Costumava temer o mundo
Tinha medo de trilhar becos escuros
E ruas vazias
Tinha medo de ser tocada
E de apreciar o calor da mão
Tinha medo de me olhar em espelhos
Por nunca saber quem olharia de volta
Eu tive medo de mim mesma
Do que era capaz
E também daquilo que não era
Tive medo dos meus medos
Até ser sugada por um furação medroso
De falhas e incapacidades
Eu tive medo da luz
Porque eu sempre soube brilhar demais
Mas também tive medo do escuro
Quais monstros nele se escondiam?
Quantos deles teriam o meu rosto?
Por ser imensidão e infinito
Tive medo de todas as minhas versões
Pois em algum momento
Elas poderiam se tornar maiores que eu
Uma decisão mal julgada
Um tropeço, uma queda
E uma guerra seria travada
Entre mim e o universo
Até que abri mão
Da minha própria existência
Da minha vida
E dos meus amores
Abri mão da felicidade por saber
Que não seria ela a salvação
Me esvaziei do que tinha
Para conquistar o que queria
Pois quando você já perdeu tudo
O mundo não tem mais o que te tirar.
~
Art: by Katharina Jung.
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Onde Lágrimas Se Tornam Rios
PuisiQuando a vida fica muito pesada, aliviar a carga no papel faz bem. Afinal, palavras nunca foram só palavras. Aqui tem poesia. Regada a vinho de mercado, perfumada com cigarro barato e desenhada por caneta Bic. De alma e corpo. Se procura amor, ra...
