A Garota Impossível

É verdade, certo e muito verdadeiro

      Notas do Autor

Aqui vou eu, depois de um ano já? rs rs Desculpa gente, eu sou péssima. Mas venho pedir perdão pela infinita demora (se ainda estiver alguém aqui esperando atualização).

Aconteceu tanta, mas tanta coisa nesse meio tempo que não dá nem pra listar. Porém, sigo aqui, essa é uma parte um tanto delicada da história. Esse e os próximos capítulos são importantes então não me julguem se eu demorar um pouquinho, pois provavelmente irei escrever e reescrever uma centena de vezes. Mas prometo não demorar tanto quanto um ano (é verdade, certo e muito verdadeiro). Enfim, aproveitem!!!

Boa leitura 😊😁

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    Uma das frases mais ditas por Nora Caliman desde que eu me entendia por gente. Quando Celine faleceu, Nora passou a levar o tabuleiro de xadrez junto com uma xícara de chocolate quente todo fim de tarde para o meu quarto. Ela abria a porta e a janela e dizia que era um dia bom para visitar o quintal. Eu respondia que era mentira.

          Nora era o tipo de pessoa que prezava a verdade acima de tudo, doa o que doer. Então, Celine brincava perguntando: "O quão verdade isto é?" para praticamente tudo o que Nora afirmava. E ela sempre respondia no mesmo tom brincalhão: "É verdade, certo e muito verdadeiro". Eu adorava essa interação, mesmo não entendendo qual a graça na frase, era mais que uma piada particular. Algo íntimo e místico que as duas compartilhavam. A frase morreu junto com Celine, pois ninguém em casa tinha a coragem de pronunciar uma promessa que era apenas delas duas.

          Só fui ouvir a frase outra vez quando ela saiu da boca de Emma naquela noite, foi então que entendi o significado.

          Era maio de 1939. Emma e eu estávamos como sempre em meu quarto, preparando nossos equipamentos e refazendo planos para um assalto a banco. Emma estava decidida em me ajudar, fazia questão de dizer que era a nossa missão. Foi quando começamos um debate sobre pedras preciosas, brinquei dizendo que a joia que iríamos roubar combinava com ela e eis que Emma me solta a frase "É verdade, certo e muito verdadeiro". Eu paralisei. Encarei Emma com toda seriedade do mundo, ergui as sobrancelhas e soltei um "Mas que diabos, Swan? De onde você tirou essa frase?". Ela apenas sorriu, o rosto corado, como se tivesse falado a maior sacanagem de todas. Algo proibido até para o mais pervertido dos homens.

     - Nada. Só estava flertando. – ela respondeu girando um dos aparelhos, para descobrir como funcionava.

          Mais uma vez, notei que ela ocultava alguma verdade.

     - Isso foi um pouco estranho. Mas de onde você tirou essa frase? – eu insisti.

     - Impossível que você não conheça. – ela disse com o semblante duvidoso. – É um verso sagrado.

     - É algum texto bíblico? Não sou muito devota com essas coisas. – brinquei e ela sorriu.

     - A primeira frase da Tábua Esmeraldina. – Emma me repreendeu como se eu estivesse violando alguma lei divina.

     - É o que? Os dez mandamentos? – perguntei inocentemente e ela gargalhou. Achei ofensivo mas ao mesmo tempo belíssimo.

     - Eu disse Tábua Esmeraldina e não Tábuas da Lei. – ela me corrigiu. – E antes que você diga, não Regina. Não é a mesma coisa.

          Eu tive que sorrir. Ela parecia ler cada canto da minha mente.

     - Tábua Esmeraldina não é aquela coisa de Hermes Trimegistro? A Tábua de Esmeralda? – eu perguntei e então que o meu cérebro conseguiu funcionar. – Oh, certo. Você está falando sobre Alquimia.