

- Sim, esse é um dos focos de nossa saída, mas não é o único.- ele olha para trás e eu faço o mesmo. Clara está ali nos fazendo companhia, já que é minha amiga pedi uma distância de uns 3 metros para que pudéssemos conversar, não é que eu não confie nela, muito pelo contrário, eu colocaria minha mão no fogo apostando que ela não contaria nada, nenhum segredo, mas eu precisava, ainda assim, pedir um espaço. Maurício virou-se novamente para mim e eu para ele.- A senhorita...

- Não acredito nisso...- atrapalho e bufo logo em seguida.

- O que houve? Algum problema?- seu olhar tem um toque de preocupação, o que faz meu coração se apertar.

- Sim. Vários.- baixei meu tom de voz perigosamente, quase rouca desta vez, meu olhar não está nos olhos dele, mas sim, um pouco mais a baixo, fixado naqueles carnudos lábios.

- Tara...- sua voz exprime sofrimento, está baixa e faminta.

- Agora começamos a melhorar. Um problema parece que se foi.- digo, ainda encarando minha fonte de desejo. Ele solta uma risada primitiva, selvagem. Uma energia desconhecida percorre meu corpo, chegando ao âmago do meu sexo, algo que eu ainda não havia sentido em toda minha existência. Isso me fez gemer.

- Quais são os outros problemas que a senhorita quer que eu resolva?- dessa vez, meu olhar sobe. Ele examina minha boca e eu, instintivamente, mordo o lábio inferior.- Ah, Tara...- ele envolve sua mão em minha cintura e me puxa para si.

- Han han... HAN HAN.- olho para trás de ímpeto e Maurício me solta ligeiramente e delicadamente, meu corpo reage aquele abandono. Clara, mais próxima agora, fingia limpar a garganta.- Aqui não, estamos no meio do parque. Voltamos a andar (estávamos parados e nem tínhamos percebido), coloco a mão de volta na dobra de seu cotovelo e tento ignorar os arrepios constantes.

- Então, o casamento... Primeira semana de dezembro... Estamos tão próximos.- olhando para frente

- Sim, suponho que, com hoje, daqui a duas semanas.- dou uma risadinha de simpatia. Olhando para qualquer lugar que seja, menos para o homem a minha direita.

- Ainda tenho que voltar para a cidade vizinha daqui a três dias. Preciso passar no ateliê para buscar suas vestes que já estarão prontas até lá.- Com essa informação, acabo me lembrando do pedido que fez a estilista, para que em minha noite de núpcias eu não utilizasse minha tiara, mas acho que isso não será um problema, já que nem a tenho mais. Meu cabelo agora está com 58 grampos. Literalmente. E ainda corre risco de desabar.

- Que ótimo.- murmuro, porém ele escuta e isso parece prender sua atenção, aliás, parece ser muito fácil prender a atenção do visconde. É só falar coisas idiotas ou que não tenham nexo em uma conversa normal.

- Permita-me perguntar. E, dessa vez, o que houve?- relanceio e ele visivelmente tem um semblante de diversão.

- Não é nada para que o senhor possa se preocupar. Não é um problema grandioso, afinal.- não fui grossa, estava realmente tentando não alarmar para trivialidades.

- Ainda sim, quero saber.- suspiro. Enquanto isso, já estamos voltando para minha casa. Não fomos muito longe, de qualquer maneira, já que, por motivos desconhecidos, mamãe me passaria um sermão se soubesse à boca solta que sua filha tinha, milagrosamente, sido vista aparecendo socialmente pelo parque da cidade e não estava trancafiada como um bicho perigoso enjaulado.

- Está bem, mas não diga que não lhe avisei quanto ao fato de ser irrelevante.- pode parecer um pouco dramático o fato que eu queira correr deste assunto em especial, mas por que não ser dramática as vezes. Uma garota que não viveu muito aqui fora precisa colecionar suas experiências.

- Tudo que diz ao seu respeito me interessa.- Isso fez os pelos de meus braços subirem, minhas pernas tremeram e eu suspirei contra minha vontade. Mordi meu lábio inferior. Senti, mesmo não o vendo, Maurício me estudar.

- Lembrei- me de um detalhe que, consequentemente, me lembrou de minha tiara, a qual perdi no dia do incêndio. E agora, o senhor, provavelmente, percebeu alguns grampos em meus cabelos.- Ele olhou meu penteado.

- Hmmm... Alguns. Qual o problema nisso?- Um sorriso no canto da boca teimava em aparecer, ainda assim, ele estava tentando manter um ar sério. Isso me fez amá-lo mais... Quer dizer... gostar mais dele, não é possível que eu já o estivesse amando... Não, definitivamente eu não estava amando o Visconde. Eu tinha apenas apreço, estima, não é verdade? Esses pensamentos me fizeram gaguejar.

- É...É qu-que...Be-Bem,- limpo minha garganta.- nem esta quantidade exorbitante de grampo segura um penteado, ainda bem que já estamos próximos a minha casa, se estivéssemos, um pouquinho que seja, distantes a mais, os grampos cederiam. Aliás, acho que já perdi alguns pelo caminho. 

- Podemos resolver isso de alguma forma.- Ele ficou pensativo, porém, o que me comoveu foi ele ter utilizado o pronome no plural, "nós".  Estávamos praticamente na entrada de minha casa e, ainda andando, ele continuou.- Quem sabe, após o casamento, daqui a duas semana, podemos procurar alguma venda com tais acessórios. 

- Fico enormemente agradecida, senhor, mas nenhum fica fixo em minha cabeça, a tiara que eu tinha fora confeccionada em outra região.

- Então, mandarei confeccionar outra, uma mais linda que a anterior. E,- ele baixou a voz e se aproximou.- Não já lhe pedi que parasse as formalidades?- estamos na porta, Clara ainda está em uma certa distância, fingindo estar alheia aos acontecimentos, observava as árvores com um falso interesse investigativo.

- Pensei o mesmo. Porém, o senhor nunca deixou de usá-las, mesmo tendo sido o senhor quem sugeriu que fossem ditos apenas nossos nomes, no entanto, continuastes a me chamar de senhorita, ainda que eu tenha sido bastante clara em relação ao modo de como fosse chamada pelo senhor, Visconde.- Ele ficou sem fala, opa, isso é um avanço...Acho que se isso fosse um jogo, eu estaria na frente. Touché. Mas quem está contando, afinal?

- A senhorita... Perdoe-me. Você está com uma cara diabólica.- Mas sorri.

- Estou, é?.- faço a melhor expressão que consigo de desentendida e de desapontamento. Chego até a inclinar a cabeça. Eu seria uma ótima atriz. Que os teatros me contratem, já que não sabem o que estão perdendo.

- Ah, se...- mas a frase não é concluída, já que uma carruagem estaciona.

- Oras, mas quem será? Não costumamos receber visitas.- Meu olhar curioso encara a janela que, infelizmente, está internamente coberta por uma cortina cor de avelã. É um veículo imponente, exala poder, mas também tem algo curioso, é um pouco exótico, já que leva algumas pequenas pinturas curiosas que não são estranhas para mim...

O cocheiro desce da carruagem e abre a porta. Não preciso nem dizer o quão surpresa fiquei por ver quando o passageiro desceu.

- Luan?- Questiono olhando para o novo visitante. Maurício, em um movimento quase imperceptível, porém que eu percebi, fecha a mão ao lado de seu corpo.

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#Tarasincera

É aquele ditado: "Quem é vivo, sempre aparece" e adivinha quem voltou? Luan! 

O que vocês acham que ele é? ou... quem ele é? Mocinho? Vilão? Tá só "de boas" e não vai interferir na história ou vai causar? Façam suas apostas, leitores! O momento e o comentário você pode deixar aqui. Lerei todos. 

XoXo ! 💋

Amando o Visconde             (TRONNOS-2)Onde histórias criam vida. Descubra agora